Seagri: No Dia Nacional da Pecuária, conheça mais sobre a produção de leite na zona rural
Marabá tem extensa área rural na qual é desenvolvida uma grande diversidade de atividades econômicas. Entre essas atividades está a pecuária que, em grande parte, também é realizada por pequenos produtores que atuam na produção de leite, por exemplo. Nesta sexta-feira, 14, é o Dia Nacional da Pecuária.
Marlene Borges mora com o esposo há 13 anos, no PA Lajedo, distante da sede do município cerca de 60km. Há aproximadamente cinco anos, eles começaram a trabalhar com gado leiteiro e logo buscaram meios para ampliar a produção, que começou com 30 litros diariamente.
Dois anos atrás, eles souberam dos projetos disponibilizados pela Secretaria Municipal de Agricultura de Marabá (Seagri) que buscam dar apoio aos pequenos produtores rurais. Aproveitando a oportunidade, o incremento, por meio do kit de irrigação voltado para o manejo de pastejo rotacionado, ajudou no aumento da produção, que chega a atingir mais de 100 litros por dia. Atualmente são 22 cabeças de gado.
Marlene conta que tiveram acesso ao kit por intermédio da cooperativa local, que sempre está em contato com a Seagri.
“O técnico vem visitar, saber se tem água, se está apto a receber ou não. Ficamos sabendo desses kits pela associação, aí foi feito o cadastro das pessoas que tinham necessidade de possui irrigação, que mexia com leite. Antes da irrigação, a gente já tinha o pastejo rotacionado”, explica a pecuarista.
Os kits de irrigação para pastejo rotacionado são compostos por: canos, motor bomba, tubos, adaptadores, arames para cerca elétrica, eletrificador de cerca, sementes, além de outros itens.
O pastejo rotacionado é importante, pois garante que o pequeno produtor possa utilizar sua propriedade de maneira racional ao colocar o gado para pastar em um piquete por vez.
Dessa forma, o produtor consegue utilizar todo o espaço a fim de garantir sempre pastagem ao gado. Cada piquete é utilizado pelo gado durante um dia. Assim, no dia seguinte, eles passam para outro piquete enquanto o anterior é adubado e irrigado para ser usado novamente quando todos os outros forem utilizados pelo gado.
Para o pastejo rotacionado, a Seagri realiza para o produtor o gradeamento e aplicação de calcário na área, além de garantir as sementes de capim.
“O técnico visita a gente. A gente pede alguma informação, dá uma ideia. Sempre que dá eles vêm visitar. Esse ano mesmo, já vieram várias vezes. Seria muito difícil. Para ter uma ideia, a gente não acha máquina disponível aqui para fazer nada. Então, eles deram esse suporte e ajudou muito. Não tenho nem muita palavra para falar de quanto eles ajudam a gente nessa parceria. Tudo o que a gente precisa, eles estão lá para ajudar o produtor”, reitera Marlene Borges.
O kit de irrigação é fundamental no período de estiagem quando não há chuvas e a vegetação seca, pois com isso a produção de leite diminui. Nesse sentido, o sistema ajuda a manter uma boa pastagem para o gado, além de manter um nível satisfatório de produção.
Dalciete Oliveira faz parte da Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Vermelho, criada com o intuito de agregar valor e fortalecer a produção leiteira da região. Atualmente, são 63 família cadastradas na cooperativa que também atende atividades secundárias como agricultura, por exemplo.
Ela também trabalha com gado leiteiro e recebeu um kit de irrigação que ajuda bastante na produção de sua propriedade.
“Eles estão todo tempo aqui dando assistência para gente. A cooperativa faz uma ponte entre o produtor e a Seagri. A gente já recebeu vários kits, não só de irrigação, mas de avicultura, piscicultura, suinocultura. A cooperativa fica responsável de juntar os produtores, fazer uma avaliação, fazer uma visita à propriedade e ver quais estão aptos, a necessidade daquela propriedade. Fazemos reunião com a Seagri e eles mandam os técnicos para fazerem as visitas e avaliações. Somos muito agradecido à Secretaria de Agricultura por essa parceria”, pontua Dalciete Oliveira.
A Técnica em Agropecuária da Seagri, Franciele Lima, explica que para o produtor ter acesso aos kits disponibilizados pela secretaria é necessário estar ligado a uma associação ou cooperativa, morar na zona rural, não ter recebido nenhum outro projeto da Seagri nos 12 meses anteriores e mostrar interesse de que vai receber e utilizar o kit.
“Tem como objetivo fomentar a atividade pecuária das famílias de produtores. Aqui no nosso estado, que tem o período chuvoso e o período seco, a demanda no período seco é bastante principalmente na produção de leite. Visando isso, a Seagri traz com apoio e ajuda para os produtores visando sempre o melhoramento”, ressalta a técnica da Seagri.
Após a implantação dos kits, as visitas técnicas continuam a fim de garantir seu bom funcionamento e uso por parte dos produtores.
“Eu relato a minha experiência de vida, o quanto melhorou com a assistência da Seagri aqui em nossa região. Não só a mim, mas eu vejo os outros produtores também que não tinham condições de pagar sequer uma hora para fazer um hectare. Hoje, eles dão a terra preparada. Você só não planta se você não quiser. Eu peço que os produtores procurem a secretaria”, explica Marlene Borges, que também recebeu o kit de apicultura da Seagri e está na fase inicial do programa.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio