Saúde: SMS e Sespa promovem capacitação para atendimento da população LGBTQIAPN+
A capacitação “Promovendo educação em saúde para garantir o direito à igualdade e a não discriminação da população LGBTQIAPN+” teve início na manhã desta segunda-feira, 21, na Faculdade de Ciências Médicas (Facimpa), com a participação de 23 profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS), profissionais das unidades prisionais, do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), do Hospital Municipal e estagiários do curso de Medicina.
O evento organizado pela Coordenação de Programas Especiais da Secretaria Municipal de Saúde de Marabá (SMS) em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), continua até sexta-feira, 25. No período da tarde, a Escola Técnica do SUS (Etsus) ministrou o “Curso de formação no acolhimento da população LGBTQIAPN+ com foco nas pessoas travestis e transexuais, em espaços de saúde do SUS”.
Cathiuscia Gomes, coordenadora dos Programas Especiais da SMS, explica que o foco maior é a não discriminação, é a promoção da educação em saúde.
“Nós temos aqui hoje a representação de cada uma das nossas unidades básicas de saúde de Marabá, são os nossos profissionais, principalmente aqueles profissionais que têm ali o primeiro acesso, com o acolhimento desse pessoal, desse público e a importância é qualificar, capacitar o pessoal ainda mais para um atendimento ainda melhor para esse público e a gente tentar ao máximo evitar a discriminação que infelizmente acontece e existe na nossa sociedade”.
Essa é a primeira capacitação que ocorre no município e Cathiuscia que o projeto estava em andamento e casou com a vinda da capacitação do SUS. “Foi algo extraordinário. Fizemos esse projeto no intuito de atender esse público e fazer essa capacitação e por incrível que pareça coincidiu com o período que a Escola Técnica do SUS estava vindo realizar essa capacitação. Nós entendemos que o porteiro, a pessoa dos serviços gerais, a recepção, eles são esse pessoal que tem um atendimento inicial e que esse pessoal ali, com essa capacitação, com essa qualificação, eles vão entender, vão ser capacitados para que quando chegar esse público, eles possam receber de uma melhor forma, com que eles se sintam pessoas iguais”, argumenta.
Um dos palestrantes foi o enfermeiro Lucas Duarte, 28 anos, coordenador do curso de Enfermagem da Faculdade Carajás. Segundo ele, a proposta é uma roda de conversa.
“Vamos fazer uma coisa mais intimista com os profissionais da saúde do município, no sentido de promover um entendimento. É uma situação bem lúdica para promover um entendimento sobre o que é o acolhimento da população LGBTQIA+, que a gente sabe que muitas vezes é cercada de tabus, de preconceitos e é uma população que historicamente também sofre muitos estigmas. Então a proposta é que a gente sente, converse, debata, troque ideias para promover entendimento e cultura”.
A Faculdade Carajás possui uma liga acadêmica de apoio à diversidade sexual, à diversidade de gênero, chamado de LOAD, que promove atividades dentro da instituição de ensino.
O segundo palestrante do dia foi o gestor público e professor do curso de Saúde Integral da população LGBTQIA+, Beto Paes, que trabalha com foco em pessoas trans e travestis, pelo projeto casulo da Secretaria Estadual de Saúde.
“Estamos trazendo um curso de formação sobre a saúde integral da população LGBTQIA+, essa população que historicamente é uma população muito marginalizada, muito estigmatizada, que pouco tem acessado os serviços de saúde. Por conta de várias questões, entre elas a questão do preconceito, da discriminação, que ainda são enraizados na cultura do nosso povo brasileiro. O objetivo maior do nosso curso é fazer com que os profissionais conheçam esse universo para que eles possam de fato trabalhar um acolhimento necessário para essa população”, enfatiza.
A técnica de enfermagem Nayane Beatriz, 26 anos, trabalha atualmente no Centro de Recuperação Feminino de Marabá e afirma ser importante trabalhar com a diversidade.
“É importante, pois como nós trabalhamos com diversas culturas, diversas pessoas diferentes, a gente precisa conhecer essas pessoas. Nós que trabalhamos na área da saúde, nós precisamos ver qual é a necessidade daquela situação, daquele indivíduo. Então, essa capacitação é muito importante para que nós possamos saber tratar cada um de forma a acolher qual a história daquela pessoa, o que que aquela pessoa traz em si, sua cultura, o seu jeito, seu gênero sexual, entendendo e respeitando”, finaliza.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Secom