Marabá que canta: Parceria entre SESC e SEASPAC promove oficinas de musicalidade para adolescentes do CRAS Amapá
A arte (música) faz parte do processo de descoberta de talentos, gostos e aptidão. A frase é do Fabrício de Oliveira Chaves, orientador social do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro Amapá, ao perceber os resultados com o Sesc (Serviço Social do Comércio), em que alunos de música e meio ambiente do SESC levaram para os adolescentes do grupo de Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do CRAS Amapá um projeto de musicalidade, o Laboratório X: Por Uma Marabá Sustentável, como parte da programação Mapa Gigante Cultural.
As ações, que acontecem semanalmente, atendem 10 adolescentes atendidos pelo CRAS, inclusive indígenas venezuelanos Warao, sendo cinco no turno da manhã e cinco à tarde, como explica o orientador social do CRAS, Fabrício de Oliveira Chaves.
“Nós temos diversos grupos de convivência (crianças, idosos, mulheres e adolescentes. Nós trabalhamos essas vivências comunitárias e laços sociais, daí buscamos da melhor maneira possível fazer inserção social desses sujeitos sociais para que eles tenham uma autonomia. Então, o SESC buscou uma parceria conosco para atender o público adolescente que está em situação de vulnerabilidade social, em que esses adolescentes participam algumas vezes na semana, no SESC, de atividades de musicalização”, relata.
Entre as atividades desenvolvidas com eles estão oficina de música e meio ambiente, práticas de canto, violão, teclado e bateria, ensaio de músicas locais, debates sobre a geografia da região e história do município, práticas de reciclagem ecológica e conscientização de armazenagem do lixo. Por meio dessas oficinas, os adolescentes entram em contato com instrumentos rítmicos e recursos didáticos voltados à música, como o Bambu e Ouriço, entre outros.
“A experiência de trabalhar com alunos atendidos pelo CRAS é de grande valor pela ocasião de ensinar e conviver com jovens que expressam saberes e experiências bastante atraentes no mundo da pesquisa de educação com especialidades em tecnologias da informação e comunicação”, ressalta Ronny Ramos, professor no Sesc.
O orientador social explica que o projeto já está dando bons frutos, principalmente entre os Warao. “Por meio dessas atividades, percebemos o quanto esses grupos são interligados à arte, como eles conseguem se expressar e mudar, até mesmo, comportamentos através da música, porque podem expressar sentimentos. A gente percebeu um grande avanço deles, uma referência dois adolescentes Warao (Andry e Rosalba), que tinham dificuldade com a língua portuguesa escrita e falada, mas através da arte, conseguem se expressar, conseguiram desenvolver muitas habilidades musicais e outras”, ressalta.
As atividades de musicalização serão encerradas com uma apresentação aberta ao público, no Sesc, no dia 25 de novembro. As ações de música, em parceria com Sesc, estão previstas retornarem fevereiro de 2023.
“Essa parceria nos mostra a importância que a inserção social das Crianças e Adolescentes é feita de forma coletiva e todos nós somos participes nesse processo de construção da pessoa, pois um sonho não se constrói sozinho, sendo assim a arte (música) faz parte desse processo de descoberta de talentos, gostos e aptidão, tornando adolescente capazes de ver um mundo de uma forma mais criativa e sobretudo a valorização e perpetuação da arte e da cultura”, completa Fabrício Chaves.
Esse evento é resultado da primeira ampliação da pesquisa de música e meio ambiente a nível escolar e comunitário realizada no Sesc, em Marabá – PA, dentro da exposição “Histórias de Minha Cidade”, uma parceria entre o Sesc Pará e o Instituto Casa D’Água de Natal – RN.
Entenda sobre o projeto
Esse projeto pretende analisar recursos tecnológicos, bem como esbanjar raciocínio de atividades criativas, possibilitando vivências e experiências, desde o olhar de um aluno ao visionário fértil pensamento docente que inclui o debate sobre o meio ambiente regional. São várias as ferramentas que possibilitam recursos didáticos, entre eles Bamburiço, Flauta-Bam, Dama, Dominó, Google Class, Google Forms, Gloogle Search, Youtube, Redes Sociais, dentre outros.
“É com dinamismo investigativo que se buscam o aprimoramento com mais entendimento e clareza dos objetivos a que nos são apresentados dia após dia no Sesc Marabá em parceria com o Cras do bairro Amapá. Nessa constância do ensino/aprendizagem vão se construindo raízes e descobertas magníficas de um mundo de informações ricas e empolgantes com a Flauta-Bam e o Bamburiço. Mais significativo ainda é disseminar a educação dos frutos de uma região que faça parte da vida de muitos alunos (brasileiros e venezuelanos), que sempre certamente estarão com mentes abertas e com grandes sonhos em Marabá, Pará – Brasil”, reitera o professor Ronny Ramos.
Texto adaptado de Ronny Ramos e Fabrício de Oliveira Chaves
Fotos: Divulgação SESC e CRAS Amapá