Semed: CAES promove 1º Mostra de Libras em comemoração à legislação que formalizou Língua Brasileira de Sinais
A exposição é aberta ao público externo, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30, e vai até esta quinta, 27.
Nos dias 23 e 24 de abril são, respectivamente, o Dia Nacional de Educação de Surdos e o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Além disso, em 2002, a Lei 10.436, de 24 de abril, reconheceu a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão.
Para celebrar os 21 anos da legislação, o Centro de Atendimento Especializado na área da Surdez Professora Noelini Costa (CAES), promove a 1ª Mostra de Libras, com exposição dos materiais didáticos utilizados na educação dos alunos surdos e deficientes auditivos do Centro, além do “Circuito em Libras”, onde o visitante chega no CAES para conhecer o trabalho e, durante a visita, aprende um pouco da história da Língua de Sinais. O público também irá passar pelo “Libras Express”, que é a prática dos principais gestos de saudação, antes de visitar as salas de aula, como “bom dia”, “obrigado”, “desculpe”, “Deus te abençoe” etc. O evento começou na segunda (24) e segue até dia 27 de abril.
“Sabemos que essa Lei foi um marco histórico para a comunidade surda, pois garantiu a LIBRAS como a L1, a primeira língua do surdo. E hoje nós estamos comemorando essa vitória. Então, a nossa primeira mostra traz a exposição dos nossos materiais, mostrando que a LIBRAS é uma das ferramentas que traz a comunicação e também a acessibilidade, um dos principais, além da inclusão e valorização da pessoa surda na sociedade”, aborda a atual coordenadora do CAES, Michelly Matoso.
Atualmente, o Centro atende 50 alunos, a partir dos 3 anos, até a fase adulta. O ensino é voltado aos surdos e deficientes matriculados em todas as escolas públicas de Marabá. Eles são atendidos no contraturno da escola regular.
“Aqui eles são alfabetizados na Língua Brasileira de Sinais e também na Língua Portuguesa como segunda língua, o que é conhecido como a L2, na modalidade escrita”, reitera a coordenadora.
Em conversa com o professor surdo Diego Fiúza, interpretada pela Iêda Léa, no início da criação do CAES em Marabá, o ensino foi um pouco desafiador, pois era necessário realizar mais adaptações para que os alunos aprendessem melhor.
“Quando eu cheguei para trabalhar do 6º ao 9º ano, ainda era na escola Jonathas Pontes Athias, e fiquei pensando como eu vou ensinar as crianças. Fiquei um pouco assustado, porque faltava adaptar as atividades para eles. Mas usei vários materiais adaptados em Libras, fui pesquisar e as coisas foram se desenvolvendo e eu comecei ver as crianças se desenvolverem. Eu fico admirado hoje com o Caes, porque está totalmente diferente. Fico muito admirado e emocionado com tudo isso”, expressa o educador.
A emoção também é compartilhada pelos professores surdos Luciano Gonçalves e Hugo Freire.
“É muito importante para o Brasil e para o Caes a língua de LIBRAS, para ensinar os alunos surdos a participar, é importante eles aprenderem a desenvolver. Eu fico emocionado em ver as crianças usarem várias estratégias e materiais adaptados para eles aprenderem”, expressa o educador Luciano.
“Quando eles começam aqui no Caes, a gente vai mostrando os sinais e eles vão copiando. Mas muitas vezes eles não conseguem e a gente usa algumas estratégias, como os animais e imagens. Aí sim, ele aprende e desenvolve a Língua. Aí sim, ele começa a ser incluso na sociedade porque agora ele conhece, de fato, a Libras, pois ele começa a ter uma comunicação pela Língua de Sinais e se tornando aí uma referência”, enfatiza o professor Hugo.
A exposição é aberta ao público externo, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30, e vai até esta quinta, 27. O CAES fica na Folha 26, Quadra 01, Lote 25, próximo à OAB, Nova Marabá.
CIL
É importante relembrar que Marabá dispõe da Central de Interpretação em Libras (CIL), a qual já faz o atendimento ao público externo, com atendimentos de segunda a sexta, das 8h às 17h30min . O CAES atua junto a ele por meio dos intérpretes, inclusive aos finais de semana, quando solicitado.
O serviço é disponibilizado aos surdos com agendamento, mediante solicitação com antecedência de 24 horas ou ainda emergencial, se imprescindível. A solicitação pode ser feita por meio do telefone (94) 98103-6756.
A Central é responsável pela parte social e presta assistência aos surdos que necessitam de um intérprete para alguma demanda social, como tirar carteira de trabalho, visita médica, problemas com a justiça, bancos, etc.
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Texto: Sávio Calvo
Fotos: Sara Lopes