Professor Fora de Série: Raimunda de Nazaré, uma vida de dedicada a educar
A história da professora Raimunda de Nazaré Mendonça dos Reis com a educação iniciou ainda na infância. Ela é filha de professora e viu na mãe a inspiração para a escolha da profissão. A pedagoga de 52 anos dedica 25 anos da vida ao ensino fundamental menor e 10 deles na escola Albertina, na folha 6.
“Venho de uma família de professores e tinha contato com os livros e materiais que minha mãe trazia dos alunos dela. Isso sempre me inspirou a ser professora. Eu sonhei em ser professora”, revela.
A professora Nazaré começou a trabalhar na década de 90, sendo auxiliar de alfabetização na escola Felipa Serrão Botelho. Ela conta que substituía a professora titular quando a mesma faltava e foi adquirindo experiência. No ano de 96 quando passou no concurso público assumiu a primeira turma definitivamente.
“Assumi uma turma do 2º ano. Foi muito gratificante, porque eu já gostava de dar aula, já sonhava em ser professora, eu brincava na minha casa sendo professora, ajudando os meus irmãos. Brincávamos de dar aula. Então foi uma realização! Até hoje eu sou encantada com a minha profissão”, relata.
Motivação
Para a professora Nazaré, ver uma criança descobrindo as letras e as primeiras palavras é um momento muito especial.
“É um sonho maravilhoso, de ver a criança dar o primeiro passo na leitura e na escrita. Quando eu vejo os meus alunos formados, na universidade, me emociono demais, sou apaixonada pela minha profissão. É uma profissão encantadora”, pontua a docente.
Conquistas e conceito de educação
“Realizei muitas coisas com a minha profissão, como professora, como mãe, como pessoa, como um todo devido a minha profissão. Educação é tudo para uma pessoa. Se a pessoa não tiver esse alicerce, ela não tem nada na vida. É a primeira base para pessoa conseguir realizar seus sonhos. Se ela não tiver essa base não é cidadão realizado” enfatiza Nazaré.
Em sala de aula a professora diz que sempre primou pelo bom relacionamento com os alunos, razão do ensino.
“O relacionamento com os alunos é muito maravilhoso. Eu os respeito e eles me respeitam. O que posso fazer por eles eu faço. Nesta pandemia, por exemplo, todos os dias eu tenho aquele relacionamento com eles porque acho que isso é tudo”, frisa.
A aposentadoria e o futuro
Neste ano de 2021, a professora Nazaré está se despedindo da Educação, com a aposentadoria já nas mãos. O sentimento é uma mistura de alegria com saudade.
“Fico triste porque chegou a minha hora da aposentadoria e eu não poderei mais contribuir com a aprendizagem dos alunos. Mas me sinto realizada por ter realizado sonhos e sonhos. Muitas histórias e realizações quando vejo meus alunos relatando que hoje exercem uma profissão graças aos primeiros passos dos quais ajudei eles. Esse é o meu conforto de ter contribuído com muitas crianças. Mãe de alunos meus dizendo: essa aqui foi minha professora, tudo que eu sou hoje agradeço a ela” reflete Raimunda de Nazaré, casada, mãe de um casal de filhos e avó de 3 netinhos.
Sobre o futuro a docente apaixonada pelo que faz prefere não fazer especulações mas revela que pretende continuar educando embora seja fora da escola.
“O futuro só Deus sabe o que vai acontecer. Quero sempre manter esse relacionamento, contribuindo com o que puder para Educação, de qualquer jeito. A gente diz que sai da Educação, mas a Educação não sai da gente”, conclui.
Ex-aluna da professora Nazaré
Valdeiza dos Santos Lima, 23 anos, é uma pedagoga que teve na base da sua formação escolar o ensino da professora Nazaré, no 4º ano do ensino fundamental. Ela conta que as lembranças que marcam são práticas, o aprendizado dos conteúdos.
“Era uma boa professora que explicava muito bem o português. Lembro que ela falava sobre verbos, interpretação de textos, a gente conseguia entender. Foi uma ótima professora”, finaliza a ex-aluna.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento