Dia do surdo: CAES realiza passeata pela inclusão da comunidade surda
Foram realizados discursos, em português e em libras, sobre a importância da inclusão dos surdos no mercado de trabalho e nos espaços sociais
Dia 26 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Surdo. Em Marabá, foi realizada a Passeata em Prol dos Direitos da Pessoa Surda, organizada pelo Centro Especializado na Área da Surdes (CAES). Os participantes saíram da sede do CAES, na Folha 26, Nova Marabá, passando pela rotatória em frente a Vila Militar Castelo Branco e seguindo em direção à Praça da Prefeitura.
Em frente a praça foram realizados discursos, em português e em libras, sobre a importância da inclusão dos surdos no mercado de trabalho e nos espaços sociais. Além dos alunos do Caes, também participaram alunos do Serviço de Aprendizagem Industrial (Senai), faculdades, amigos familiares, professores e intérpretes. Também foram entregues panfletos de conscientização para população.
“Precisamos mostrar para sociedade que existe uma comunidade surda. Eles precisam ter voz, ser incluídos, ter educação, qualidade, cidadania em todos os espaços. Essa passeata, esse movimento passivo é importante pra que eles mesmo saibam que precisam estar no mercado de trabalho e na sociedade como um todo”, destaca Iracelma Silva Costa, Coordenadora do CAES.
O aluno do CAES e Senai, Roni Cândido, se diz bastante emocionado em participar de momentos como este. “É um dia histórico, dia que o surdo vai às ruas exigir melhores condições de acessibilidade. A história do surdo sempre foi muito difícil nos espaços públicos e nas empresas. Por isso a participação de todos na passeata é muito importante”, acrescenta.
Roni destaca a importância de órgãos como o CAES para a comunidade surda. “As aulas me ajudam muito, aprendo português, matemática, desenvolvo libras. Sabemos das barreiras e dificuldades que o surdo enfrenta no dia a dia”, completa Roni.
O Centro conta hoje com aulas de português, matemática, fonoaudióloga e três professores de libras. As aulas se dão nos três períodos do dia e funcionam como um apoio, no contraturno escolar. “É uma proposta bilíngue. A libras é a segunda língua do Brasil. Estamos aqui nesse manifesto para que a gente mostre pra sociedade que eles são importantes”, explica Iracelma.
O CAES atende hoje 66 alunos e ganhou recente um novo espaço para seus alunos com melhor estrutura.
O professor de libras, Luciano Gonçalves de Souza, retifica a importância do trabalho realizado no Centro e de manifestações como a realizada no dia do surdo. “É uma luta de vários anos e precisamos estar juntos para que essa comunidade seja vista pela sociedade. Somos excluídos, precisamos ter voz, precisamos que a sociedade veja o surdo como uma pessoa normal e estarmos incluídos no mercado de trabalho e todos os locais sociais”, conclui. Luciano é surdo, formado em pedagogia e concursado pela Prefeitura de Marabá.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio