SMS: Dia Mundial de Combate à Poliomielite, 24 de outubro. Proteja seu filho desta doença perigosa e mortal
A perda dos movimentos do corpo, a insuficiência respiratória e até a morte são as consequências que podem surgir em pessoas não vacinadas contra a poliomielite, mais conhecida como Paralisia Infantil. A doença contagiosa que há 24 anos havia deixado de ser uma ameaça à saúde pública devido à vacinação, atualmente voltou a assombrar o país. Justamente pela baixa procura da famosa vacina da gotinha.
Marabá não está com alto índice de vacinação contra pólio, apesar da busca ativa e das unidades de saúde abastecidas com as gotas de prevenção. Das 19.152 crianças com idades de até 4 anos e 11 meses, aguardadas para serem vacinadas no município, apenas 49% estão imunizadas contra a doença contagiosa que pode atingir crianças e adultos.
Fernando Gomes, coordenador do setor de Imunização na SMS, alerta para o problema de saúde que pode retornar ao país com força, caso a população continue recusando vacinar o público infantil contra a poliomielite.
“Antigamente quando houve o surto da poliomielite no Brasil, muitas crianças vieram a óbito, algumas ficaram sequeladas, paralíticas. Então, convoco os pais a levarem seus filhos nas unidades básicas para serem imunizadas. A vacina é prevenção e a eficácia já foi comprovada”, lembra o enfermeiro.
Pólio e os sintomas
A multiplicação do vírus da pólio começa na garganta ou nos intestinos, por onde penetra no organismo. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia flácida em um dos membros inferiores. Se as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição forem infectadas, a doença pode ser mortal. O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com mais frequência entre 7 e 14 dias.
Na maioria dos casos, a infecção pelo vírus da poliomielite pode não ter sintomas, porém, a transmissão continua ocorrendo, pois é eliminado pelas fezes e pode contaminar a água e os alimentos.
Os sintomas variam de acordo com a gravidade da infecção. Nas formas não paralíticas, os sinais mais característicos são febre, mal-estar, dores de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite. Na forma paralítica, quando a infecção atinge as células dos neurônios motores, além dos sintomas já citados, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, um dos membros inferiores.
O amor através do cuidado de vacinar
Dilamar Veloso, mãe de João Antônio, procurou a UBS para atualizar a caderneta do filho. Desde que nasceu, João já tomou 9 vacinas, agora com 4 meses, o bebê está na fase de tomar o reforço da vacina inativada da pólio (VIP). Ela é injetável, aplicada em três doses, para bebês entre 2 e 6 meses de idade.
“Fiz meu pré-natal todinho na UBS e sempre me orientaram. A vacina previne doenças, sei o quanto é importante. Claro que dói, a gente vem, eles choram, mas sabemos que é para o bem deles. Eu tenho um vizinho que não tomou essa vacina da pólio, infelizmente já é adulto e não anda justamente pela falta da vacina”, conta a dona de casa.
Alessandra Araújo, mãe do Arthur Emanuel, de 1 e 5 meses, é um exemplo de mãe cuidadosa.
“Sempre procuro estar em dia com a vacinação dele, principalmente a da VOP, [vacina via oral da poliomielite] que teve a campanha agora, eu já atualizei contra a pólio. Importante que todos venham”, disse a mãe do menino.
Tatiane Souza, técnica em enfermagem, trabalha na sala de vacina da Unidade de Saúde do Km-07, Mariana Moraes, onde o fluxo de vacina é grande, mas assim como as demais também está com dificuldades para alcançar o público da poliomielite.
“Nossos agentes de saúde vão nas casas, orientam e devido a esse trabalho temos conseguido realizar a vacina. Então, dizemos às mães que isso é muito sério, é um ato de amor pela criança. A vacina tá aqui, é pra imunizar nossas crianças e evitar possíveis complicações. Não cura, mas previne os casos mais graves da doença”, alerta.
Francisca Barbosa, gerente da UBS Marina Moraes, disse que está sendo cumprida a meta na área de abrangência da Estratégia da Família do posto. No entanto para ter êxito no trabalho, foi preciso colocar em prática a estratégia porta a porta com técnicos em enfermagem e agentes de saúde.
“Hoje estamos com cerca de 80% de cobertura, mais de 700 crianças vacinadas somente na área do Mariana Moraes. Nossos técnicos em enfermagem e agentes comunitários estão em campo. Desde a semana passada estamos com essa estratégia, com esse plano. Algumas mães ainda são resistentes, não querem acordar as crianças, não querem procurar a carteira de vacina, mas nossa equipe é persistente”, afirma a gerente.
Neste dia 24 de Outubro, o mundo inteiro lembra o combate à poliomielite que completa 25 anos de erradicação. O Dia Mundial de Combate à Poliomielite foi estabelecido pelo Rotary Internacional para celebrar o nascimento de Jonas Salk, líder da primeira equipe que desenvolveu uma vacina contra a poliomielite.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Paulo Sérgio