SMS: Marabá participa de inquérito nacional sobre Hanseníase do Ministério da Saúde
Os pacientes que passaram por tratamento de Hanseníase e receberam alta na Unidade Básica de Saúde Emerson Caselli, no Bairro Liberdade, estão sendo aguardados até a próxima quarta-feira, 09, para participar de uma avaliação denominada Inquérito Nacional em Prevenção de Incapacidade Física em Hanseníase, por uma equipe de profissionais ligados ao Ministério da Saúde. O objetivo é coletar dados para a construção de políticas públicas para o combate à doença e prevenir as sequelas deixadas pela infecção, mesmo após a alta.
“A gente ainda continua com o papel de acompanhar o histórico deles, saber como está a medicação, a evolução da doença, porque a gente sabe que é um tratamento demorado. Então esses pacientes que estão sendo consultados, é exatamente pra verificar se eles estão 100 % curados ou se ainda tem alguma resistência da bactéria”, explica Ary Eduardo Silva, gerente da UBS.
De acordo com Gisele Leite, coordenadora do departamento de Doenças Crônicas da Secretaria Municipal de Saúde, por enquanto, o trabalho será desenvolvido somente na UBS Emerson Caselli. Ela foi escolhida pelo Ministério da Saúde em virtude de ser a unidade onde se têm o maior número de diagnósticos e de alta por cura da Hanseníase.
“É importante destacar que esse trabalho do Ministério da Saúde é a nível nacional e o município de Marabá está entre os escolhidos para participar de diversos trabalhos e capacitações, inclusive essa já é a segunda vez no ano, que os profissionais ligados ao Ministério da Saúde estão no município desenvolvendo ações ligadas à Hanseníase. Acreditamos que essa parceria deve continuar para o próximo ano”, ressalta Gisele Leite.
Jovina Malcher, enfermeira e técnica da Coordenação Estadual de Controle da Hanseníase da Secretaria de Saúde do Estado (Sespa), ressalta que devido ao comprometimento neurológico, a Hanseníase é uma doença capaz de provocar deformidades e incapacidades físicas antes, durante e até mesmo após o tratamento, daí a importância do inquérito.
“Hanseníase não basta só tratar com medicamento. Precisamos avaliar as funções neurológicas do paciente, porque se o diagnóstico for tardio ele já pode chegar na unidade com sequelas, com comprometimento dos nervos periféricos e isso é o que a gente chama de incapacidade. Pode ser um olho que não fecha, a mão sem garra, um pé que não consegue andar direito, sai arrastando, então isso é muito forte e o próprio paciente se estigmatiza”, destaca a coordenadora.
Jovina Malcher destaca a importância do próprio paciente e da população em geral, entender a necessidade do diagnóstico e da prevenção, ao invés de estigmatizar as pessoas que têm hanseníase e/ou de alimentar preconceitos sobre a doença.
“Entender que é uma doença que tem cura como qualquer outra. É menos forte do que um câncer, um tumor maligno daqueles bem difíceis de curar e que na maioria das vezes é fatal. A melhor forma de diagnosticar cedo a hanseníase é a prevenção. Se auto examine! Se vê qualquer manchinha no corpo tem de procurar a unidade de saúde. Se for hanseníase, quando diagnosticada cedo não vai ter nenhuma sequela. Vai tratar, vai ficar bem como todo mundo. A doença leva anos para se desenvolver, uma média de cinco anos, até o bacilo provocar a doença num corpo que já está com ele. Ela é muito silenciosa e as pessoas se desligam”, observa Jovina.
Participam da equipe de profissionais, além da enfermeira Jovina de Belém do Pará, a fisioterapeuta Alexandra Costa e a enfermeira do Amazonas Maria Anete Queiroz. Os atendimentos estão sendo feitos até o dia 09, no horário de funcionamento da UBS, de 08h às 17h, com intervalo para o almoço.
Atualmente, Marabá realiza atendimento a 176 pessoas que fazem o tratamento na rede municipal de saúde.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento