Festejo Junino: Abrindo as apresentações do segundo dia, a junina da Seaspac provou que “Alegria não tem idade”
Idosos do Centro Integrado da Pessoa Idosa Antônio Rodrigues (Cipiar) tiveram espaço garantido no 35° Festejo Junino de Marabá, em camarote exclusivo para pessoas idosas e com deficiência.
Quem estava na primeira fila acompanhando toda a movimentação era Antônio Valdeir. “Eu adoro festa junina, tudo. Estou achando maravilhoso, vim assistir o pessoal brincar, tem um colega nosso aí no meio. Está do jeito que eu gosto”, pontua.
Dez idosos do Cipiar participaram do festejo. A coordenadora do centro, Adriana Silveira, explica que participar da festa é um resgate cultural.
“A maior festa do nordeste é a festa junina e os nossos idosos residentes do Cipiar têm uma vida social ativa e estavam muito ansiosos por esse momento. É um momento festivo mesmo de alegria, que traz resgate às raízes deles (boa parte são nordestinos). Dez idosos vieram e estão super animados para poder prestigiar o outro idoso que também está dançando hoje e vai se apresentar na quadrilha do CRAS Amapá”, explica a coordenadora.
No próximo dia 29, o Cipiar terá a própria festa junina e os idosos já estão empolgados e envolvidos. “A gente tem várias outras saídas sociais para poder participar mesmo, ter uma vida ativa social. (Não é) Porque o idoso está acolhido que ele tem que ficar recluso”, reitera Adriana.
A titula da Seaspac, Nadjalúcia Oliveira, ressalta a importância de momentos como esse para os idosos acolhidos no Cipiar.
“Eles precisam muito de lazer. Como eles ficam muito isolados, acolhidos só com os nossos servidores, os cuidadores. Nós temos feito várias programações culturais e de lazer com eles. E eles tinham muito desejo de ver os outros idosos do serviço de convivência dançando na festa Junina porque a maioria deles já tem problema de locomoção”, completa.
E como dito pela secretária Nadjalúcia Oliveira, os idosos também tomaram a arena com a apresentação da junina Alegria Não Tem Idade, composta por idosos do serviço de convivência do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Amapá e do Cipiar.
A junina teve direito a todos os passos tradicionais, casamento, e quem abriu alas para a apresentação foi a “Miss Espoleta”, Terezinha Silva, de 74 anos.
“Não senti nada. Eu gostei demais da conta porque tinha já três anos que a gente não sabia o que era quadrilha. Estou feliz da vida porque estamos todos aqui vendo minha colegas todinhas com vida, alegre. Isso aí é um prazer para gente. Eu danço, eu agito tudo porque eu gosto. Eu só gosto de dançar assim. É bom demais”, revela a miss caipira.
A junina dos idosos do serviço de convivência já existe há mais de dez anos, mas por causa da pandemia ficou dois anos sem se apresentar, o que aumentou a expectativa deles em participar.
“Eles estavam muito ansiosos e esperando por esse momento de fazer a abertura do Festejo Junino. Quando eles souberam que ia ter festa junina, ficou todo mundo muito feliz porque eles se sentem felizes em fazer parte da festa, eles se sentem vivos em participar. Eles são idosos ativos, eles dançam quadrilha, dançam carnaval, carimbó”, explica a coordenadora do Cras Amapá, Edileuza Athie.
Os ensaios foram feitos em parceria com professoras da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), que foram as puxadores da junina.
“Porque os idosos, eles se sentem vivos em participar de uma festa tão grandiosa quanto o festejo junino de Marabá. Se sentem vivos, se sentem fazendo parte mesmo do processo”, reitera Edileusa.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Ronaldo Palheta / Sérgio Barros / Jordão Nunes