Saúde: Uso da máscara é comprovadamente eficaz na redução do contágio da covid-19
Desde o início da pandemia do novo Coronavírus, o distanciamento social, higienização das mãos e o uso de máscaras têm sido as principais ferramentas de prevenção de novos contágios e, consequentemente, diminuição do número de internações, aliviando os sistemas de saúde ao redor do mundo.
Em recente estudo conduzido por universidades brasileiras e do exterior, os pesquisadores concluíram que o uso adequado de máscaras reduz em 87% as chances de infecção pelo vírus que causa a Covid-19. Esse dado revela a importância do uso de máscara, principalmente em um momento em que a pandemia ainda não está sob controle.
Nos últimos meses surgiram diversos movimentos incentivando o uso das máscaras PFF2, que são mais eficientes na filtragem de partículas por serem feitas industrialmente com fibras mais justas. No entanto, especialistas afirmam que o uso dessas máscaras deve ser voltado principalmente para os profissionais da linha de frente do combate à pandemia. Para o público em geral, elas são recomendadas apenas para quem trabalha em lugares com grande concentração de pessoas, ou vai realizar uma viagem ou ainda utiliza transporte público, por exemplo.
Já as máscaras de pano são indicadas para uso em outras atividades diárias a e continuam sendo eficazes na diminuição da transmissão. Em março deste ano, a Organização Mundial de Saúde publicou uma série de novas recomendações sobre o uso de máscaras de tecido. Entre elas está o uso de máscaras com três camadas: a primeira, em contato com a boca, deve ser de algodão absorvente, a segunda de prolipropileno e a terceira camada pode ser de prolipropileno ou de poliéster.
A OMS também orienta que, além da capacidade de filtração, as máscaras devem ser avaliadas pela adaptação ao rosto para evitar brechas que podem dar margem para o contágio.
Com o avanço da vacinação no Brasil, muitas pessoas podem pensar que o uso da máscara deve ser deixado de lado. Para a infectologista pediátrica do Hospital Municipal de Marabá, Cláudia Bueno, as pessoas não podem cair nessa falsa sensação de segurança.
“Quem está vacinado ainda pode contrair e transmitir o coronavírus e, com uma implicação, pode passar adiante sem estar com sintomas. Por isso, é indispensável que após a imunização a pessoa continue utilizando máscara e siga as recomendações sobre distanciamento social”, ressalta a médica.
Sobre o uso de máscara por crianças, Cláudia Bueno destaca que a OMS indicou o uso a partir dos cinco anos de idade, enquanto a Sociedade Brasileira de Pediatria indicou que o uso é necessário a partir dos dois anos. Entretanto, por questões envolvendo a adaptação ao equipamento de proteção, que muitas vezes causa agonia ou atrapalha a respiração da criança, a utilização deve ser avaliada caso a caso.
Para a médica, o importante é estimular o uso para que as pessoas tenham consciência que essa é uma atitude que beneficia a todos. “O uso da máscara diz respeito ao cuidado com o outro. Quando eu uso não é para não pegar, mas sim para não transmitir para o próximo”, finaliza Cláudia.
Limpeza das máscaras
Quanto à higienização, as máscaras PFF2 não podem ser lavadas porque podem perder a capacidade de filtração. O ideal é ter uma máscara por dia de exposição e deixar a que foi usada por no mínimo três dias sem dobrar ou amassar.
Em relação às máscaras de pano, é necessário colocá-la de molho em solução com uma colher de sopa de água sanitária para cada 500 ml de água. Deixar de vinte a trinta minutos, enxaguar e utilizar sabão. Após, colocar ao sol e passar com ferro.
Texto: Ronaldo Palheta
Foto: Aline Nascimento