SAÚDE: SMS APRESENTA PROJETO DA ESCOLA DA SAÚDE PARA VEREADORES
Plataforma Digital será vinculada ao Centro de Especialidades e deverá ajudar médicos que atuam na Atenção Básica
Na manhã desta segunda-feira, dia 29, a Comissão Permanente de Saúde da Câmara Municipal de Marabá recebeu uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde para a apresentação da Escola de Saúde (EAD), que está sendo implantada para melhorar os protocolos de atendimento aos pacientes do sistema municipal de saúde.
O secretário municipal de Saúde, Marcones Santos, disse que o projeto da Escola de Saúde foi planejado para oferecer capacitação e melhoria nos serviços de saúde à população. Informou que ela estará vinculada ao Centro de Especialidades, com filtro pela regulação e atenção básica.
Dármina Duarte, diretora de Média e Alta Complexidade da SMS, explicou aos vereadores que a Escola de Saúde EAD busca capacitar todos os profissionais da atenção básica e que a a gestão vem acompanhando e analisando todo o projeto, podendo servir de modelo para outros municípios, no futuro.
Jalília Carla Correa, coordenadora da Escola de Saúde, informou que o novo serviço ainda não possui um estúdio de gravação, mas que uma sala está recebendo a adaptação necessária no prédio que abrigaria a UPA, para essa finalidade. Atualmente, segundo ela, há 13 colaboradores, com 60 alunos médicos já matriculados.
O enfermeiro João Augusto Miranda, explicou que as aulas serão repassadas aos alunos-médicos no formato de “matriciamento ou apoio matricial”, considerado um novo modelo de produzir saúde, em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma possibilidade de intervenção pedagógico-terapêutico.
Com esse modelo, há metas a serem cumpridas. Os médicos da Atenção Básica podem acessar os conteúdos de vídeo que são gravados por especialistas da rede municipal e, posteriormente, diante de situações problemas que encontram nos consultórios, podem tirar dúvidas para atender melhor os pacientes.
A previsão da SMS é que o lançamento da Escola de Saúde ocorra por volta do dia 15 de novembro, embora com bastante antecedência os médicos da rede já estejam acessando os conteúdos das aulas. Antes do lançamento, todavia, várias reuniões estão previstas nas Unidades Básicas de Saúde para conscientizar os profissionais que trabalham com os pacientes sobre os novos protocolos de atendimento.
Leonardo Dias, ortopedista concursado do município, que atende no Centro de Especialidades, disse que essa filosofia é nacional e tem dado certo em muitos locais do País, sendo estimulada pelo Ministério da Saúde. “Estamos apenas organizando o processo, descentralizando o atendimento médico especializado. Quando colocamos os especialistas na retaguarda, gera uma melhora no sistema de saúde. Eu acredito nesse projeto e creio que seja o melhor momento para aplicação do matriciamento no sistema de saúde municipal”, opinou.
Ele explicou que cada especialidade constrói um protocolo de atendimento para atuação do médico generalista em questões específicas. Reconhece que o protocolo é trabalhoso, mas a gestão atual está dando o suporte para o engajamento das pessoas em todas as etapas.
Camila Lopes Chagas, Diretora da Atenção Básica da SMS, é um sonho prover formação para os médicos da rede municipal. Ela argumentou que, se a porta de entrada dos pacientes é a atenção básica, a equipe técnica precisa estar preparada. “Temos dez capacitações programadas com demais equipes que estão na Atenção Básica, para que recebam pacientes dentro dos protocolos previamente definidos”, sustentou.
Demerval Bento da Silva, membro do Sintesp (Sindicato dos Trabalhadores na Saúde Pública), reconhece que o projeto de educação será exitoso porque vai cobrir deficiências que há na rede. “Entendo que isso vai coibir muitos problemas que aconteciam de um profissional empurrar para outro os dramas de pacientes. Isso também vai ajudar a melhorar as relações interpessoais entre os profissionais que atuam na rede”, prevê.
Por fim, o secretário Marcones Santos agradeceu aos vereadores por entender e aprovar a Escola da Saúde EAD. “É difícil entender a SMS porque é atípica, funciona por 24 horas e, embora receba recursos do Estado e governo federal, toda a responsabilidade recai sobre o município. A melhor medicina da região está aqui e Marabá tem de suportar o peso de vários municípios. Isso nos dificulta muito o trabalho, mas não podemos afrouxar e, sim, fazer o melhor em prol da comunidade, nos valendo dos avanços que a tecnologia nos permite. Não temos tantos especialistas quanto precisamos, por isso estamos usando a criatividade de nossos profissionais para atuar de forma eficiente em toda a rede”.