Semed: Em Marabá, escolas públicas oferecem atendimento especializado para alunos PcD
O atendimento educacional especializado (AEE) tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Dentro disso, foram criadas em várias escolas de Marabá as salas de recursos, que são salas de apoio para atender crianças com deficiência, seja ela mental ou física.
A Escola de Ensino Fundamental Salomé Carvalho é uma das escolas que conta com essa sala e atende hoje 31 crianças não só da escola, mas de outras também. Segundo a diretora Claudenice Batista, a sala de recursos conta com um plano de ação próprio.
“Aqui temos o Plano de Educação Individual (PEI) que as pedagogas desenvolvem para trabalhar com cada aluno individualmente, respeitando a especificidade de cada deficiência, de cada aluno”.
Claudenice ressalta ainda a importância de ter esse apoio. “A sala de recursos dentro de uma escola se tornou essencial, porque temos um público muito grande com deficiência. Essa sala só veio contribuir com a permanência dessa criança na escola para garantir de fato a inclusão. As escolas públicas estão de parabéns. Temos vários alunos que saem da escola particular para pública porque lá eles não têm esse suporte. Seria importante se toda escola pudesse ter uma sala de recursos para atender essas crianças”, elucida.
De acordo com a pedagoga especializada em Educação Especial e Inclusiva, Vanderlanja Rodrigues, as crianças passam por uma triagem dos professores em sala de aula e vão para a avaliação das pedagogas responsáveis pela sala de recursos. Depois disso, são encaminhados para o Departamento de Educação Especial da Semed, onde cada caso é analisado e uma equipe multiprofissional composta por psicólogo, psicopedagogo e assistente social vai até a escola conversar com os alunos e os pais ou responsáveis. A partir disso, os que têm perfil para participar da sala de recursos começam as atividades de acordo com o que foi planejado no PEI.
Vanderlanja explica ainda quais recursos a sala possui.
“Temos bastante recursos, graças a Deus. Nós temos impressora 3D, impressora multifuncional, notebook, computador, várias pranchas adaptadas para a realidade de cada uma das deficiências e uma infinidade de jogos”.
Além das atividades, as pedagogas ainda fornecem orientações aos professores de sala de aula sobre como podem adaptar os conteúdos para a realidade do aluno especial.
O aluno do 6º ano, M. V. da Silva, é acompanhado em sala de aula por um estagiário e na sala de recursos por uma monitora para ajudar com as tarefas de casa. Ele participa das atividades no período da tarde e diz que o que mais gosta na sala de recursos são as atividades de leitura. “Gosto de fazer esses exercícios, de ler, escrever e dos jogos. Aqui é bom. Aprendo muito. Minha mãe me tirou de outra escola e me colocou aqui por causa dessa sala”, afirma.
A copeira hospitalar e mãe de Marcos, Marli da Silva, viu uma grande evolução no desenvolvimento do filho.
“Eu notei o desenvolvimento dele para melhor, porque na escola que ele estudava antes não tinha a estrutura que tem agora. O colégio é público, porém tem a diferença de ser melhor que o particular. Não tinha o AEE, não tinha o acompanhamento que ele está tendo agora. Então nesses dois meses eu notei muita diferença nele”, elogia.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Jonathas Pontes Athias também conta com uma sala de recursos cheia de materiais para ajudar nas atividades com os alunos. Segundo a pedagoga especializada Núbia Fialho, toda escola deveria ter uma sala adaptada.
“É uma sala aconchegante, que proporciona ao aluno ficar mais à vontade, ficar próximo da gente, ter aquele contato do professor da sala do AEE com o aluno”, justifica.
Núbia explica que as pedagogas passam por uma formação para estar na sala. “Essa formação demonstra como a gente vai trabalhar na sala de recursos com essas crianças e são atividades em cima do aprendizado deles, das dificuldades que eles têm. São jogos adaptados, atividades adaptadas, jogos em computadores e assim a gente vai trabalhando”.
Os alunos ficam na sala de recursos no contraturno, ou seja, no horário inverso ao que estuda, duas vezes por semana, durante uma hora e meia.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Sávio Calvo