Semana do Meio Ambiente: Projeto Jovem Ambientalista conscientiza alunos de São Félix
Três dias por semana, bolsistas da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e alunos das escolas públicas do Núcleo São Félix têm um encontro marcado para pesquisar, experimentar e discutir sobre questões socioambientais da região. As ações fazem parte do Projeto Jovem Ambientalista que realiza práticas sobre estudos do solo, plantio, processo de germinação, visitas aos moradores da região, entre outras atividades.
A atividade faz parte das ações desenvolvidas pelo Núcleo de Estudos em Educação Ambiental da Unifesspa (Neam), que incluem também o Projeto Quelônios, que realiza o manejo e garante a preservação dos quelônios no Rio Tocantins, e um programa de formação continuada em educação ambiental dos professores da rede pública.
As atividades são realizadas em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Secretaria Municipal de Educação (Semed), Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) e Eletrobrás. O projeto Jovem Ambientalista conta também com apoio da igreja católica, através da cessão do salão paroquial localizado na Praça São Félix, onde ocorrem as aulas.
“O objetivo, como o nome do projeto diz, é formar jovens ambientalistas. Então trabalhamos a perspectiva de educação ambiental crítica, permitindo que os estudantes que estariam ociosos em casa, venham aqui e atuem socialmente e ambientalmente no bairro. É importante saberem a realidade de onde moram, ter conhecimento e formular o pensamento crítico em uma construção coletiva e construtivista”, explica a coordenadora do Projeto e aluna de geografia da Unifesspa, Ana Lúcia.
Ela, que está finalizando seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), relata que a experiência com os alunos tem sido muito prazerosa e produtiva. “Para mim, ter essa experiência para formação acadêmica e profissional está sendo muito importante e gratificante. Vemos a empolgação deles nas atividades, principalmente nas partes práticas. Ficam entusiasmados, observam coisas que não observavam”, relata a formanda.
Matheus Barbosa da Silva, 15 anos, confirma a visão da professora. Para ele é o melhor projeto do qual já participou.
“Sempre gostei de mexer com meio ambiente, natureza. Aparecer essa oportunidade aqui no nosso bairro é uma iniciativa muito bacana”, comenta o estudante da Escola Walquise Viana.
Ele conta que além do conhecimento adquirido, o projeto também tem sido muito divertido. Sua atividade preferida é Estudo do Meio, quando os estudantes saem para as atividades práticas e visitam as pessoas da comunidade. “Já aprendi muitas coisas, fiz novos amigos, aprendi sobre tipos de plantas e características. Gosto quando saímos para visitar as pessoas, conhecer os tipos de plantas que elas conhecem, como elas cuidam, colher amostras. Ter esse contato mais natural e ao ar livre é muito legal”, relata o estudante.
Os encontros costumam ser divididos em três partes: na terça-feira são desenvolvidas ações teóricas dentro do salão paroquial, na quarta-feira são realizadas caminhada no bairro e rodas de conversa com moradores, e na quinta-feira eles retornam ao salão para pôr em prática o que foi aprendido e observado nas ruas.
A aluna Alice Eduarda, 13 anos, comenta que gosta de participar das atividades, que são diversas.
“A primeira vez que vim, vimos um vídeo que foi bem interessante sobre o crescimento da planta desde a semente. Também achei bem interessante as atividades de rodas de conversa e o que ensinam para gente. É muito bom. E essa atividade de mexer com a terra, ver o crescimento das plantas é minha preferida”, conta a aluna da Escola São Félix.
A coordenadora do Neam, Cristiane Cunha, ressalta que cerca de 40 alunos se matricularam no projeto, mas que as portas estão sempre abertas para novos estudantes que queiram participar das atividades.
“O projeto é desenvolvido há alguns anos. Sempre elegemos, a pedido das escolas, a comunidade em que as ações são desenvolvidas. Este ano estamos no São Félix. Visitamos as escolas, fazemos a distribuição, conversamos com professores que nos auxiliam a trazer os alunos e estamos sempre abertos a quem queira colaborar ou participar”, completa Cristiane.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Nathalia Costa