Saúde: Hospital Materno Infantil de Marabá realiza parto das trigêmeas Ângela, Angélica e Angelina
No fim de semana, mais um caso raro de nascimento de trigêmeos voltou a acontecer no Hospital Materno Infantil de Marabá (HMI) e, felizmente, sem nenhuma intercorrência. A jovem Raislene Lopes de Souza, 20 anos, deu à luz três meninas, Ângela, Angélica e Angelina Vitória, de parto cesáreo. As irmãs nasceram na tarde de domingo (23), saudáveis, pesando pouco mais de dois quilos cada uma. Após 24 horas em observação, elas receberam alta da UTI/UCI Neonatal da maternidade e já estão no acolhimento com a mãe. A família é da Vila Cabo de Aço, zona rural de Marabá, e tem outras duas crianças do sexo masculino, de 7 e 3 anos de idade. O último caso aconteceu em outubro do ano passado, com o nascimento das três Marias. Com esse, o HMI agora conta com cinco casos de gravidez trigemelar.
“No momento que nasceram precisou um pouquinho de aporte de oxigênio com CPAP nasal, que é aquele aparelhinho no nariz. Mas hoje [segunda-feira], de manhã foi retirado. Evoluíram bem, já estão mamando pela boquinha, não estão mais tomando leite por sonda e, graças a Deus, deu tudo certo”, disse a pediatra do HMI, Alba Valéria Rocha.
De acordo com a maternidade, a gestação durou 35 semanas e a primeira gêmea Angelina nasceu às 16h43, com 2,050 kg. A segunda, Angélica, veio dois minutos depois, às 16h45, com 2,335kg. Angelina Vitória, nasceu às 16h46, com 2,180 kg. Segundo a pediatra, Raislene esteve desde às 29 semanas de gestação sob os cuidados da equipe obstetra do HMI, que se empenhou para que mamãe e bebês tivessem toda a segurança possível.
“Os obstetras conseguiram segurar bem. Então eu quero enaltecer o trabalho deles. Foi uma parceria muito boa, ajudou demais, principalmente a essa mãe. Com três bebês é difícil segurar, mas ela conseguiu chegar com as meninas num peso bom! Só o fato de a gravidez ser gemelar já é de risco. Normalmente pode acontecer um parto prematuro, um bebê baixo peso, aumenta risco de problema respiratório, risco de infecção, risco de outros problemas decorrentes da prematuridade” enfatiza a pediatra.
Ana Paula Varela, fisioterapeuta do HMI, participou do parto e conta como tudo foi preparado para receber as meninas. “A gente já estava aguardando o nascimento desses bebês. A mãe já estava internada na enfermaria há algumas semanas. A sala de parto já estava toda equipada com equipe e tudo esperando por esse momento. As bebês nasceram bem, receberam assistência de pediatra, da enfermagem, da obstetrícia, tudo conforme o que é normal pra esse tipo de parto e foram transferidas em seguida pra UTI, onde elas receberam suporte ventilatório mínimo só mesmo pra esse primeiro momento de transição porque evoluíram para respiração espontânea rápido”, comemora a fisioterapeuta.
A primeira mamada das bebês no peito da mamãe aconteceu na tarde desta segunda-feira, 24. Emocionada, Raislene aproveitava para treinar o reconhecimento facial das filhas. Ela também está encantada com o tratamento e atenção que a família está recebendo da maternidade pública.
“Trataram a gente super bem. Sempre cuidando bem da minha gravidez também. Chegamos até aqui pensando que iam tirar elas com trinta e três semanas, daí elas iriam passar mais tempo na UCI, mas não precisou, graças a Deus correu tudo bem! Eles me deram medicamento e consegui chegar até as trinta e cinco semanas de gestação. Meu parto foi tranquilo. A sensação de eu ter as trigêmeas nos braços é muito boa. Estava vendo a hora. Estava ansiosa pra pegar, ver elas”, descreve a Raislene.
Gravidez trigemelar pegou família de surpresa
Raislene Souza, a mãe das meninas, é dona de casa e casada com Jailton Oliveira, de 23 anos, que trabalha como braçal. O casal ainda está em choque com a gravidez rara e divide a emoção com a preocupação, já que tem outros dois filhos para cuidar. A gravidez trigemelar só foi descoberta com 26 semanas durante uma ultrassonografia para descoberta do sexo do bebê.
“Eu estava fazendo as consultas de pré-natal, tudo certinho. Ele estava pra fazenda e eu vim pra cá pro Marabá pra bater a ultrassom e saber como era que estava e tive a surpresa que eram três. Eu que estava vendo não acreditei e quando contei a ele falou que eu estava brincando. Eu dizia que meu sonho era ter gêmeos, aí vieram três. Deus me deu mais uma de brinde”, sorrir com ar de preocupação, a jovem mãe.
Hospital faz campanha de doação para ajudar família
A família já está sendo ajudada pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários há cinco meses, com cestas básicas e enxoval. Para ajudar ainda mais os pais, que agora tem cinco filhos, a equipe do HMI iniciou uma campanha para doações, que podem ser feitas na recepção do hospital ou pelo telefone (94) 3322-5751.
“Os interessados podem ainda entrar em contato com nossa assistência social para maiores informações”, informa Alcileia Tartaglia, diretora administrativa do HMI.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento