Saúde: Médicos da Atenção Básica recebem capacitação sobre a Monkeypox (varíola dos Macacos)
Médicos da Atenção Básica do município receberam capacitação sobre a varíola dos macacos (Monkeypox), na sexta-feira (05), no auditório do Centro de Especialidades Integradas (CEI), no núcleo Cidade Nova. A palestra foi organizada pela Divisão de Vigilância em Saúde (DVS) da Secretaria Municipal de Saúde de Marabá (SMS).
De acordo com a DVS, todo o procedimento seguirá um protocolo para atendimento de casos suspeitos leves e graves.
De acordo com Sabrina Acyoly, diretora da Vigilância em Saúde de Marabá, o município não apresenta nenhum caso suspeito da Monkeypox. A palestra é para capacitar os serviços de saúde a atuarem da maneira mais eficiente. se aparecer algum caso suspeito.
“O município tomou a iniciativa, que é o importante, capacitar os médicos, enfermeiros, capacitar a rede de saúde do nosso município. E a gente começou hoje (05/08) pelos médicos da Atenção Primária da zona urbana. A intenção é que a saúde do município esteja preparada para a hora que tiver um caso suspeito, que esteja preparada para saber como lidar com esse caso, como proceder com ele, qual é o fluxo, onde notificar, onde vai ser a coleta”, explica a diretora.
O responsável pela orientação foi o médico Marcelo Lobato, que faz parte da Vigilância em Saúde. “A orientação principal é o manejo do paciente suspeito de Monkeypox. A gente não vai fazer diagnóstico, a gente vai fazer o manejo daquele paciente, que chega com a suspeita, para ter a orientação para ser conduzido o diagnóstico correto desse paciente”, explica.
Segundo o médico, o procedimento seguirá o modelo adotado por qualquer outra doença infectocontagiosa, com cumprimento das medidas de biossegurança, garantindo uma atenção especial ao paciente que apresenta características clínicas da doença. Esse cuidado é necessário porque a Monkeypox pode facilmente ser confundida com outras doenças dermatológicas ou com a varicela, popularmente conhecida como catapora, porém mais agressiva.
“Ela (Monkeypox) começa com edema, que vira um eczema, que vira uma pápula, que seca e vira uma crosta. Quase todas as doenças dermatológicas seguem essa sequência menos a pústula (na Monkeypox), que é uma pústula (acumulação de pus) arredondada que gera sobre a pele. Febre, adenomegalia (ínguas), que aparecem na região afetada”, reitera.
Diagnóstico
Diante disso, os casos considerados suspeitos serão de pessoas que apresentarem início rápido de erupção na pele que sugerem um caso de Monkeypox, sendo única ou múltipla, em qualquer parte do corpo, incluindo a região genital, associada ou não à adenomegalia (ínguas) ou febre.
Além disso, os profissionais deverão analisar as circunstâncias em que o paciente apresentou os sintomas. Sendo assim, será avaliado se ele teve contato com casos confirmados da doença nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas, a partir de 15 de março de 2022.
Ter contato com pessoas com histórico de viagens a país endêmico ou estado com casos confirmados de Monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas, também a partir de 15 de março de 2022.
Outros fatores também podem ser analisados pelos médicos.
A definição dos casos se dará por meio de exames cuja coleta será realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Quando a pessoa com suspeita da doença estiver com sintomas leves, deverá cumprir isolamento domiciliar e, nesse caso, uma equipe da SMS fará a coleta para o exame no domicílio da pessoa.
Quando a pessoa com suspeita da doença tiver sintomas mais graves ou pertencer a um grupo de risco, será imediatamente encaminhada para isolamento e tratamento no hospital. Lá será realizada a coleta para o exame. Os casos suspeitos deverão ser informados à Vigilância em Saúde do município.
Todos os procedimentos de atendimento, isolamento e tratamento seguirão as diretrizes da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa) e Ministério da Saúde.
Entre os integrantes da capacitação está o infectologista Luciano Adami. “A capacitação realizada pelo doutor Marcelo foi muito produtiva, visto que a gente está na emergência dessa nova doença, a Monkeypox. Então serviu para nós orientar bastante sobre o manejo clínico, diagnóstico. É muito importante que todos os médicos tenham conhecimento, não só como médicos, né?!, os profissionais de saúde”, avalia.
A capacitação também ocorreu no período da tarde com outros médicos e no início da manhã com 22 gerentes de Unidades Básicas de Saúde do município, no auditório da Secretaria Municipal de Educação de Marabá (Semed). Na próxima semana, a DVS pretende levar a capacitação para os médicos da zona rural e enfermeiros da zona urbana.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio