Esporte: A trajetória de um campeão, da categoria de base à beira do gramado
Ex-jogador profissional do Águia de Marabá atua como treinador da Seleção Marabaense de Futebol desde 2023 e conta que a carreira no esporte é fruto de um dom.
Neste 14 de janeiro, a comunidade esportiva brasileira comemora o dia do treinador de futebol, essencial na formação de novos atletas e na condução de uma equipe, seja amadora ou profissional. É o técnico, também chamado de professor, o responsável por mostrar os direcionamentos certos aos atletas em campo, já que cada passe, drible e posicionamento podem ser decisivos em uma partida de futebol. É um trabalho que requer dedicação, tornando-se mais especial quando se trata de vocação. É o caso do Marciano Farias Silva, 38 anos, treinador da Seleção Marabaense de Futebol desde julho de 2023 e ex-jogador pelo Águia de Marabá, como lateral. O técnico, mais conhecido por “Marcinho”, é natural de Marabá e conta que a trajetória dele começou cedo, por isso a afinidade com o esporte.
“A gente costuma dizer que o futebol é um dom, mas a gente tem que saber aproveitar esses dons. Minha trajetória no futebol começou desde as categorias de base. A primeira escolinha que eu joguei foi com o nosso saudoso Paulo Marabá, um dos primeiros treinadores de escolinha dentro desta cidade, e eu tive o prazer de atuar nela. Além disso, eu joguei pelo Águia, onde fomos campeões em 2008 com o primeiro título dele no Campeonato Paraense, motivo de muito orgulho”, relata.
Entre os dribles e goleadas, Marcinho passou por várias experiências no futebol. Até que, por meio de um convite de amigos para assumir um time em São Domingos do Araguaia, Marciano topou o desafio, que rendeu grandes emoções e títulos. Em 2011, Marcinho atuou como meio-campista na Seleção Marabaense de Futebol, mas em 2023 retornou ao time, dessa vez com um ofício muito maior, o de treinador, o que para ele, gera uma série de sentimentos.
“A gente foi campeão no Campeonato Intermunicipal e no Copão Bom Jesus do Tocantins, em 2023. Ser técnico da seleção Marabaense de futebol hoje, pela qual já joguei, é uma grande honra, inclusive de conseguir conquistar um título no ano passado, em Belém, entrando para a história. Poder comandar esses garotos aqui é uma responsabilidade muito grande, pois você precisa ser um gestor, um pai, um amigo, saber o momento certo de puxar a orelha, elogiar etc.”, completa.
Pablo Makalyster, um dos capitães da Seleção Marabaense de Futebol que atua desde 2015, destaca que Marciano tem feito tantas contribuições à Seleção, inclusive conquistando um título de campeão em 2023, o qual foi recebido pela última vez em 1991.
“Não é muito difícil falar do Marcinho. Um cara que chegou com uma capacidade muito grande em comandar grandes elencos, centrado, inteligente. Nos primeiros dias em que ele entrou, já tivemos grandes diferenças. Ele conseguiu juntar a galera experiente junto com a juventude, algo que deu certo. Isso e muitas outras coisas são motivos para parabenizá-lo e desejar um feliz dia do treinador”, enaltece.
A mesma opinião também se estende ao volante da Seleção Marabaense, Wederson, o Corujinha, que chama o técnico carinhosamente de “mini Tite”.
“Quem diria que um dia ele seria meu treinador. Sem você à frente desta seleção, as conquistas não aconteceriam. Ele é um cara que lutou muito pela gente e o que ele fez em menos de um ano, muitos tentaram e não conseguiram. Hoje ele tem o seu nome escrito na história do futebol amador de Marabá. Eu desejo vida longa a ele para que continue levando nossa seleção ao topo”, deseja o jogador.
Mesmo não tendo formação para treinador de futebol, Marcinho sempre busca o conhecimento na área para estar atualizado, inspirando-se em vários outros técnicos exemplares pelo mundo afora.
“Quando a gente começa a trabalhar em determinada função, sempre costuma se espelhar em outros profissionais da mesma área. No meu caso, qeu admiro muito os técnicos brasileiros Dorival Júnior, Rogério Ceni e Fernando Diniz, além do volante do Manchester City, Josep Guardiola. A nível regional, eu admiro também o treinador Victor Jaime, o qual atuou na época em que entrei no Águia, pois ele dava muitas oportunidades e isso faz com que a gente descubra novos talentos, além de apenas escalar os times”, destaca Marcinho.
De todos os admiradores e parceiros, com certeza a mais especial para Marcinho é a da filha Nicole Beatriz, 14 anos, que faz questão de estar ao lado do pai para registrar em fotos e vídeos o trabalho dedicado ao esporte.
“Eu sinto muito orgulho dele. Tudo o que ele faz, meus olhos brilham, por isso eu gosto muito de estar com ele nos jogos, treinamentos. Eu garanto a ele que estarei junto em tudo o que ele passar”, expressa a jovem.
Marcinho destaca o importante papel da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), que sempre apoia as práticas esportivas no município, já que o percurso de um treinador é cheio de obstáculos.
“Nós sabemos que formar uma equipe de futebol, bem como gerir e aperfeiçoar, não é fácil, é uma responsabilidade enorme depositada em nós. Por isso, eu tenho que exaltar muito esses profissionais. Desejo que todos alcancem seus objetivos e sejam vitoriosos”, finaliza.
Texto: Sávio Calvo
Fotos: Sara Lopes e Divulgação