Setembro Amarelo: Dia Mundial de combate ao suicídio alerta para cuidado com a saúde mental
O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo, já que a estimativa mundial é de 700 mil suicídios por ano. O psicólogo Thiago Mousinho destaca que esta é uma das 20 causas de morte mais comuns atualmente. Para refletir sobre os motivos que levam as pessoas a tirarem a própria vida e buscar formas de lidar com esse problema, o dia 10 de setembro é conhecido como o Dia Mundial de combate ao Suicídio.
Quando uma pessoa decide terminar com a vida, os pensamentos, sentimentos e ações podem apresentar alguns sinais. Ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Essas pessoas pensam rigidamente pela distorção que o sofrimento emocional impõe.
“Muita gente fala que a pessoa que quer se matar não avisa. Ela avisa sim. Ela dá sinais de tristeza, de desinteresse social. É importante que as pessoas que a cercam fiquem de olho nesses sinais e busquem ajudar”, comenta.
Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está pensando em se matar e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a para ajuda psicológica.
“Se a pessoa se recusar ao tratamento dá para tentar incentivar outras atividades, como academia, caminhada, estudar, dançar. Atividades físicas sempre são boas pedidas para prevenção. E assim vai tentando convencê-la ao tratamento psicológico”, ressalta Thiago.
Entre os sintomas que podem ser observados, o psicólogo destaca:
- Tristeza profunda,
- distúrbio de sono,
- pensamento negativo,
- Baixo autoestima,
- desleixo com aparência,
- dores físicas
- Rejeição,
- irritabilidade,
- Choro frequente,
- falta de vontade
- rejeição a determinados assuntos.
Alguma característica dessas deve ser investigado. O psicólogo conta que é comum atender pessoas que têm pensamentos suicidas nas Unidades Básicas de Saúde em que trabalha. Thiago atua há 8 anos na profissão, com especialidade na área comportamental. Após um ano de trabalho no CAPS – Centro de Atendimento Psicossocial – ele trabalha atualmente na UBS Enfermeira Zezinha, UBS Demósthenes Azevedo e UBS João Batista Bezerra, onde atende em torno de 10 pacientes por dia.
“Tem casos de pessoas que pensam em se matar e vem aqui, avisa. Falam que não tiveram coragem porque pensaram no filho ou na família. Por isso é importante esse apoio da família e atenção ao comportamento”, ressalta.
Na rede municipal, os profissionais estão distribuídos na Assistência Social em locais como Centro de Referência Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), Coordenadoria da Mulher, Casa Lar e Casa do Idoso.
Na Secretaria Municipal de Saúde, os psicólogos estão disponíveis em espaços como o Caps, Hospital Municipal de Marabá (HMM), Hospital Materno Infantil (HMI) e o Centro de Especialidades Integradas (CEI). O acesso a este serviço deve iniciar nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) e o encaminhamento é feito pelo clínico geral.
Texto: Osvaldo Henriques