SAÚDE: MUTIRÃO NA FOLHA 13 PARA COMBATER A LEISHMANIOSE E DENGUE
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Rio Tocantins-CAIC, funcionou como base de mais uma ação do Programa “Mais Saúde”, desenvolvido pelo Centro de Controle de Zoonoses. Foi de lá, que os Agentes de Endemias e de Saúde, além de estudantes do curso de Saúde Coletiva, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), partiram para as visitas domiciliares em toda a folha 13, onde foram constatados focos dos mosquitos Palha e Aedes Aegypti, respectivamente transmissores da Leishmaniose e da Dengue, Zica e Chikungunya.
De casa em casa, os agentes orientavam os moradores a não deixar a água acumulada em recipientes destampados (caixa d’água, garrafas, tampas de garrafas, latas, vasos etc.), amarrar os sacos de lixo, manter os quintais sempre limpos, entre outros cuidados para combater a proliferação dos mosquitos.
Na casa de dona Edite dos Santos, os agentes encontram latinhas espalhadas pelo quintal e alertaram a dona de casa sobre os perigos, já que o objeto pode se tornar um criadouro do mosquito. Ela agradeceu as recomendações e elogiou a ação que vem sendo desenvolvida. “ Eu estou achando muito bom, é bom para a saúde né, para a gente saber mais o que precisa fazer na limpeza. Eu sozinha não dou conta de limpar o quintal, mas tô tentando aos poucos”, disse ela.
Geane Braga sabe o que fazer para evitar as endemias e procura manter tudo limpo. Mas a preocupação é com os vizinhos, pois sabe que o trabalho tem de ser conjunto. “Aqui eu não crio gato e nem cachorro, mas os vizinhos sim. Então é importante cuidar dos bichos, ainda mais quando se tem crianças perto. São tantas doenças, né”, observa a dona de casa.
Para reforçar ainda mais a limpeza, a Secretaria de Urbanismo disponibilizou um trator e uma caçamba para retirada de entulhos das ruas. Enquanto o trabalho de campo era feito, no CAIC, a equipe do CCZ vacinava cães e gatos contra a raiva. Seu Domingos levou a cadela “pretinha” para receber a vacina. “É muito importante né, vou dizer uma coisa esse bichinho é o melhor amigo da pessoa, temos que cuidar”, enfatiza o aposentado.
Quem também sabe da importância do combate as endemias é Ana Lúcia Soares. O ano passado ela perdeu um irmão vítima da Leishmaniose, por isso, trouxe as gatas Lila e Luna para vacinar. “ Trouxe mas para prevenir porque tenho crianças em casa, como a gente já teve um caso de Leishmaniose na nossa família, estamos prevenindo para não acontecer uma nova situação”, destaca ela.
A ação também levou atendimento de saúde para as pessoas. O Centro de Saúde Hiroshi Matsuda atendeu a comunidade oferecendo diversos serviços, como consultas com o clinico geral, vacinação de crianças e gestantes, aferição de pressão e Hiperdia.
Taynara Araújo, mora na zona rural e veio para a cidade em busca de consulta para a filha Emilly de 1 ano e 7 meses. A menina sentia febre e diarreia, por isso, precisava de atendimento médico. “Hoje é um dia muito bom, porque a gente encontrou várias opções. Consultar uma criança, vacinar o cachorro, estou gostando muito dessa fase”, afirmou a agricultora.
Os estudantes não ficaram de fora da programação, na quadra de esportes, profissionais de saúde, proferiram uma palestra sobre as doenças e como preveni-las. A aluna Amanda Vieira, do 9º ano, gostou da movimentação. “Maravilhosa, não é todos os dias que isso acontece. O cachorro da minha prima morreu de “Leshi” por falta de informação, então isso aqui é muito bom”, observou a estudante de 14 anos.
Para a diretora do CAIC, Hellem Nyde da Silva, a parceria é importante porque impacta na vida dos alunos, (em média de 1.100 alunos). “Já tivemos muitos alunos com sintomas dessas doenças. A escola cumpre a sua função social. A gente fica feliz com essa ação”, ressalta a diretora.
De acordo com o coordenador da Vigilância Ambiental e de Endemias José Amadeu Moreira, as ações têm surtido bons efeitos e o objetivo é reduzir os índices. “ Nós acreditamos que vamos conseguir diminuir os índices o máximo possível até o fim do ano, para quando o inverno chegar termos uma situação controlável”, avalia Amadeu.
Ele acrescentou ainda que os agentes dão continuidade ao trabalho de prevenção retornando aos locais visitados para fazer o monitoramento das áreas apontadas com alto índice de infestação do mosquito.