Endemias: Equipes realizam visitas diárias em residências do município
Os agentes de combate a endemias (ACE) atuam durante todo o ano com orientação para o combate ao mosquito vetor da dengue, o Aedes Aegipty. O trabalho é realizado por 38 agentes que vão de casa em casa, sempre buscando qualquer reservatório que pode ser um criadouro do mosquito. Alexssandra Sousa atua há 18 anos como ACE e relata sobre a experiência.
“É uma ação importante para a saúde pública. Muitas vezes a gente chega em uma casa e encontra um possível reservatório e a pessoa fala ‘eu não sabia que tinha, agora vou me atentar mais a isso’ então a gente percebe que se a gente não tivesse orientado a pessoa não iria saber”, ressalta.
Durante as visitas, os agentes pedem permissão para os donos das residências para averiguar o quintal e ver se há algum recipiente que possa acumular água e se tornar um criadouro do mosquito. Quando são identificados criadouros com larvas dos mosquitos são utilizados larvicidas. Além disso, também são realizadas ações com aplicação de fumacê a fim de controlar as populações de mosquitos.
Na casa da comerciante Cirleide Rodrigues, foram encontradas garrafas de plástico serradas em um grande recipiente. Apesar de o fundo do recipiente estar vazado impedindo o acúmulo de água, a ACE Alexssandra Sousa orientou para que o material tivesse uma destinação diferente.
“Eu acho importante haver essa preocupação de fazer esse acompanhamento até para passar uma orientação para a gente e ajudar a evitar os casos de dengue”, comenta a comerciante.
De acordo com Amadeu Moreira, coordenador de endemias e vigilância ambiental de Marabá, destaca o trabalhos das equipes de ACE no cerco aos criadouros do mosquito Aedes Aegipty, que também é vetor de outras doenças virais como febre amarela, zika e chikungunya.
Marabá, atualmente, está no período de poucas chuvas. Mesmo assim há preocupação pois com a seca alguns pontos empoçam água podendo se transformar em criadouros. Nos últimos meses foram registrados dois casos suspeitos da doença e um caso que ainda está sendo analisado se a pessoa a contraiu em Marabá ou em outro município.
Diante disso, as ações do agentes de endemias foram intensificadas atuando como uma espécie de bloqueio com visitas em diversas casas. O planejamento é realizado com base nos dados do Levantamento de Índice Rápido para Aedes Aegipty (LIRA), que identifica áreas propícias para a proliferação do mosquito, realizado a cada dois meses.
“O nosso programa faz ronda nos bairros para realizar esse levantamento e trabalhar as ações e depois voltamos para fazer o monitoramento”, ressalta o coordenador. “O aedes é encontrado em todos os bairros da zona urbana, mas no momento não há casos de adoecimento confirmado para dengue ou chikungunya no município. Mesmo assim, os moradores precisam intensificar os cuidados, evitar água parada, lixo e cuidar de qualquer recipiente que possa ser um reservatório”, complementa.
O aposentado Jovino Barbosa, 69 anos, morador do bairro Belo Horizonte, sempre cuidou para que seu quintal não tivesse nenhum recipiente que pudesse acumular água e ser criadouro do mosquito.
“Eu sempre tenho cuidado. Sempre coloco areia nos vasos de planta, deixo as garrafas viradas com a boca para baixo”, ressalta orgulhoso, “respeito muito esse trabalho, acho muito importante”.
Quem averiguou o quintal do senhor Jovino Barbosa foi Sandra Aquino que trabalha há 19 anos como agente de endemias. Para ela, é importante a parceria com a comunidade no combate ao mosquito.
“Eu tenho imensa satisfação. É um trabalho feito com muito amor e carinho porque todo dia conhecemos pessoas diferentes, visitando, entrando nas casas. Temos recusas? Temos. Muitas casas fechadas também, mas muitas pessoas nos recebem com carinho e satisfação. Nós sempre orientamos os moradores a fazerem a vistoria dos seus quintais. É o agente e o morador, um ajudando o outro”, pontua a ACE.
A supervisora dos agentes de combate a endemias, Ivanilde Carneiro, ressalta a importância da atuação deles para a saúde pública do município.
“É um trabalho de grande importância pois ajuda a evitar que as pessoas tenham dengue, que pode causar óbito, como no caso da dengue hemorrágica. Por isso, os cuidados básicos de eliminar os criadouros, fazer a vistoria no quintal devem seguir. O trabalho do agente de endemias é de suma importância”, observa.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Aline Nascimento