Cultura: Banzeiro Folclórico inicia com oficina teatral para alunos de escola pública
Na manhã desta segunda-feira, 21, uma turma de 20 alunos do Centro Educacional Branca de Neve, localizado na Marabá Pioneira, tiveram uma aula diferente. Eles participaram da oficina do “Banzeiro Folclórico”, na Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, com o ator Júnior Vaz Canaã, de Canaã dos Carajás.
As crianças aprenderam sobre lendas amazônicas como a da Boiúna, a Matinta Pereira, Iara, Curupira, entre outras e na terça, 22, irão apresentar uma peça teatral com os personagens na Praça São Félix de Valois, na Marabá Pioneira, a partir das 9h30 e será aberta ao público.
A coordenadora da biblioteca, Evilângela Lima, explica que todo ano a biblioteca procura fazer algum evento que fale sobre o folclore, mas esse ano a forma de apresentação é diferente.
“Essa é uma data que nós consideramos importantíssima e que tem tudo a ver com a nossa brasilidade. Nós chamamos a escola, os alunos e eles estão aprendendo do jeito deles. Eles têm aqui uma oficina de encantarias para apresentarem amanhã em forma de teatro, de performance, as lendas, a Boiúna, a Matinta, a Iara, o Curupira. A gente acredita que isso é uma forma deles conhecerem a história e assim irem construindo esse repertório ao longo da vida, para não deixar morrer essa parte importante da nossa história”, destaca.
O ator e acadêmico de artes visuais da Unifesspa, Junior Vaz Canaã, 35 anos, ministrou a oficina para os alunos de 2º e 5º ano, que participaram atentamente da leitura das lendas e composição dos personagens que serão baseados no livro Saci Amazônico, do autor marabaense Adão Almeida.
“Foi um convite muito especial que recebi da professora Evilângela para trabalhar um pouco de teatro com eles, contar a história das lendas da Amazônia que compõem o folclore brasileiro e dar vida a essas lendas. Foi o que nós fizemos hoje e amanhã a gente quer apresentar um pouco dessa oficina. As crianças estão bem preparadas pelos professores nessa questão da explicação sobre a semana do folclore, sobre as lendas. Então eles já vieram com algo nas suas mentes e aqui a gente esmiuçou, trabalhou técnica de teatro, montamos algumas historinhas, algumas lendas. Estou muito feliz e honrado com essa oportunidade”, explana.
A professora e coordenadora de Planejamentos do Ensino Fundamental, Karla Barbosa, 48 anos, afirma que o tema já é trabalhado na escola e o convite foi muito bem aceito.
“Para nós foi maravilhoso porque a escola faz no Dia do Folclore uma roda de conversação e brincadeiras, mas a gente não trabalha com teatro como eles estão trabalhando aqui, a gente gostou bastante. Eles ficaram super eufóricos, porque devido à pandemia fazia um tempinho que a gente não saía da escola para fazer atividades extras, então eles amaram. Estão todos eufóricos, participando, como eu nem imaginei que eles fossem participar”, revela.
A aluna do 5º ano, Maria Eugênia Rodrigues, 10 anos, conta que se aprofundou nas lendas que já tinha ouvido falar.
“Eu estou achando legal. Aprendi que tem muitas lendas que eu não conhecia e algumas que eu sabia a história completa delas como Saci, Iara e Matinta. Gostei muito do Curupira porque o Curupira protege as florestas e eu sempre gostei de floresta”.
João Lucas Pereira Brito, 9 anos, aluno do 5º ano, também relata o que aprendeu.
“Eu estou conhecendo algumas outras lendas e aprendendo mais sobre as que eu já conheço, como Saci, Matinta Pereira, Porca de Bobes, Curupira, Pé de Garrafa. A que eu mais gostei foi do Pé de Garrafa, que é sobre os indígenas idosos que não conseguem fazer mais nada e eles se transformam no pé de garrafa, que se alimenta do cérebro de outras pessoas pra ficar mais inteligente”, revela.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Secom