Seagri: 40 agricultores de Marabá ganham capacitação em Meliponicultura e Apicultura
A apicultura é uma atividade essencial para o equilíbrio e sustentabilidade do meio ambiente. As abelhas respondem por cerca de 80% da polinização dos vegetais, pensando nisso, a Secretaria Municipal de Agricultura de Marabá (Seagri), juntamente com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater Pará), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto Federal do Pará (IFPA), desenvolveram o curso básico de Meliponicultura e Apicultura. O curso aconteceu dos dias
19 a 21 de julho, no Campus Rural do IFPA e participaram 40 agricultores da região.
Eduardo Lopes, técnico agropecuário responsável pelo projeto de apicultura na Seagri, explica que a apicultura é a atividade de criação de espécies de abelhas do gênero Apis, para fins de produção de mel, pólen apícola, própolis, cera de abelhas, geleia real e apitoxina ou para serviços de polinização, contribui de forma eficaz para minimizar a interferência e a degradação da natureza, favorecendo a produção integrada na agropecuária. Já a meliponicultura é a atividade de criação de espécies de abelhas sem ferrão, também conhecidas como abelhas indígenas, abelhas nativas ou meliponíneos. Estas abelhas desestimulam a degradação e o desmatamento, uma vez que é preciso oferecer áreas nativas como pasto (local de alimentação) para as melíponas.
O técnico agropecuário explica que era necessário trazer conhecimento para os agricultores da região, que trabalham em todo o processo da agricultura e agropecuária. “Tem produtores que já trabalham com apicultura e meliponicultura, outros não. Alguns estavam parando por falta de incentivo, mas queremos ajudar o produtor, para que além de todos os benefícios da criação de abelhas para agricultura, ainda aumente a produção de mel na região de Marabá. Cada pessoa que participou do curso, vai poder contribuir passando as informações e kits que preparamos para outros produtores”, afirma Eduardo.
Donner Matos, engenheiro florestal da Emater Pará, destaca que o curso foi planejado com a Seagri, a partir da necessidade de capacitar os agricultores. “Convidamos a Embrapa e o IFPA para nos auxiliar também. Nosso papel é dar assistência técnica de qualidade, fizemos uma reunião interinstitucional e planejamos detalhadamente esse curso. Divulgamos para os agricultores atendidos pela Emater Pará e pela Seagri. Quarenta agricultores participaram desse curso, que englobou tanto a parte teórica como a parte prática e teve duração de três dias.”
Anderson Schwamke, técnico de pesquisa da Empresa, é especialista em apicultura, criação de abelhas e polinização. Ele explica que esse curso é uma continuidade de um trabalho que a Embrapa desenvolve desde 2019, chamado Agrobio. “A Embrapa tinha recursos para investir nessa região e em parceria com o IFPA, Emater Pará, Seagri e alguns outros parceiros, vimos a necessidade da capacitação através desse curso. Boa parte da turma já iniciou na apicultura em 2019, mas alguns não. Aqui temos alunos do IFPA, agricultores e técnicos das instituições parceiras. É um curso misto, fizemos uma parte direcionada para abelhas com ferrão e outra sem ferrão.” Ele afirma que a Embrapa tem o objetivo de gerar e divulgar pesquisas, informações técnicas, tecnologia na área agropecuária, e através disso, nesse curso é possível trazer esse conhecimento, que é acumulado através de pesquisas, como forma de subsidiar tecnicamente essas iniciativas.
Myrtow Coutinho, agricultor e pequeno produtor, fala que o curso foi muito importante para que ele pudesse, a partir de agora, trabalhar com Meliponicultura e Apicultura, e a produção de mel. “O curso foi muito importante, principalmente para quem está iniciando. Além disso, aqui eu pude conhecer outros produtores, que têm o mesmo pensamento, criar abelhas para fazer a polinização dos frutos, e com isso criamos um grupo forte que vamos nos comunicando e desenvolver mais a prática”.
Wildemar Lima, agricultor, já trabalhava com abelhas, mas sem nenhum conhecimento teórico, só prático.
“Fui aprendendo com a experiência, mas tinha muita vontade de aprender novas técnicas, saber como criar essas abelhas da forma certa. Queria me aprofundar, para eu ter embasamento e não aprender somente com meus erros. O curso foi muito bom, agora posso melhorar ainda mais o meu trabalho.”
Texto: Jéssica Brandão
Fotos: Aline Nascimento e Jéssica Brandão