SMS: Programa de controle do Tabagismo é oferecido nas Unidades Básicas de Saúde
Publicado em 19/01/2021 e Atualizado em 31/05/2021
A promoter Leticia Werneck é um exemplo de determinação. Há 5 anos trocou o cigarro por mais qualidade de vida. Aos 45 anos, quando decidiu parar de fumar, buscou ajuda na rede municipal de saúde e participou do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), desenvolvido Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Após 35 anos como fumante e apenas um em tratamento, Leticia passou a afirmar, orgulhosamente, já não ter mais o vício.
“Você tem todo o incentivo das pessoas da equipe que faz parte do postinho (Unidade Básica de Saúde), do programa e isso me incentivou muito. Nós éramos uma base de 20 pessoas, 11 conseguiram ir até o fim. Eu fiz uso de medicação, mas com apenas um mês e 15 dias não estava mais dependendo do remédio. Ele dá uma ajuda, mas você tem de ter vontade própria”, descreve Leticia sobre sua luta contra os efeitos do tabaco.
Para Werneck, desde que parou de fumar, a vida voltou a ter sabor e cheiro. “Resgatou minha autoestima. Eu não sabia mais o que era sentir um paladar decente, um cheiro, não sabia sequer o sabor de uma cerveja. Hoje sinto todos os sabores. Indico para as pessoas que tenham amor próprio”, pontua Werneck.
Para participar do programa contra o tabagismo, uma das exigências é que o paciente participe de um grupo formado pela Unidade Básica de Saúde. O tratamento inclui avaliação clínica, abordagem mínima ou intensiva, individual ou em grupo e, se necessário, terapia medicamentosa juntamente com a abordagem intensiva.
Vale ressaltar que os medicamentos utilizados no tratamento contra o tabagismo, o Cloridrato Bupropiona, é para ansiedade; e os adesivos (7 mg, 14 mg e 21 mg), a reposição da nicotina tratada, só podem ser dispensados aos pacientes já em tratamento, acompanhados por enfermeira e médico das Unidades Básicas de Saúde. “A primeira orientação é que ele tente fazer a deixada do cigarro sem o auxílio da medicação, só entra com a medicação se ele realmente não conseguir, nos momentos de fissura”, esclarece Helane Moreira, coordenador do programa na Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Atualmente, devido à pandemia, o programa está funcionando somente para os grupos iniciados no início de 2020 e funcionará para novos atendimentos individuais, no próximo quadrimestre pa. Por orientação do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e da Secretaria de Saúde do Estado (Sespa), a formação de novos grupos está suspensa para evitar a aglomeração. “Agora no mês de abril alguns profissionais de saúde participaram de capacitação e agora para o próximo quadrimestre vamos retomar o programa antitabagismo para atendimentos individuais, não estamos abrir novos grupos por orientação da nota técnica do Ministério da Saúde”, salienta Helane.
Atualmente o município conta com oito UBS na zona urbana, uma na zona rural habilitadas para trabalhar na luta contra o tabagismo. No primeiro quadrimestre (JAN-ABR) de 2020, 44 pacientes iniciaram o tratamento no PNCT, nas Unidades Básicas de Saúde. No momento, as UBS Emerson Caseli (bairro Liberdade) e Enfermeira Zezinha (Folha 23) são as únicas que estão ativas com grupos de 10 pessoas. As demais UBS habilitadas, Amadeu Vivácqua, Jaime Pinto, Laranjeiras, Demósthenes Azevedo, João Batista Bezerra, Hiroshi Matsuda e a da Vila Sororó, aguardam novas recomendações do INCA/SESPA.
“A pessoa interessada em participar do programa deve procurar as unidades, lá tem uma lista que a pessoa vai preencher, vão fazer uma prévia , para saber o grau de dependência que a pessoa está e quando nós retornamos esse posicionamento de abrir os grupos novamente, a pessoa será convidada a iniciar o tratamento conosco” afirma a coordenadora.
Dia Mundial sem Tabaco | 31 de Maio | COMPROMETA-SE A PARAR DE FUMAR DURANTE A PANDEMIA DE COVID
Nesta segunda, 31 de maio, é o Dia Mundial Sem Tabaco, uma data criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.
Segundo a nota técnica divulgada pelo INCA, o consumo de tabaco e seus derivados mata cerca de 8 milhões de indivíduos a cada ano em todo o planeta, já que o tabagismo constitui fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer além de estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, e também é um fator importante de risco para o desenvolvimento de outras enfermidades tais como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.
O tabaco causa diferentes tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo. Por esses motivos, os fumantes têm maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos e são acometidos com maior frequência de infecções como sinusites, traqueobronquites, pneumonias e tuberculose. Por isso, é possível dizer que o tabagismo é fator de risco para o agravamento da Covid-19 devido a um possível comprometimento da capacidade pulmonar. Sendo assim, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da doença
Ainda de acordo com a nota, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2019), entre os adultos, a prevalência de usuários atuais de produtos derivados de tabaco, fumado ou não fumado, de uso diário ou ocasional, foi de 12,8% (20,4 milhões de pessoas). Segundo a situação do domicílio, a parcela de usuários foi maior na área rural (14,3%) que na urbana (12,6%). Entre as Grandes Regiões, a prevalência variou de 10,7%, na Região Norte, a 14,7%, na Região Sul (4).
Confira a nota do INCA aqui
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento