Educação: Projeto “Janela de Leitura” encanta alunos da Escola Silvino Santis
Cacau? Manga? Mamão? Os alunos do 5º ano da Escola Silvino Santis, na Folha 33, tentavam adivinhar qual a fruta da história contada para eles, tendo como referência “A fruta amarela“. O momento aconteceu na manhã desta terça-feira, 6 de fevereiro, através do projeto “Janela de Leitura” e busca incentivar a leitura por meio da contação de histórias. O projeto é resultado de incentivo do Ministério da Cultura, patrocinado pelo Instituto Vale e produzido pela Sapoti Projetos Culturais. Em Marabá, o projeto tem parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e chega a três escolas da rede de ensino.
A fruta amarela que os alunos tentavam descobrir e que, segundo a história, surgiu quando todas as outras frutas eram verdes, era a carambola. Mas não foi apenas essa história que encantou os pequenos. O estudante Jhon Lucas, 10 anos, conta que gostou bastante da atividade realizada com a sua turma e que ainda não tinha acompanhado uma contação de história de uma forma tão diferente.
“Achei muito legal. Foi muito bom porque eles demoram a vir, para fazer, para alegrar as crianças que estudam aqui. Esse momento foi muito legal para todas as crianças que estavam aqui. A leitura, o trabalho, a interpretação, foi muito legal. Achei muito da hora participar disso daqui tudo. Eu gostei mais foi da árvore que deu a fruta carambola, foi a história que mais me deixou alegre e que foi mais engraçada. E a do coelho que queria fazer uma sopa. Foi muito legal, todas as crianças riram. Queria que tivesse mais para a gente poder curtir mais. Os livros, as histórias, são tudo da hora”, destaca.
A contação inicia com música, tem bastante interação, objetos que ajudam a contar a história e a imaginação dos alunos, como quando um tecido azul cobre a turma representando as ondas do mar.
É nesse ambiente lúdico que a arte educadora do projeto, Isabella Raianny Araújo, utiliza toda sua criatividade para chamar a atenção dos pequenos e garantir que acompanhem cada detalhe da história contada. Para ela, esse momento é de grande relevância porque muitas vezes os alunos não tiveram a experiência de assistir uma contação de história, então, é bom ver o encantamento deles.
“É maravilhoso. Você percebe que aquilo é real, que aquela criança participa. Às vezes, a pessoa não teve oportunidade, que nem eu. Eu nunca tinha visto uma contação de história até o momento que eu comecei a trabalhar com isso. Então, é algo totalmente diferente e, assim, eles tendo a oportunidade de ter, quando crianças, é maravilhoso. As crianças ficam maravilhadas. Foi uma briga para descobrir quem ia ser o coelho, para descobrir a cor da fruta. Na hora que eu comecei a tocar violão, eles falavam que iam começar a tocar alguns instrumentos. Tudo para eles é bem recebido. Eles conseguem aproveitar cada detalhezinho”, afirma.
Quem também acompanhou a contação de histórias foi o estudante Nícolas Feitosa, 9 anos. Ele compartilha que a história que mais gostou foi a da origem da carambola e também sobre seu gosto pela leitura.
“Eu gostei dessa história porque mostra que, às vezes, não é só a velocidade que importa. Ler é uma das coisas que eu faço melhor”, conta.
Além da Escola Silvino Santis, recebem o “Janela de Leitura” as escolas Professor Darcy Ribeiro, no Jardim Bom Planalto, nesta quarta-feira, dia 7, e Cisne Branco, na Folha 11, na quinta-feira, dia 8. Somando as três escolas, serão 10 sessões de contação de histórias para cerca de 350 estudantes.
Na visão do coordenador pedagógico da Escola Silvino Santis, Anderson Conceição da Silva, a realização do projeto no ambiente escolar tem papel fundamental na formação dos estudantes, em um momento de suas vidas em que as atividades lúdicas são necessárias em seu desenvolvimento cognitivo.
“O projeto é de extrema relevância para a comunidade escolar. Para a criança nessa faixa etária é importante porque está em um momento de descobrimento, do lúdico. Quando vem a oportunidade do desenvolvimento desse projeto na escola, nós ficamos super felizes porque, nesse momento, as crianças estão nessa construção de saber. Então, quando vem a contação de história, a literatura, articulado com a arte, trazendo através de teatro, de Tangram (quebra-cabeça chinês), através de outros recursos, é importantíssimo porque além da contação de história, eu trago o lúdico”, pontua o coordenador.
O projeto
A atuação do “Janela de Leitura” é uma contrapartida social da iniciativa que é desenvolvida na Unidade de Custódia e Reinserção Feminina (UCRF), em Marabá e tem como objetivo o incentivo à leitura por meio da contação de histórias e produção textual, promovendo a ressocialização das mulheres participantes. Além disso, visa também a construção de uma sala de leitura na unidade. As atividades na UCRF iniciaram em agosto do ano passado e seguem até abril de 2024.
Já as ações nas escolas ocorrem durante o período de início do ano letivo.
O projeto iniciou no Rio de Janeira e Marabá é a segunda cidade em que as ações são realizadas.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Sara Lopes