Dia do Assistente Social: Profissional é elo entre as políticas públicas e pessoas em vulnerabilidade social
Contribuir para um mundo com igualdade de direitos é uma das principais missões do Assistente Social, profissional fundamental para a garantia desses direitos e acesso às políticas públicas, que colabora com a promoção do bem-estar social, dedicando-se a lutar pelos direitos humanos e por melhores condições de vida para grupos sociais vulneráveis.
No dia 15 de maio, celebra-se o dia deste profissional que é fundamental para o atendimento às famílias em situação de risco social. Uma dessas profissionais é Carmem Lúcia Martins da Silva Peres, de 38 anos, que atua no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) de Morada Nova.
Carmem Lúcia se apaixonou pela profissão desde os primeiros momentos de sua vida acadêmica, no curso de serviço social. Natural de Nova Ipixuna, distante cerca de 60 quilômetros de Marabá, deixou a vida de vendedora e se dedicou integralmente ao trabalho de conhecer e ajudar as famílias na garantia de direitos fundamentais.
“Foi uma descoberta lenta, pois eu era do campo de vendas, porém tive muita afinidade com a população mais vulnerável e me fazia a pergunta por que eu me identificava mais com a população mais vulnerável? Eu gostava de contribuir com as pessoas, com as famílias. Eu passei 12 anos fora da escola e depois ingressei na faculdade de serviço social e me apaixonei logo de cara e assim foi acontecendo. Hoje é minha vida, é isso que eu faço e assim eu sou feliz”, revela Carmem Lúcia.
Depois de concluir o curso de serviço social, Carmem Lúcia se inscreveu no concurso da Prefeitura de Marabá em 2020, sendo aprovada em segundo lugar e logo convocada para assumir a vaga.
“Eu tentei o concurso só para verificar como seria uma prova de curso superior e fiz na cara e coragem. Quando veio o resultado, fiquei em segundo lugar numa cidade do porte de Marabá. Eu fiquei em êxtase, eu e toda minha família, pelo histórico de sofrimento, de vulnerabilidade. Foi uma grande vitória”, conta.
Carmem Lúcia lembra das dificuldades enfrentadas para estudar. De origem humilde, ela também teve que conviver com a falta do pai, que faleceu quando ela tinha apenas 27 dias de vida. Aos 17 anos, enfrentou a perda da mãe. Caçula, recebeu dos irmãos o carinho, o cuidado e a atenção que precisou para crescer e vencer os desafios da vida.
“Eu sou a primeira pessoa da família que concluiu um curso superior. Sou a caçula de oito irmãos e não conheci meu pai. Perdi minha mãe e meus irmãos sempre cuidaram de mim e cuidam até hoje como uma filha. Agora me sinto no dever de cuidar, não só da minha família, mas tantas outras famílias”, relata.
Como assistente social, Carmem Lúcia foi lotada no CRAS do bairro Bela Vista e posteriormente foi transferida para o CRAS de Morada Nova. No novo local de trabalho, Carmem Lúcia conheceu diversas famílias assistidas pelos serviços ofertados pela Secretaria de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários de Marabá (Seaspac), e suas distintas realidades.
“É difícil e eu sempre digo que todo dia é um desafio diferente, uma vulnerabilidade diferente, mas assim, quando você ama o que você faz, as coisas ficam fáceis. Você faz com amor e as pessoas entram em conexão, você causa um impacto positivo na vida de uma família e você pode contribuir de forma a desenvolver para passar de uma situação de vulnerabilidade e risco social para uma situação melhor. É muito gratificante. Isso não tem preço”, pontua.
Carmem Lúcia já é uma referência para os futuros profissionais, como a estagiária e estudante de serviço social, Cleane Pacheco dos Santos. Ela conta que trabalhar com Carmem Lúcia é um aprendizado diário e que faz diferença trabalhar com alguém que compartilha conhecimentos.
“Para mim, é muito gratificante trabalhar no CRAS, ser estagiária e trabalhar com a Carmem Lúcia, pois aprendo muito com ela todos os dias. Eu me identifico muito com o curso e estou vendo que é isso que eu quero mesmo. É a profissão que me identifico e eu acredito que vou fazer o meu melhor”, relata Cleane Pacheco.
A dedicação de Carmem Lúcia ao trabalho ajuda a transformar a vida de muitas pessoas em uma atividade que é de fundamental importância para a rede de assistência social do município, pois é o assistente social que faz as análises e os devidos encaminhamentos para os programas sociais do governo federal, por exemplo.
“Aqui, trato todos com muita humanidade. Organizo a sala, chamamos todos pelos nome. Aqui a atenção para todos é igual e me realizo no atendimento às pessoas; a busca por melhoria a cada dia. Eu gosto de fazer a diferença na minha vida e na vida das pessoas”, conclui Carmem Lúcia Peres.
O Dia do Assistente Social é celebrado desde 15 de maio de 1962 e foi instituído por meio de decreto, que regulamentou também os conselhos que regulam a atividade profissional.
Segundo o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), existem hoje cerca de 200 mil profissionais registrados no Conselhos Regionais de Serviço Social.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Paulo Sérgio Santos