Semed: CAES e CIL disponibilizam acessibilidade aos surdos a diversos serviços públicos
Hoje, 23, é comemorado o Dia Internacional da Língua de Sinais, três dias antes do Dia Nacional do Surdo, comemorado em 26 de setembro, data da criação da primeira escola de surdos no país, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no Rio de Janeiro.
Em Marabá, o local que atende a população com dificuldades auditivas é o Centro de Atendimento Especializado na área de Surdez (CAES) em conjunto com a Central de Interpretação de Libras (CIL), que funciona na Folha 26 ao lado da OAB. A CIL tem o objetivo de promover acessibilidade dos surdos aos serviços públicos por meio da intermediação da comunicação em Libras. O serviço é gratuito.
A Central é responsável pela parte social e presta assistência aos surdos que necessitam de um intérprete para alguma demanda social, como tirar carteira de trabalho, visita médica, problemas com a justiça. O serviço é disponibilizado aos surdos com agendamento, mediante solicitação com antecedência de 24 horas ou ainda emergencial, se imprescindível. A solicitação pode ser feita na própria central ou pelo telefone (91) 98103-6756.
“A gente recebe a demanda e vai com o motorista até o local para fazer essa interpretação em libras para que ele possa retirar seu documento, ter seu atendimento médico. Às vezes, o próprio Ministério Público ou as polícias nos procuram quando há algum caso envolvendo pessoas surdas”, explica um dos intérprete de Libras do CIL, Augusto Cezar.
A CIL possui 110 surdos inscritos, porém ainda atende surdos de outros municípios e estados.
A Central busca atuar com essas demandas suprimidas da comunidade, inclusive no que diz respeito à ofertas de emprego nas empresas privadas. “Estamos com demanda aberta para empresas, supermercados para auxiliar na contratação de pessoas da comunidade surda da cidade”, comenta.
Além dessa demanda social, o CAES também atende a área pedagógica, sendo hoje o ponto de referência para o surdo começar a aprender libras na cidade. “É como uma criança que aprende a ler. As pessoas não nascem sabendo Libras. Aqui é onde ele vai aprender e ter esse conhecimento”, explica.
Um outro trabalho prestado pelo órgão é de oralizar crianças que têm resíduo de audição, através do trabalho com fonoaudióloga e pedagoga. “Aprender a identificar sons, fazer leitura labial, muitos utilizam o implante coclear que substitui o canal auditivo. São salas específicas para essas crianças e esse trabalho”, destaca Augusto.
O Caes inclui o ensino bilíngue, Libras (Língua Brasileira de Sinais) e a Língua Portuguesa, além de Matemática, tudo no contraturno da escola regular, e faz diferença na vida das pessoas. O centro, ligado à Secretaria Municipal de Educação (Semed), atualmente atende 96 alunos, com uma equipe de oito profissionais, dentre eles há intérpretes e professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O atendimento é voltado para crianças a partir da Educação Infantil, ou seja, de três anos até adultos de todas as idades que estejam matriculados na rede pública de Educação.
O CAES conta com salas de aulas climatizadas, salas de coordenação, banheiros e refeitório. Pedagogicamente, assim como nas escolas regulares, os professores esbanjam criatividade e dedicação na confecção de materiais e recursos pedagógicos para estimular o aprendizado dos alunos.
Atos do CAES
Na manhã de sexta-feira, 16, foi realizada uma ação na Praça Duque de Caxias, em frente ao Museu Municipal, com exposição de materiais pedagógicos elaborados pelos professores e funcionários do CAES, ligado à Secretaria Municipal de Educação de Marabá (Semed).
Em 26 de setembro será realizado um momento de lazer com a comunidade surda da cidade, no clube Sintrasul, bairro São Félix. Na ocasião, haverá um almoço com brincadeiras e lazer.
“Teremos um professor de Educação Física, será uma data especial para eles, para que fiquem à vontade com suas famílias”, explica Iracelma Silva Costa, coordenadora do CAES.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio e Arquivo Secom