Mês da Mulher: “Nós mulheres sejamos guerreiras”, diz servidora da Vigilância Ambiental
A piauiense de sorriso fácil, a socióloga Regina Célia Albuquerque, de 61 anos, assim como Maria da Penha, Antonieta de Barros, Marilyn Monroe e Frida Kahlo, ilustra a figura de uma mulher à frente da sua época. Ela, que trabalha no setor de Endemias e Vigilância Ambiental do Centro de Controle de Zoonoses, tem a simpatia de todos os colegas.
Regina recorda que começou a carreira profissional na Prefeitura de Marabá em 1996, na ocasião da municipalização, foi remanejada na função de visitadora sanitária do Ministério da Saúde, com ônus para própria União. Na cedência ao município, compôs a equipe da Secretaria Municipal de Saúde, na época na Atenção Básica. Atualmente, dos 23 anos na Prefeitura de Marabá, dois deles são dedicados ao setor de Endemias e Vigilância Ambiental. “Eu sempre fui muito independente, sou divorciada há seis anos, mas sempre ocupando a função de pai e mãe, sou muito ativa. Para mim foi até fácil exercer esses papéis [mãe, esposa e trabalhadora], porque quando eu me casei, aos 26 anos, já tinha meu emprego”, contou Regina.
Em relação ao trabalho e os afazeres domésticos, ela afirmou que sempre teve uma secretária [ajudante do lar], inclusive amiga pessoal há 23 anos. Atualmente mora sozinha, já que os três filhos adultos estão encaminhados na vida. “Meu trabalho é uma terapia, como sou muito ativa, se eu parar de repente né, talvez não vai dá, mas qualquer hora eu paro”, brincou.
No ambiente de trabalho, ela afirma que faz o que pode para ajudar os colegas, que são maioria homens. “Dou muita força para o Amadeu [meu coordenador], pela minha experiência no Ministério da Saúde. Eles [os homens] têm muito respeito pela minha pessoa, idade e experiência, sempre pedem minha opinião e dá certo”, destaca.
A funcionária da prefeitura conta que nunca esqueceu o dia que chegou feliz ao trabalho, na época era lotada no antigo Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp), hoje Hospital Municipal de Marabá, dizendo que havia sido aprovada para o curso de Sociologia, no vestibular da Universidade Federal do Pará na década de 1980. “Minhas colegas me criticaram e disseram que iriam era cozinhar para os maridos e filhos. Mas depois eu servi de exemplo e todas elas também foram fazer vestibular, se espelhando em mim, eram 11 visitadoras e depois todas se formaram depois de mim. Sempre corri atrás das minhas coisas”, relata ela.
Regina ainda não é avó e nem está preocupada com isso, aliás, ela já rezou a cartilha aos filhos que não será do tipo “vó coruja”. De bem com a vida e com a idade, a sexagenária deixa uma mensagem às mulheres: “Nós enquanto mulheres sejamos guerreiras e que a vida continua, porque ela é bela. Vamos ser felizes. Curtir a nossa terceira idade tranquila”, convidou.
Texto: Emilly Coelho
Fotos: Paulo Sérgio