Festejo Junino: Educação, cultura e união simbolizados na Sereia da Noite
No ritmo do carimbó, todas as noites crianças e adultos da junina Sereia da Noite se encontram na quadra da Colônia de Pescadores Z30, na Orla de Marabá, para se preparar para o festejo municipal. A agremiação contempla participantes de todos os bairros, mas é composta principalmente por alunos e ex-alunos da escola de reforço Sereia da Noite e moradores do Bairro Santa Rosa.
A presidente da Sereia da Noite, Odília Mourão, conta que a junina foi fundada em 25 de maio de 2007, fazendo uma participação especial com os alunos no festejo daquele ano. “Todo mundo gostou e deu certo. A Secretaria de Cultura (Secult) entrou em contato e estamos aqui até hoje. E estamos no Grupo A”, comenta.
A escola já possui 30 anos. “Hoje temos crianças que são os filhos das crianças que passaram. A educação é muito importante e começa em casa, a união entre as famílias, é isso que a junina simboliza, passamos só coisas boas para eles. A Sereia da noite é o ano todo”, completa Odilia.
Uma dessas crianças é Estefanie Sophia, 11 anos. Ela estreou no festejo aos 8 anos como brincante e agora será rainha da junina mirim. “Quando dancei antes eu era pequenininha, ficava na última fileira. Agora sou destaque, agora sou da frente, da primeira fila, a majestade. É muito bom dançar aqui, gosto muito da escola e da junina”, comenta Estefanie.
O tema da junina será a história clássica de João e Maria. “Conta a história do doce, da bruxinha e vai ficar muito lindo”.
Já a junina adulta contará o tema do Verequete. “Resgatar o carimbó raiz e contar como o Verequete ganhou esse nome, contar a história dele completa na arena”, explica Odília.
Uma das responsáveis por passar essa história ao público será a Ana Maria, conhecida como Aninha, que representará “a origem e a força do povo paraense através do carimbo”, sendo um dos destaques da junina. “As expectativas são muitas, espero fazer meu melhor porque é algo que amo 100%. A responsabilidade é grande aqui e na vida, dançando e cuidando do meu filho, correndo, mas é assim para quem gosta”, destaca.
Responsabilidade pelo qual também passa Victor Henrique, marcador. Ele frequenta a junina desde os 8 anos de idade, quando dançava na junina mirim e agora ocupa a posição de destaque. “O marcador tem que organizar o alinhamento, a noção de espaço, ver os erros para poder consertar. Fiquei um tempo parado, mas retornei esse ano porque o festejo junino é muito alegria”, comenta Victor Henrique.
A Sereia da Noite conta hoje com 26 crianças na mirim e 30 brincantes na adulta. “A expectativa é muito grande. Todo mundo estava nervoso achando que não ia acontecer o festejo esse ano. Ainda bem que estamos aqui hoje, com mirim e adulto. Todo mundo vacinado, das crianças aos adultos, e estamos nessa batalha pela educação e cultura”, conclui Odília.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio