SMS: Estratégia Saúde da Família conta com mais de 300 ACS atuando no município
As equipes realizam acompanhamento das famílias em suas casas e também realizam os encaminhamentos para as especialidades necessárias, como cardiologia e endocrinologia, por exemplo, além de solicitação de exames.
A aposentada Sonia Castro, 67 anos, e seu esposo Manoel Isaías Pinto, de 82 anos, moram no bairro Francisco Coelho, no núcleo Marabá Pioneira e receberam em sua casa uma das equipes do programa Estratégia Saúde da Família da Unidade Básica de Saúde Demóstenes Azevedo que atende a comunidade local. A visita faz parte das atividades realizadas pelos agentes comunitários de saúde (ACS), um importante elo entre a UBS e as famílias atendidas.
A coordenadora do programa Estratégia Saúde da Família em Marabá, Sheila França, destaca a importância da atuação dos agentes comunitários de saúde para o desenvolvimento dos projetos realizados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo ela, a SMS trabalha também para aprimorar a ação dos agentes comunitários.
“Nós podemos observar a importância das atividades desenvolvidas pelos agentes na nossa estratégia voltada para a prevenção, por exemplo. O nosso município aderiu à capacitação para os ACS’s junto ao Ministério da Saúde com o objetivo de desenvolver melhorias na assistência prestada às famílias, na utilização de tablets, por exemplo, para agilizar essas atividades” afirma a coordenadora.
Ao todo, o município conta com 230 ACS’s que atuam na zona urbana e 78 que trabalham na zona rural.
“Eu gosto muito dessas visitas porque a gente se sente bem cuidado. É bom porque facilita nossa vida com consultas, exames e remédios”, relata a aposentada. Desde que perdeu uma filha para a Covid-19, Dona Sônia começou a apresentar alterações na pressão, precisando de acompanhamento. A ACS que acompanha a família da aposentada é Helenaide Oliveira que trabalha há cinco anos na função.
“O nosso trabalho é esse, orientar e visitar todos os meses, fazer essa proximidade entre a comunidade e o posto de saúde, visando a prevenção. Como são hipertensos nós temos um cuidado mais especial com eles em relação a medicação, alimentação, prática de exercícios físicos para que tenham uma qualidade de vida melhor”, pontua a ACS Helenaide Oliveira.
Um dos segmentos atendidos pelo programa é o cuidado com pessoas que possuem doenças crônicas como diabetes e hipertensão. Durante a visita ao casal, Sonia Castro e Manoel Isaías Pinto, a enfermeira Lorena Borba que acompanha os ACS´s, aferiu pressão, revisou exames, receitas e fez orientações aos idosos quanto à alimentação e consumo de água.
“A estratégia saúde da família atua também na assistência aos pacientes com doenças crônicas, como pressão alta e diabetes e nós temos uma comunidade bastante idosa. Se eles forem acompanhados, fizerem o tratamento com a medicação, cuidarem da alimentação e praticar atividade física quando possível, eles terão menos riscos de adoecer para formas mais graves como acidente vascular cerebral, infarto e complicações do diabetes, por exemplo”, observa a enfermeira.
Enfermeira, Lorena Borba
Além do acompanhamento, a equipe também realiza os encaminhamentos para as especialidades necessárias como cardiologia e endocrinologia, por exemplo, além de solicitação de exames.
O aposentado Manoel Isaías Pinto é cardiopata e ficou internado 15 dias na Unidade de Cuidados Especiais do Hospital Municipal de Marabá com Covid-19. Durante a visita aferiu a pressão e realizou a medição de glicemia. A equipe, analisando as condições de saúde do idoso, realizou o encaminhamento para exames de urina e hemoglobina aplicada. “A gente precisa ficar acompanhando a pressão, então é importante elas virem aqui”, acrescenta o idoso.
Ana Veloso, 58 anos, tem hipertensão e problemas de colesterol. Há alguns meses realizou uma cirurgia nas veias das pernas por ter problema de circulação. Durante a visita da equipe, ela relatou alguns problemas de saúde. “Por isso a senhora tem que se cuidar, se mover, porque pacientes do seu perfil ficam parados quando sentem dor”, alerta a enfermeira Lorena Borba. “Mas eu me movimento, ando e pesco bastante peixe”, responde Dona Ana.
Durante a conversa, ela ainda conta que fumou durante 36 anos e que atualmente toma remédio para pressão. Na visita, ela solicitou um encaminhamento para nutricionista. “Meu objetivo é perder peso, controlar o colesterol que está alto, então eu preciso dessa orientação alimentar”, relata.
Ana Veloso, 58 anos
Quem acompanha de perto Ana Veloso há mais de vinte anos é Guiomar Carmo que trabalha há 23 anos como agente comunitária de saúde.
“Nosso trabalho é diário. Estamos sempre buscando o melhor para o paciente, a facilitação no atendimento na unidade. Sempre estamos fazendo a busca de pacientes que sofrem com doenças crônicas e incluindo esses pacientes nos programas e grupos montados na unidade por meio da busca ativa para as atividades coletivas que, devido a pandemia cessaram”, destaca Guiomar Carmo.
Guiomar Carmo, ACS
A satisfação em trabalhar com uma atividade tão importante é grande. “Eu me sinto satisfeita, porque estou em uma área que eu gosto e me identifico e a comunidade sempre me tratou bem, me sinto acolhida”, ressalta.
Para ela, o momento de escutar o paciente é engrandecedor. “Eu me sinto contente em ouvir cada relato porque acabo adquirindo experiência para mim mesma, para minha vida pessoal”, complementa.
Só na UBS Demóstenes Azevedo atuam 12 ACS´s na zona urbana e 6 na zona rural, cobrindo uma população estimada de 1.500 pessoas. As visitas às famílias são realizadas mensalmente. A gerente da UBS, Rosângela Martins, destaca a importância da atuação dos agentes.
“Eles são a ponte entre a comunidade e nós que atuamos aqui na UBS. É por meio deles que as pessoas recebem informação, sabem das ações e eventos e esse trabalho é importante para nos ajudar a sanar problemas presentes nas famílias. Eles são nossos olhos, nossos interlocutores”, pondera.
Gerente da UBS, Rosângela Martins,
A gerente também destaca o trabalho realizado pelos ACS’s durante a pandemia. “Precisamos enaltecer a atuação deles durante esse período crítico. Foi imprescindível. Eles saíam e traziam informações de pessoas que estavam doentes dentro de casa e ajudaram nosso trabalho. Estiveram sempre presentes e não se furtaram de seu trabalho”, finaliza.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Aline Nascimento