Marabá que canta: Músicos raízes são reconhecidos na região e têm trabalhos divulgados nacionalmente
Das muitas vozes marabaenses que se destacam na música, duas delas são inconfundíveis e caíram no gosto popular. O sertanejo Júlio César e a cantora Nenzinha Oliveira são celebridades reconhecidas em Marabá e região. Ambos já seguem com trabalhos divulgados nacionalmente.
Júlio César começou a carreira ainda na adolescência, aos 13 anos. E foi na raça que ele começou a trilhar os caminhos da música. A inspiração veio da dupla Zezé di Camargo e Luciano, da qual o cantor sempre foi fã. Ele revela nunca ter estudado música, mas o entrosamento com a arte não foi tarefa difícil para o sertanejo, que esteve quinze anos longe do Pará em busca dos sonhos.
“Nunca fui numa escola de música, mas aprendi a tocar teclado, violão, viola, piano, tudo nessa vocação de querer ser um cantor, um artista, ser reconhecido nacionalmente. E até hoje eu tenho buscado isso. Mas a inspiração começou quando surgiu Zezé di Camargo e Luciano. Eu não tinha condições na época e aí fui buscando. Alguns vizinhos já cantavam e quando dava uma folguinha no violão eu já pegava e ficava tentando fazer o que ele fazia. E foi isso! Meu primeiro violão, pra ter noção, eu troquei numa única calça que eu tinha” conta o cantor.
O sertanejo que atualmente canta nas noites marabaenses e realiza shows pela região, além de ter paixão pela arte também faz dela seu ganha-pão.
“A música também é trabalho. Vivo único exclusivo da música. Fui embora de Marabá aos dezessete anos no intuito de virar cantor. Depois voltei pra visitar e lançar uma música e até hoje, nunca mais saí daqui. Na verdade, não tenho pretensão, eu costumo dizer que se a música tiver que acontecer, ela vai daqui pra lá e a gente tem um meio de transporte”, ressalta.
A determinação que levou Júlio César a seguir carreira musical trouxe bons frutos pra vida do cantor. Já são dez músicas gravadas e no momento os trabalhos estão voltados para a gravação de um EP.
“Já começou a tocar essa semana nas rádios, a música História repetida, e tem gente me mandando áudio, dizendo que essa música tem tudo pra acontecer. Então, a gente tá finalizando-a. Vamos fazer um clipe dessa música também. Tá no forno mesmo. E a gente vai fazer esse EP e um clipe, pra logo lançar em todo o Brasil se Deus quiser. Estou caminhando pra isso”, disse o sertanejo.
Nenzinha Oliveira desponta no ritmo calypso e já ganhou diversos festivais de canção
A relação da cantora Nenzinha Oliveira com a música também foi desde cedo em uma grande afinidade com o microfone. Mas foi participando de festivais de canções em Marabá que ela teve confirmado o talento vocal. Entrou no mundo da música, aos 17 anos, interpretando variados estilos, sendo o calypso o carro chefe da carreira da cantora.
“Quando eu me entendo, a gente já consegue ter uma sintonia com a música. Eu gostava muito de ouvir desde criança todos os estilos. A minha primeira aproximação com a música foi no FECAM de 1998, então daí, nunca mais parei. Veio surgindo outros festivais, ganhei em primeiro lugar. Já fiquei em segundo, mas tudo começou do FECAM. A música pra mim é tudo, é minha inspiração, é o meu trabalho, é o meu viver. Quando a gente nasce com talento, com aquela sina de ter aquilo na vida, já vira trajetória”, comenta a cantora.
Nessa trajetória a cantora que venceu festivais como o Canta Marabá, ainda continua trilhando por esses caminhos. Tem gravadas quatro músicas, inclusive a mais recente, “Verão Multicor”, e atribui a essa arte, as conquistas pessoais. O sucesso na profissão é a meta para a qual tem trabalhado dia após dia.
“Através da música eu já consegui, graças a Deus, sustentar meus filhos, ter minha renda financeira. E Marabá pra mim é minha cidade. Comecei aqui, nasci aqui, me criei. É uma cidade que acolhe. Às vezes não é muito favorável ao artista da cidade, mas a gente vai se enquadrando, vai dando certo. Estão surgindo novos trabalhos e um novo clipe em breve. Tô querendo também gravar umas músicas, vai ter coisa boa, no começo do ano”, revela Nenzinha.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento
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