Covid-19: Consciência x desobediência – os riscos de não usar máscara
O uso da máscara tem sido uma imagem constante nas ruas e demais logradouros públicos de Marabá. Na visão do professor Amxyti Valdenilson, do povo Gavião-Akrãtikatêjê, um dos adeptos do item de proteção, pelo que se observa cerca de 70% dos marabaenses tem utilizado o equipamento de segurança.
“Isso é fundamental para que o coronavírus não se propague pela região de Marabá. Com essa preservação as coisas podem se normalizar mais rápido. Com as pessoas respeitando os protocolos. Lá na aldeia a população já está toda vacinada, mas aí, tá todo mundo se cuidando. E quando a gente tem de sair pra cidade, é só pra pagar conta e honrar com os compromissos usando máscaras”, revela o professor.
O vendedor de lanches Eliseu de Moraes também sabe o quanto é essencial o uso de máscara. Segundo ele, além da higienização, a máscara é utilizada para proteção própria e dos clientes. “Tem muita gente usando. A maioria usa. É o mais correto, bom pra saúde. Pra evitar a doença”, afirma o vendedor ambulante.
Antonilde Coelho, de 54 anos, é outra que não sai de casa sem a máscara. O equipamento é inseparável nesse momento de pandemia. “Eu acho que quem não usa a máscara coloca em risco a vida do próximo. Eu me protejo, ando com álcool em gel, ando de máscara, quase não saio de casa. Agora mesmo só sai porque venho da fisioterapia”, ressalta a servidora pública.
Apesar da conscientização de muitos indivíduos, o acessório de segurança contra a covid-19, parece ainda não fazer parte da prioridade de algumas pessoas ao transitar pela cidade. Basta ficar parado em um ponto movimentado para logo constatar exemplos negativos de máscaras nas mãos, no queixo ou no bolso, bem escondida.
No comércio, os trabalhadores confirmam que, apesar de serem a minoria, existem os desobedientes que insistem em circular por aí, arriscando a própria vida e a dos outros. Enquanto isso, os números nos hospitais públicos continuam em alta. Só de Marabá são 15 pessoas internadas na Unidade de Terapia Intensiva-UTI, 11 na Unidade de Cuidados Especiais-UCE e 18 nas enfermarias. Os números são ainda maiores quando somados a pacientes vindos de outros municípios, deixando os leitos de UTI com 98% de ocupação e os de UCE com 90%.
Eliane da Silva, 32 anos, é vendedora em uma loja de confecções na Marabá Pioneira. Ela disse que já passou por situações complicadas, até mesmo dentro do estabelecimento, onde as recomendações do cumprimento de medidas de segurança são seguidas. “Nem todos respeitam. Quando entra aqui e a gente vai falar, a pessoa não gosta, acha ruim. A doença tá aí e tem gente que não quer se ajudar e nem ajudar os outros. Como a máscara está sendo muito importante seria bom todo mundo usar pra diminuir essa doença né?!” opina a comerciária.
O auxiliar da loja Klisman da Silva, 22 anos, revela que para evitar transtornos, as regras são seguidas à risca. “Aqui na loja só entra se estiver usando os equipamentos de segurança. O uso de máscara é eficiente porque essa pandemia veio para destruir muitas famílias. É pra si próprio, para se prevenir”, destaca.
Wesley de Oliveira, 29 anos, é do município de Itupiranga, mas três vezes por semana precisa vir a Marabá. Quando está fora de casa, a máscara só sai do nariz para se alimentar ou beber água. “É um sentimento de falta de empatia das pessoas. Quando a gente tem a preocupação de se colocar no lugar das outras, a gente cuida da gente e das outras pessoas também”, pondera o estudante de contabilidade.
A aposentada Flordenir Lima, de 71 anos, de Goiânia em passagem por Marabá, percebeu certo desleixo de algumas pessoas na cidade com o uso da máscara. “Isso não é bom porque a pandemia está em alta né, e ainda está vindo a terceira onda, que tá sendo pior. É um inimigo invisível”, enfatiza.
Em Marabá, mais de 17.500 pessoas se recuperaram da covid-19, bem como mais de 27.213 foram vacinadas com a primeira dose e 7.320 com a segunda, até esta terça-feira (24). Como a vacina ainda não está disponível para a maioria da população, as recomendações do Ministério da Saúde ainda é seguir com os protocolos de segurança: uso de máscara, higienização das mãos e manter o distanciamento social, evitando aglomerações.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento