Gestão em Saúde: Cerca de 20 bebês prematuros são atendidos todo mês na UTI neonatal do HMI
A campanha Novembro Roxo busca debater os desafios relacionados à prematuridade de recém-nascidos. Em Marabá, o Hospital Materno Infantil (HMI) possui uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com equipamentos e profissionais habilitados a proporcionar o melhor suporte para as crianças nesse momento delicado no início da vida.
De acordo com o Ministério da Saúde, a prematuridade acontece quando o bebê nasce antes das 37 semanas de gestação, independente do peso. A partir da avaliação médica especializada, é avaliado se o recém-nascido precisa ir para UTI neonatal ou para a Unidade de Cuidados Intensivos (UCI). O que difere as duas é que a UTI possui suporte para respiração, ou seja, é para os bebês que precisam de oxigênio. Outros fatores também podem contribuir para o melhor encaminhamento da criança.
“Os critérios são desconforto respiratório, risco infeccioso. A maioria vem se for filho de mãe diabética, que pode ter hipoglicemia também. O peso, a gente classifica também. Tem prematuro que tem peso bom”, explica Divina Rosa Alves, pediatra e neonatologista, que faz parte da equipe da UTI neonatal do HMI.
Atualmente, a equipe é composta por pediatras, técnicos de enfermagem, enfermeira, fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudióloga, além do suporte da psicóloga do hospital para apoio aos pais nesse momento difícil. A fonoaudióloga, por exemplo, auxilia na questão da deglutição e no manejo das sondas de alimentação.
Por mês, são atendidos mais de 20 prematuros, que são acompanhados a cada hora quanto aos sinais vitais, assim como a hidratação por via venosa para acompanhamento dos índices de glicose, sódio e vitaminas.
“As incubadoras servem para manter a temperatura. O bebê menor que dois quilos vai para a incubadora, vai manter a temperatura, vai ter rotina de posição. A gente, a cada hora tem o protocolo, vira o bebê de lado, faz a glicemia, observa como estão os sinais vitais. Isso está tudo anotado na folha que nós temos. A cada hora a gente faz todos esses sinais vitais. Inclusive, se evacuou, se tem diurese. Isso é 24 horas”, detalha a médica.
Nesse acompanhamento também entram dados referentes ao peso da criança, com os cálculos de perdas e ganhos para o devido ajuste da dieta alimentar. Fora isso, o Banco de Leite do HMI também auxilia as mães que, por algum motivo, não podem amamentar. Para os bebês que nascem com icterícia, há a fototerapia.
“Eu falo para elas que tudo o que uma mãe de prematuro tem que ter é paciência porque é muita ansiedade. Elas querem saber quantos gramas ganhou; se perdeu elas ficam tristes; se ganha ficam alegres. E a gente vive isso, se emociona junto porque somos seres humanos, somos mães. Eu sou mãe”, reitera a pediatra.
Hernan Barros é enfermeiro especializado em Terapia Intensiva Neonatal e trabalha nessa área 14 anos. O profissional detalha o seu papel no dia a dia do setor e como se sente ao trabalhar ajudando na recuperação dos recém-nascidos.
“A gente trabalha desde as trocas fisiológicas do recém-nascido, quanto o prepara e a administração das medicações. Temos o monitor que a gente acompanha a saturação do bebê, a frequência cardíaca. Temos a bomba de seringa, bombas de infusão. É muito compensador trabalhar nessa parte porque você consegue acompanhar desde o nascimento desse prematuro, a evolução desse bebê, o que esse bebê passa, os pais”, afirma.
O setor ainda dispõe de dois leitos para o método canguru, que de acordo com o Ministério da Saúde, é utilizado para promover o contato do bebê com os pais ou cuidadores, fortalecendo vínculos, promovendo o bem estar da criança com a lactação e reduzindo os riscos de infecções e mortalidade, entre outros benefícios.
Projeto fotográfico
Desde 2021, a equipe da UTI Neonatal realiza um projeto de fotografia voltado para os bebês prematuros, uma forma de dar apoio emocional e força aos pais das crianças durante o período em que o bebê está internado. Nesses dois anos, cerca de 100 recém-nascidos realizaram o ensaio fotográfico como forma de deixar registrado que venceram o momento complicado no início da vida.
É importante destacar que a maioria dos bebês prematuros são de cidades vizinhas, já que o HMI é referência para mais de 20 municípios da região.
A equipe também passa periodicamente por oficinas, treinamentos e reciclagens junto ao setor de educação em enfermagem do HMI, a fim de aperfeiçoar o atendimento aos bebês.
“É um trabalho muito bonito de toda a equipe. A nossa equipe é boa no que faz e sabe fazer. Toda a equipe está alinhada”, reitera Divina Rosa.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio Santos e Arquivo Secom