Seaspac: Políticas Públicas são discutidas na 9ª Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente
Com a participação de diversas instituições, empresas, ongs e entidades da sociedade civil organizada, a abertura da 9ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente foi realizada na tarde de segunda-feira (21), no auditório Leonildo Rocha, no Carajás Centro de Convenções. A programação segue até às 17h desta terça-feira (22). Esse ano, a conferência trouxe o tema “A situação dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes em tempos de pandemia da covid-19”.
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Kelly Noceti, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA), destaca a participação das crianças e adolescentes como o grande diferencial do encontro em relação aos anos anteriores.
“Uma das maiores conferências realizadas na cidade e até mesmo no estado do Pará. Nós contamos com os adolescentes desde a organização do evento e teremos apresentações culturais com eles. É um espaço para diálogo, para ouvir a sociedade, ouvir as necessidades do nosso município, os nossos desafios e elaborar propostas para serem encaminhadas à conferência estadual, que acontecerá no ano que vem”, diz a presidente do CMDCA.
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As crianças e adolescentes realmente chegaram firme nesta conferência, abriram o evento. Alunos da escola Cristo Rei, do projeto de música, executaram os hinos nacional e do município, por outro lado, estudantes da escola Martinho Motta mostraram as performances em danças culturais e finalizaram com a música Tempo Modernos de Lulu Santos, destacando o lema: eu vejo a vida melhor no futuro.
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Janiel Carlos da Silva, 12 anos, aluno do 6º ano, da escola Cristo Rei, faz parte do grupo de quatro estudantes que ajudaram na organização do evento e foi quem declarou aberta a 9ª conferência em Marabá. “Participar é muito importante, porque quem sofreu o maior impacto com essa pandemia fomos nós, crianças e adolescentes, e aqui vamos tentar organizar e equilibrar de novo. As crianças passaram muito tempo sem estudar e isso impactou muito”, pontua.
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A palestra central da conferência foi proferida pela professora doutora Marilza Sales Costa, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), com abordagem sobre violações e vulnerabilidades de crianças e adolescentes, ações necessárias para reparação e garantia de políticas de proteção integral, com respeito à diversidade.
Para Marilza Sales é preciso considerar a história das leis que já foram incrementadas e a viabilidade de ter uma preservação, controle e gestão da massa que sempre trabalha com as crianças, envolvendo conselho tutelar, as próprias crianças e todo o percurso de elaboração dos trabalhos e projetos que têm sido feitos, principalmente, saber como isso ocorreu durante a pandemia e pós-pandemia.
“Vou inclusive falar sobre o levantamento feito pelo IBGE, realizado entre 2019 e 2021, onde se tem um panorama de como vem ocorrendo a questão da educação, da fome, da violência que a criança sofreu durante esse período. Um documento, respaldo, que a gente possa verificar como isso está ocorrendo durante o processo da pandemia e pós-pandemia”, observa Marilza.
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Os debates estão distribuídos em cinco eixos: promoção e garantia dos direitos humanos de crianças e adolescentes no contexto pandêmico e pós-pandemia; enfrentamento das violações e vulnerabilidades resultantes da pandemia de covid-19; ampliação e consolidação da participação de crianças e adolescentes nos espaços de discussão e deliberação de políticas públicas de promoção, proteção e defesa dos seus direitos , durante e após a pandemia; participação da sociedade na deliberação, execução, gestão e controle social de políticas públicas de promoção, proteção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes considerando o cenário pandêmico; garantia de recursos para as políticas públicas voltadas para as crianças e adolescentes e a pós pandemia de Covid-19.
Nadjalúcia Oliveira, secretária de Assistência Social, diz que a conferência é um espaço democrático pra apontar os problemas e buscar soluções.
“Sabemos que ainda há no nosso município, muita violação dos direitos da criança e do adolescente. E não é só na pandemia ou pós-pandemia, é na vida cotidiana. A violação desses direitos em casa, na comunidade, por isso, chamamos a atenção para a situação da criança e do adolescente em Marabá. O grande número de crianças em acolhimento por violação da família e poucas pessoas que se candidatam a ser família acolhedora. Então tem uma série de motivos pra gente tá refletindo de como melhorar a situação de vida deles”, enfatiza a secretária.
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A conselheira tutelar Francicleia Santana complementa ao reconhecer o evento como uma oportunidade de construir propostas para reparar os danos provocados pela pandemia na vida dessa parte da população, que segundo ela foi afetada ainda mais com a violência doméstica, intrafamiliar, sexual, física, psicológica e também pela a evasão escolar.
“Vamos apresentar propostas importantes na construção de ações e políticas públicas para reparar todo o dano que foi causado durante o cenário da pandemia e pós-pandemia. Estamos aqui justamente, nesses dois dias, para trabalhar esses cinco eixos, esses dados, números, tudo aquilo que impactou o nosso município e criarmos juntos estratégias para reparação desses danos de violação de direitos”, conta a conselheiro tutelar.
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Alexandra Mardegan, promotora da Vara da Infância, corrobora com o debate reafirmando a importância da conferência.
“São fundamentais eventos como esse na medida que efetivamente priorizam a criança enquanto sujeito de direito, como aquela melhor capaz de apontar as vulnerabilidades, angústias, dificuldades pelas quais estão passando. Dar voz de modo efetivo a criança. A sociedade em geral vive um momento muito desafiador neste contexto pós-pandemia. Os nossos desafios já eram grandes, mas após a pandemia tornaram-se maiores e mais volumosos, então é fundamental a elaboração de políticas públicas voltadas minimamente, para suprir essa demanda e reparar essas violações”, declara.
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Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento