Educação: 75% dos produtos adquiridos da alimentação escolar são da agricultura familiar
Com um cardápio variado e cheio de proteínas e vitaminas, o Departamento de Alimentação Escolar (DAE) da Secretaria Municipal de Educação (Semed) contribui, de forma decisiva, para o melhor rendimento dos estudantes da rede pública de ensino de Marabá.
Atualmente, em média, 70 mil alunos do ensino fundamental e médio são atendidos com a alimentação escolar de qualidade em todas as escolas do município nas zonas urbana e rural. E todos esses produtos da alimentação escolar tem sua origem bem definida.
Faz parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Fundo Nacional de Desenvolvimento a Educação (FNDE), os quais exigem que 30% dos produtos da alimentação escolar sejam adquiridos da produção familiar da região. Este ano, o DAE conseguiu um número bem mais expressivo e alcançou mais de 70% dos produtos da agricultura familiar.
“Esse aumento se dá pela variação do cardápio porque, hoje, nós temos 28 produtos que fazem parte da alimentação escolar, os quais são fornecidos para as escolas tanto do urbano, quanto da zona rural. Esse ano, colocamos mais itens para atender a zona rural e temos uma meta a cumprir de um mínimo de 30% e, em maio já atingimos 75,45%, um feito inédito, e isso estimula o trabalho dos agricultores da região e levamos um produto de qualidade para as escolas”, comemora Gláucia Nogueira, coordenadora do DAE.
Esse aumento significativo da aquisição dos produtos da alimentação escolar faz parte de um programa da Secretaria de Agricultura (Seagri) de fomento ao pequeno e médio agricultor, com a distribuição de sementes, adubo, maquinário e orientação técnica que vai melhorar a produção e a qualidade dos produtos.
“A importância é que o sistema produtivo relacionado à agricultura familiar tem o apoio da secretaria como mecanização, kit de irrigação e fomentamos o trabalhador ao ponto que eles conseguem produzir que dá para atender a merenda escolar e também para o comércio em geral e isso é o agricultor que possa fazer sua renda e aumente o desejo de produzir e com qualidade”, explicou Adaílton Sá, Secretário Municipal de Agricultura.
Essa crescente na aquisição de itens da alimentação escolar junto aos pequenos e médios produtores rurais começou em 2017, quando o DAE conseguiu comprar apenas 17.10 % e, nos últimos 5 anos, o número de agricultores que fornecem os itens da alimentação aumentou significativamente.
“Antes tinham apenas três cooperativas que nos atendiam e a entrega era pouca e, hoje, em 2023, temos 10 cooperativas e associações para atender toda demanda e, em razão disso, conseguimos chegar na margem de 75% de aquisição da agricultura familiar e esperamos até o final do ano chegar aos 100% da agricultura familiar”, avaliou Fabiola Badu, nutricionista do DAE.
Para professora Marilza Leite, secretária de Educação, esse avanço na qualidade da merenda escolar é uma grande conquista da gestão atual.
“A Seagri tem um papel fundamental, pois tem investido e dado apoio aos pequenos agricultores. Esse apoio alavancou a agricultura familiar, refletindo positivamente no quantitativo e na qualidade da nossa merenda escolar. Assim, atendemos melhor o nosso aluno. Hoje, temos uma demanda de 70 mil refeições servidas diariamente aos alunos da rede municipal e também da rede estadual. Temos uma logística que visa atender a zona rural com produtos diversificados e de qualidade, afirmou Marilza Leite, Secretária de Educação.
Merenda nutritiva e saborosa
Na escola Anísio Teixeira, no núcleo Cidade Nova, uma das instituições com o maior número de alunos da cidade, a merenda escolar é feita para todos, do 6º ano do fundamental ao 3º ano do ensino médio.
“A merenda escolar atende mais de 1500 alunos, sendo todos os turnos e a merenda segue um cardápio orientado pelo Departamento de Alimentação Escolar. Sabemos que é importante porque, quanto mais rico e diversificado, mais atraem os alunos, pois tem suco, biscoito, arroz e outros itens e é importante a alimentação escolar”, declara a diretora da escola Odineia Sousa.
Todo esse trabalho reflete diretamente no desempenho escolar porque essa diversidade agrada os estudantes, que esperam ansiosos o momento do intervalo para apreciar a qualidade da merenda, como a jovem Yasmin Ferreira, que estuda na Anísio Teixeira.
“Aqui é muita comida e faz muito bem e acho muito legal e a importância é de que o ser humano não pode ficar sem alimentação e aqui é bem diversificado e sem comer a gente não consegue raciocinar”, afirma.
E o cardápio é sempre feito com muito carinho pelas merendeiras, como a Beatriz Pereira que trabalha na escola há três anos. “Chegamos aqui às 7 horas e tem que estar pronta a merenda logo às 10 horas. Nós preparamos três dias de refeição e dois dias de lanche e tem também a equipe da tarde. Nosso trabalho é importante porque, com uma boa alimentação, o resultado sempre é positivo”, comentou a merendeira.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Sara Lopes e Paulo Sérgio Santos