Saúde: Marabá está com baixo índice de dengue, mas cuidados são necessários sempre
De acordo com o último Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (Lira), referente ao último bimestre, Marabá voltou ao patamar de baixo risco para dengue. Neste ano, foram registrados apenas 16 casos da doença, enquanto as áreas com mais focos e criadouros de mosquitos estão mais controladas pelo Departamento de Endemias e Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O resultado do último Lira é reflexo da atuação do departamento na intensificação das ações de combate ao mosquito que, além da dengue, também é vetor da Zika e Chikungunya. Entre as ações estão a identificação de locais com mais criadouros das larvas e a realização do fumacê.
“Estamos com poucos casos de dengue, existem casos em Marabá, mas dentro de um controle. O baixo risco é quando a gente tem a presença do mosquito, mas que não é preocupante, está sob controle, dá para gente fazer o bloqueio, dá para gente ir segurando os casos da doença”, ressalta o coordenador do Departamento de Endemias, Amadeu Moreira.
Além do baixo número de casos da dengue, Marabá não registrou nenhum caso de Zika e Chikungunya este ano. Nesse sentido, a SMS intensificou os cuidados na rede de saúde para a realização de busca ativa de casos dessas doenças para confirmar que não há subnotificação até mesmo para que não haja sobreposição desses casos com sintomas de outras doenças como a própria Covid-19 ou outras viroses.
Entre as áreas com maiores registros de criadouros dos mosquitos estão as Folha 15, 34, 1, Residencial Tocantins e Cidade Nova.
No bairro Nossa Senhora Aparecida, equipes de agentes de endemias realizaram o serviço de abordagem e orientação quanto aos cuidados que donos de residências e pontos comerciais devem tomar para evitar a proliferação de criadouros do mosquito.
Um dos locais visitados foi o ponto comercial onde trabalha Rick Eydrahan, 17 anos, que atua em assistência técnica de celulares.
“Bom, o que eu acho importante é que eles vêm, fazem uma análise e falam ‘Oh, esse ponto aqui não está muito bom. Faz isso e isso para poder ficar bem ajeitadinho’. Isso eu acho bem legal. Aí a gente vai lá, deixa tudo organizado, nos conformes. Isso aí que eu acho bom”, pontua o morador.
Ivanete Barbosa trabalha há 16 anos como Agente de Combate à Endemias (ACE). O trabalho do ACE é orientar as pessoas quanto aos cuidados que devem ter para evitar criadouros do mosquito nas residências, pontos comerciais e quintais.
Eles chegam ao local, se apresentam e pedem permissão para fazer a averiguação. Para a ACE Ivanete Barbosa, a cooperação da comunidade é essencial para o trabalho.
“Como eu sempre falo, o agente de combate a endemias é o próprio morador não é a gente. A gente vem a cada mês, sempre olhando, observando e orientando, mas o agente é o próprio dono da casa. Temos que dar a orientação e dar os parabéns se estiver tudo ok”, ressalta a ACE.
Só no bairro Nossa Senhora Aparecida são duas equipes de ACE´s destacadas para cobrir uma área de 157 quarteirões. Por dia, cada agente realiza a visita de 30 a 35 residências.
“A gente tem que cuidar, conscientizar a população em geral porque a gente não está trabalhando só com as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, mas também com leishmaniose, que temos que notificar”, destaca o ACE Frank Martins, que atua há 18 anos no combate ao mosquito.
Manoel Modesto mora há cerca de um ano em Marabá e parabeniza o trabalho dos agentes na conscientização ao combate ao mosquito.
“É bom o trabalho. Eu agradeço porque geralmente tem muitos casos de dengue. Por aqui a gente tem o maior cuidado e eu tenho pouco tempo aqui em Marabá e agora que estou vendo isso aqui em casa. Agradeço muito a presença”, pontua.
Com o verão, a água começa a secar, bem como os rios baixam, o que pode deixar pequenos reservatórios de água que obrigam a população a ter cuidado redobrado. Pneus velhos, latas de embutidos, casca de ovo e qualquer vasilhame que possa acumular água devem ser armazenados de forma a evitar o contato com a água.
“O que a gente quer pedir para a população é que redobre a atenção, os cuidados, evitando água parada, lixo exposto. Sempre limpar seu quintal e tomar muito cuidado com o mosquito, para o reconhecimento do Aedes Aegypti. Ele é bem característico, tem umas listrinhas nas asas. Observar bem porque ele está presente em todos os bairros de Marabá”, finaliza o coordenador Amadeu Moreira.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Aline Nascimento