Secult: Grupo Cazumbá promove oficinas de teatro e dança na Biblioteca Municipal
Na manhã de quarta, 12, o Instituto de Arte Cazumbá, com sede no Maranhão, promoveu na Biblioteca Municipal Orlando Lobo, uma oficina para expor conhecimentos sobre dança e teatro, de forma gratuita ao público. O oficina foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura (Secult). O projeto faz parte do “Cazumbá na Estrada” e é alusivo ao aniversário de 50 anos do grupo, que comemora a data festiva circulando por várias cidades da região, como Açailândia e Santa Inês, no Maranhão, além de Marabá, no Pará.
O jornalista fundador e diretor do Instituto Cazumbá, Américo Azevedo Neto, explica que o grupo baseia-se na cultura regional do Maranhão para promover as apresentações.
“A gente utiliza o folclore como matéria-prima, mas a gente não faz folclore, a gente faz teatro. O teatro é que determina nossa diretriz, determina o nosso rumo e as nossas ações. Então a gente leva ao público o folclore em forma de teatro, o folclore do Maranhão”, expõe.
O termo cazumbá é uma figura folclórica que representa um Boi do Maranhão, similar ao Bumba-Meu-Boi. Atualmente, o grupo é composto por 50 integrantes, entre atores, dançarinos e demais funções necessárias. O professor de dança Victor Portela, 33 anos, atua há 11 anos no grupo e destaca a relevância de levar os conhecimentos adquiridos na carreira artística, ao público, em forma de oficinas.
“Agora é a melhor parte, a cereja do bolo, como a gente fala. A hora de mostrar o trabalho já feito. A gente já trabalhou muito e agora é hora da gente passar isso, passar nossa experiência, passar aquilo que a gente tem de melhor, nos outros estados e cidades. Aqui em Marabá também tem muitas atividades culturais, muito grupo de dança. E a nossa intenção é mostrar o que a gente tem de melhor pra vocês, a partir disso, conseguir reconhecer de verdade o que vocês têm de bom, no que se inspirar, trazer, fazer uma oficina, um laboratório para tentar melhorar”, afirma.
No encontro, vários alunos da Escola Estadual Plínio Pinheiro participaram, acompanhados pela professora de Língua Portuguesa das turmas, Laura Luíza. Para ela, é uma oportunidade para desenvolvimento em várias áreas dentro da disciplina.
“Nós temos um projeto permanente na escola que é o Plano Plurianual (PPA), que tem vários projetos como o de leitura. E os alunos que trouxemos hoje são justamente os que fazem parte do projeto de leitura e de dança. A gente tenta fazer uma parceria com a biblioteca para desenvolver alguns projetos na escola e participar de algumas oficinas, como essa hoje. É muito importante você tirar o aluno da sala de aula e ir pra prática pra ele fazer uma oficina dessa de teatro, para desenvolver na área de Língua Portuguesa, a oratória, a fala, o discurso, a linguagem. Então é bom para a formação intelectual dos nossos alunos”, aborda a educadora.
Lívia Carvalho, 15 anos, estudante do 2º Ano do Ensino Médio, revela que a oficina deve contribuir bastante em sua formação escolar.
“Eu achei muito interessante, porque é sempre bom a gente ouvir a história das pessoas e as experiências delas. Compartilhar experiências é incrível e eu acho muito interessante. Eu gosto muito de música, toco violão e canto. Então para mim é muito interessante, porque envolve a música também”, comenta.
Além da comunidade escolar, alguns representantes de grupos de danças também participaram da formação. Um deles é o pedagogo Raí Wanderson Sales, 35 anos. Ele atua como coordenador da Quadrilha Junina “Gigantes do Norte” e da Companhia de Dança “Canauã”. Ele afirma que conhecimentos como este precisam ser repassados.
“É de grande importância porque o município adquire esses conhecimentos e também perpassa para os outros. Eu como um facilitador, oficineiro, posso dividir esses conhecimentos. Tudo que eu aprendo, eu divido com a comunidade e com os que participam do meu grupo. Isso vem para abrir mais o nosso conhecimento cultural e também para os olhos da nossa cultura no nosso município em Marabá. Eles estão trazendo a forma cultural deles, do estado deles, do município e da comunidade deles, para dividir aqui em Marabá. Isso é de grande importância e valia ao município, para que revejamos novas linguagens, tanto na área cultural, como na área social”, finaliza.
Texto: Sávio Calvo
Fotos: Sara Lopes