Covid-19: Com alta, após entubação no HMM, Sandy Lucky volta para a família
Supervisor de vendas descobriu a doença na Lua de Mel e revela o milagre que viveu
A recuperação da saúde de Sandy Lucky Cipriano, 43 anos, é descrita como um milagre por ele e pela família. O supervisor de vendas venceu a covid-19 após 18 dias de internação, sendo 8 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Marabá (HMM). Sandy Lucky se internou no dia 23 de maio, dia seguinte ao casamento com a auxiliar administrativa Stephany Costa, de 28 anos. A covid-19 interrompeu a lua de mel do casal, que está junto há 09 anos e tem um filho de 3, o João Lucas.
“Chegando no hotel tudo pra mim já era ruim. Não consegui comer nada no meu casamento. Senti enjoo, ânsia de vômito. No domingo [23/05] enjoei na piscina e daí, às 18h30, minha esposa me chamou pra gente fazer o teste, deu positivo e fui direto para o Sesp [HMM]”, relata Sandy Luck.
O supervisor de vendas fez o teste da covid-19 em uma farmácia, o PCR chamado “teste do cotonete”. Segundo a esposa, 12 dias antes ele já apresentava uma tosse seca, mas o vírus havia sido descartado diante de um exame de sangue com o resultado falso-negativo. Então, os sintomas leves evoluíram para o moderado, com febre de 39 graus e saturação baixa de 89%, o que assustou Stephany.
“A gente achava que era gripe, porque veio como gripe. Quando ele entrou no Sesp já foi para o oxigênio, daí ficou 3 dias reagindo bem, mas no 4º dia começou a utilizar 15 litros de oxigênio por minuto e precisou ser entubado”, comenta a esposa Stephany.
Ainda entubado, Sandy Lucky deu um susto ainda maior em toda a equipe médica e na família. Ele foi acometido de infecção generalizada no corpo.
“Para os médicos era quase impossível reverter, porque os leucócitos dele estava 32.000/ml, taxa muito alta. Daí entraram com o antibiótico e logo o corpo começou a reagir. Até quando começaram a reduzir a sedação, e graças a Deus no mesmo dia ele acordou e de lá pra cá só benção, melhorou” descreve Stephany.
A contaminação
O Sars-coV-2 entrou na vida de Sandy Lucky a partir do uso de um capacete, do entregador de uma moto que ele comprou do município da Tailândia.
“O rapaz que trouxe a moto pra mim estava com a covid-19. Nem eu e nem ele sabíamos. Eu usei o capacete dele e depois daquele dia passei a tossir e fiquei sem saber o que era. Eu consegui ficar 2 anos sem pegar ela, mas quando peguei…Não é fácil não”, observa Sandy Lucky.
Cuidados médicos, orações, fé e o milagre
Durante o tempo em que esteve no Hospital Municipal de Marabá, Sandy Lucky conheceu de perto a rotina dos profissionais de branco, que estão na linha de frente da batalha contra a covid-19.
“Fui otimamente tratado. Uma equipe muito boa. Eu nunca vi uma equipe de enfermeiros e médicos iguais eu vi no HMM. Gostei demais. E agradeço a Deus primeiramente, Deus é maravilhoso e tem uma grandeza tão grande na minha vida que estou vivo por ele”, relata sorridente o supervisor de venda, que até fez um mimo para os novos amigos [profissionais de saúde], após deixar hospital.
A previsão de alta para Sandy Lucky era para o dia 11 de junho, mas com a melhora surpreendente do quadro clínico ele foi pra casa dia 09, dois dias antes e teve festa da equipe do hospital. A vitória contra a doença foi marcada por muitos cuidados físicos, mas também espirituais, como acredita a família. É que o supervisor de vendas, além de sentir os cuidados da equipe do HMM também teve experiências de fé. Enfatizou as orações de todos os lugares, inclusive do Acre, e se lembra de bons sonhos com Deus.
“Eu não me lembro de nada [citando o período de entubação], só sonhei. Foram 4 sonhos. Um deles foi maravilhoso com Deus. Eu tenho uma coisa muito grande pra fazer por ele que nem sei o tamanho”, revela ele que é evangélico da Assembleia de Deus.
Para Stephany, que sofreu 17 dias até receber a notícia da alta do marido, não há dúvidas que a recuperação dele foi um milagre.
“O que ele passou é um testemunho e vamos levar isso para as pessoas. Nós vamos fazer um vídeo, quando ele melhorar um pouco mais a fala, pra contar esse milagre. Porque ele é um milagre. Para que outras pessoas que estão passando por isso, não percam a fé. É oração, acreditar em Deus”, destaca.
Recuperação, futuro e mensagem
Por conta da intubação, Sandy Lucky necessita de cuidados especiais e segue se recuperando em casa, na Folha 22. Na residência é a esposa Stephany quem tem ajudado no banho, bem como, em outras atividades diárias até ele voltar com a rotina normal. Segundo eles, a fisioterapia já está em andamento. Por enquanto, cuidar da saúde é a prioridade do casal, que apesar da alegria pela vida do Sandy Lucky se solidariza com as famílias que estão em sofrimento.
“As pessoas têm de ter fé em Deus primeiramente. Usar máscara, não ficar pegando em qualquer lugar. Manter o distanciamento social. Ter muito cuidado porque essa doença não é brincadeira não. Ter de se cuidar” finaliza.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento / arquivo pessoal