Semed: Dia Nacional da Educação Infantil promove reflexão sobre importância dessa fase da vida escolar
Em homenagem ao nascimento da médica pediátrica e sanitarista Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, neste dia 25 de agosto é celebrado o Dia Nacional da Educação Infantil. Com a data, a Lei 12.602/2012 determinou criou também a Semana Nacional da Educação Infantil, que procura trazer a tona discussões relevantes sobre a educação de crianças na fase de zero a seis anos.
É nesse período que as crianças começam a socializar para além do ambiente familiar, bem como formar as bases do conhecimento que ajudará nas próximas etapas da educação formal. Por isso, a educação infantil é tão necessária, pois atua na base que sustenta o restante da vida dessas crianças.
Em Marabá, são 250 professores e professoras da educação infantil, 37 coordenadores pedagógicos, 36 Núcleos de Educação Infantil (NEI) na zona urbana e 05 na zona rural.
Além disso, de acordo com o último censo escolar (2021), mais de 8.500 crianças são atendidas pela rede de educação infantil do município.
“A educação infantil é um direito constitucional. É um direito da criança, dever do estado e dever da família. A matrícula para a faixa etária de 4 e 5 anos é obrigatória. A educação infantil como etapa da educação básica é de suma importância para o processo do desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Ela tem como objetivo a promoção do desenvolvimento integral da criança em todos os aspectos… afetivo, cognitivo, psicomotor”, explica a coordenadora da Educação Infantil Urbana de Marabá, Lucilene dos Santos Silva.
Até o ano passado, a Secretaria Municipal de Educação de Marabá (Semed) atendia, por meio da educação infantil, crianças a partir de três anos de idade. Em 2022, a grande novidade é que seis NEI’s da zona urbana e quatro da zona rural já estão atendendo a faixa etária de dois anos.
Segundo Lucilene Silva, a ampliação da faixa etária está prevista no Plano Municipal de Educação e reflete os esforços da Semed para que a educação infantil alcance mais crianças.
Tudo o que é executado em sala de aula com as crianças é planejado dentro da formação em rede e dos encontros formativos realizados pela secretaria, tendo como base as diretrizes nacionais do Ministério da Educação e considerando as diferentes realidades do município.
Além disso, há formação continuada em segmentos importantes como a educação especial. Atualmente, a secretaria dispõe de profissionais capacitados para atuarem em relação a essa demanda, quando necessário.
“Essa criança precisa ser o centro do planejamento e ser centro do planejamento é o que a Base Nacional traz. Às diretrizes nacionais trazem que a criança tem a centralidade da prática pedagógica do professor. É a partir dela que se pensa todo o contexto, a intencionalidade pedagógica do professor”, explica a coordenadora.
Na zona rural, além dos cinco NEI’s há cerca de 50 escolas que disponibilizam educação infantil com 83 professores e 56 coordenadores pedagógicos. Segundo o último censo escolar, só na zona rural são cerca de 1.500 alunos da educação infantil.
De acordo com a coordenadora da educação infantil na zona rural, Maria Ferreira, o ensino nessa área tem desafios, mas os professores sempre buscam contemplar a realidade desses alunos nas práticas pedagógicas.
“Isso acontece com a prática do professor. Sentir o planejamento dele, ele traz as vivências que ele tem lá e a própria criança também. Ele socializa o aprendizado dele a partir da socialização. Mesmo eu que moro aqui na cidade, eu vou olhar a vivência que ele traz para mim, do que ele já traz de casa e foi planejar em cima do que ele, que é o campo, me oferece”, enfatiza Maria Ferreira.
No NEI Rafael Barbosa Fernandes, na Folha 33, núcleo Nova Marabá, o dia começa às 7h30. Durante a manhã são servidos o desjejum e almoço. No período da tarde, as aulas iniciam às 13h30 e seguem até às 17h30 com lanche servido no início e refeição ao final.
As crianças têm um momentos de atividades dentro de sala e um momento de atividades lúdicas na área externa após o lanche, como brincadeiras direcionadas ao aprendizado e adequadas à idade deles.
A coordenadora pedagógica do NEI, Fernanda Fidélis, explica como funciona o cotidiano pedagógico no núcleo. “Nós estamos voltados para a leitura, leituras lúdicas, bastante atividades lúdicas direcionada com aprendizado para nossas crianças, no qual desenvolvem muito o gosto pela leitura, mas com o direito de brincar. Nos jardins I e II, a gente já começa a trabalhar o letramento com leituras, mas desenvolvida de acordo com a idade deles… desenvolvimento deles. E já temos crianças que conseguem ler aqui no Jardim II”, ressalta.
A professora Hellen Soares lecionava no ensino fundamental, mas afirma que se encontrou na educação infantil por gostar das atividades lúdicas e de alfabetização. Ela atua há dois anos no NEI Rafael Barbosa. “Eu gosto de alfabetizar, eu gosto de brincar, eu gosto de contar história e não tem nada mais gratificante do que ver eles se desenvolvendo. É muito bom porque você chegar e encontrar aquelas crianças com um sorrisão grande dizendo ‘bom dia'”, pontua a professora.
Nessa fase do desenvolvimento, segundo Hellen, o processo educacional, por meio do lúdico, promove na criança uma maior compreensão sobre o mundo ao seu dela.
“No maternal já está iniciando com forma, com cores. Jardim I já vai começando ali no nomezinho, já vai traçando. Já o Jardim II, a gente já inicia a alfabetização com alfabeto, com numerais. Tudo no lúdico porque eles aprendem assim. Não é aquela coisa seca, dura. Tem que ser sempre ali contando uma história, uma música com materiais concretos que eles possam sentir, tocar. Sempre assim”, reitera.
A professora Yandre Mourão também trabalha há dois anos no NEI Rafael Barbosa e se sente realizada na educação infantil, algo que sempre quis, tanto que, após terminar o ensino médio, ingressou no curso de pedagogia.
“Eu acho muito importante essa primeira fase da educação básica. Essa questão de trabalhar com o lúdico, brincar, é uma forma que eles aprendem muito mais. Então, assim foi o que mais me identifiquei foi trabalhar com as crianças. Eu gosto bastante porque elas são carinhosas, são receptivas”, destaca.
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Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio