FCCM: Vanda Américo acredita que 2019 será um ano de importantes momentos para a cultura
Para Vanda Régia Américo Gomes, presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, 2018 foi um ano marcante em relação aos projetos desenvolvidos na instituição. Ela destaca o projeto de música e a expansão das pesquisas. Segundo a presidente, a região de Marabá é rica em diversos campos para pesquisa, o que vem sendo conseguido a partir do envolvimento de profissionais em vários projetos. Para o ano de 2019, Vanda visualiza a inauguração do Museu Municipal e de um novo espaço de cultura e arte.
Secom: Como a senhora avalia o ano de 2018 para a Fundação e qual o projeto foi destaque?
Vanda Américo: A avaliação é que foi um ano muito positivo. Podemos destacar o projeto Música em Todo Canto, um projeto que persistimos, pois somente na fundação não teríamos como atender toda a demanda, então a gente colocou no Centro Espírita da Independência, na Igreja Batista do Bairro do Amapá, na Escola José Mendonça Vergolino, na Igreja dos Capuchinho, no bairro Belo Horizonte, nos bairros São Félix Pioneiro e São Felix 3 e em Morada Nova, além do KM 7 no Recanto do Pastorinho. A evasão foi muito pequena, eu conversei com os orientadores e professores, avaliamos a dimensão tomada pelo projeto, e decidimos ampliá-lo porque muitas escolas estão procurando a Fundação. Aqui a criança recebe uma educação musical de qualidade.
Secom: Este ano também foi bastante promissor na área das pesquisas? O que se tem feito nesta área?
Vanda Américo: Com certeza. Antes tínhamos pesquisas com prospecção e, hoje, resolvemos reunir uma equipe multidisciplinar formada por mestres e doutores, são etnólogos, geólogos, arqueólogos, espeleólogos e outros. É uma grande quantidade de profissionais envolvidos para termos um diagnóstico preciso da região. Na Serra das Andorinhas, na região de Santa Cruz, temos uma equipe desenvolvendo uma pesquisa com pessoas da Fundação. Nós lançamos o Boletim Científico, Marabá tem uma revista cientifica e isso é muito importante para os pesquisadores, importância só para o município, mas para o mundo. Nós estamos revitalizando o Portal da Fundação para divulgar informações com fotografias, vídeos, são pesquisas fantásticas que desenvolvemos. Isso é para mostrar também aos alunos a importância de serem pesquisadores e para que a sociedade veja e compreenda a importância disso. Recebemos pesquisadores de várias instituições de ensino e estudantes universitários da UNIFESSPA, IFPA, UEPA. Temos parcerias, de mão dupla, para que possamos crescer juntos porque quando o acervo da Fundação é usado, é preciso dar o crédito para a Fundação, algo que agora é obrigatório.
Secom: O que a senhora espera para a Fundação no ano de 2019?
Vanda Américo: O céu é o limite. Marabá precisava de um gestor como o Tião Miranda, uma pessoa que acredita, que investe recurso público na cidade e você vê a diferença disso em 2 anos. A população sabe, está vendo, na saúde, na educação, na cultura. Nós vamos inaugurar o museu da cidade, um prédio lindo que está sendo completamente restaurado, que vai ser utilizado como museu interativo que atraia todas as faixas etária e tenha uma sala de memória para registrar a vivência de pessoas. Temos o cineteatro, que será de extrema importância para o município, um teatro com 400 lugares, com uma biblioteca infantil, um centro cultural com sala de música e de teatro. Estamos esperando o retorno de muitos convênios e projetos que foram enviados para ministérios. Fizemos um documentário sobre a história dos Suruí, que de 4 em 4 anos realizam uma festa belíssima, e a nossa historiadora Mirtes, com uma equipe, registrou esse momento, um projeto importante já que nas aldeias muitas coisas estão se perdendo. Fizemos a entrega do material nas aldeias com o Ministério Público Estadual. É preciso mostrar para as gerações futuras a arte dos indígenas. Além disso, nas aldeias estamos fazendo um projeto de reflorestamento, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, com mudas de castanha do Pará. É um projeto para o futuro dos índios Suruí. Plantar outras arvores como o buriti, bacaba, açaí e outros. E, no início do ano, vamos colher a castanha em áreas que ainda existem os castanhais e acelerar esse projeto juntamente com os indígenas.