Saúde: Após seis dias entubada no HMM, Jucileide Cunha vence covid-19
A história de Jucileide Cunha da Conceição, 41 anos, soma-se a de milhares de brasileiros que fazem parte do time dos campeões contra a covid-19. Moradora da Vila União, zona rural de Marabá, Jucileide foi trazida para a cidade há cerca de 20 dias com diagnóstico de pneumonia. Ela só descobriu a doença quando passou por exames no Hospital Municipal de Marabá (HMM), já com um quadro grave.
Jucileide esteve internada no HMM entre 07 e 22 de abril. Logo nos primeiros dias, a família teve de aceitar a decisão médica sobre a intubação. Ela já não conseguia respirar sozinha e precisava da ajuda de aparelhos. A notícia não agradou o marido Renato Miranda Cabral, 33 anos, mas sem escolhas teve de aguardar o resultado dessa batalha, que por 6 dias foi entre Jucileide, a covid e a equipe do HMM.
“O jeito foi autorizar intubar ela e se agarrar com Deus. Todos os dias oração. A intubação não é nada bem vista pela população aqui fora, mas, nós agradecemos muito a equipe. Eu pedi muitas desculpas porque eu não acreditei neles”, explica Renato sobre o procedimento que salvou a vida da esposa.
Renato conta que o casal trabalha com a venda de espetos na Vila União e que a contaminação pode ter ocorrido durante o trabalho. Quando os sintomas agravaram, cansaço e febre, a orientação dos profissionais de saúde do lugarejo, de que ela fosse transferida para Marabá, foi essencial para salvar a vida da comerciante. Por outro lado, os momentos de angústia da família durante a internação de Jucileide só foram substituídos pela alegria de saber que ela havia acordado vitoriosa do procedimento.
“Foi um alívio muito grande. Eu estava vários dias sem comer, sem dormir pensando como ela estava e não conseguia vê-la. Mas cuidaram muito bem dela. Eu conversei com ela por chamada de vídeo! E a partir de agora é cuidar melhor dela e se cuidar também”, afirmou Renato.
Ainda com a voz fraca, se recuperando em meio à família, Jucileide conta da experiência sobre os dias de internação. O hospital cheio e o atual cotidiano dos profissionais marcaram a marabaense.
“Eles fazem um trabalho maravilhoso. Eles estão precisando de ajuda demais. Eles tratam a gente tão bem! Fazem coisas além do alcance. O sentimento é de felicidade, saber que vou voltar pra minha casa, minha filha, é maravilhoso. Mas é estranho. As pessoas fazem chacota de máscara, de higienização, não acreditam, mas é mais sério do que elas imaginam. Então acho bom as pessoas levarem a sério porque essa doença merece ser olhada, ter mais responsabilidade,” pondera Jucileide sobre a doença.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento