Assistência Social: CRAS do Bela Vista atende mais 7.500 famílias no núcleo Cidade Nova
A população que passa por situações de vulnerabilidade nos bairros Bela Vista, Jardim União, Infraero, Liberdade, Independência e Laranjeiras podem encontrar no Centro de Referência e Assistência Social (Cras) localizado no Bela Vista, o acesso à proteção social básica e a outras políticas públicas. Entre janeiro de 2017 a junho de 2021, já foram atendidas 7.570 famílias pelo PAIF, o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família, um dos principais programas do Cras.
“Todas as pessoas que queiram procurar os seus direitos sociais podem procurar o Cras, desde a mãe até os avós. É a porta de entrada para os inúmeros direitos sociais”, enfatiza Vanessa Camelo, coordenadora do Cras.
Foi no Cras, que Renilda da Silva, 43 anos, encontrou para o filho João Guilherme, de 2 anos e 8 meses, portador da síndrome de down, o acompanhamento necessário para o seu desenvolvimento . O menino é atendido pelo programa Criança Feliz uma vez na semana.
“Quando a equipe começou a atender ele nem andava, então passram os movimentos para estimular ele a andar, equilibrar, e assim aproveitar o que tem em casa para brincar com ele. Até hoje está sendo muito bom”, ressalta a dona de casa.
Renilda da Silva, 43 anos
Além do programa Criança Feliz, o CRAS Bela Vista ainda oferece à população atendimento de uma equipe multiprofissional para o acesso a serviços, programas e benefícios. As necessidades de cada grupo familiar ou pessoa são analisadas pela assistência social do centro.
“A gente avalia a condição social, vulnerabilidade social que a família ou pessoa apresenta e a partir do atendimento, quando necessário, a gente faz uma visita domiciliar para constatar a realidade in loco e encaminhar para a Seaspac. Posteriormente libera os benefícios eventuais, ou ainda, para área da saúde, educação, ou outros órgãos”, explica Kátia Leonez, assistente social.
Kátia Leonez, assistente social
Atendimentos e Anexo
No Cras Bela Vista a população tem acesso ao Cadúnico; Bolsa Família; Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF); Serviço de Convivência e Fortalecimento de vínculos; Grupos socioeducativos, Atendimento/Acompanhamento Social e Psicossocial, bem como, Atendimento Psicológico.
Além disso, é por lá que se tem acesso aos benefícios eventuais como cestas básicas, leite nutricional, enxoval com acompanhamento da gestante, aluguel social. E ainda encaminhamentos ao INSS, para o Benefício de Prestação Continuada para idosos e portadores de deficiência (BPC).
Taynara Santos, 22 anos, recebeu do Cras o enxoval da terceira gravidez. Ela é atendida no grupo de gestantes. A filha Luna logo fará companhia para as irmãs Thaís e Raabe.
“Desde que descobri a gravidez procurei o Cras, porque eu não tenho condições, sou mãe solteira. No enxoval veio tudo, banheira, fralda, roupinhas de neném, para quem não tinha nada, saio daqui satisfeita”, comenta Taynara.
Taynara Santos, 22 anos
Das 7.570 famílias atendidas pelo PAIF, no Cras Bela Vista, 267 delas estão em situação de extrema pobreza. Uma das funções do centro é trabalhar a promoção desses grupos para incentivá-los a sair da vulnerabilidade.
No anexo, localizado na Avenida Marabá, no Jardim União, por exemplo, uma das ferramentas são os atendimentos do serviço de convivência e fortalecimento que atende aos grupos de mulheres, gestantes, idosos, crianças e adolescentes com palestras, oficinas e cursos, inclusive de informática e recentemente o futebol, como esclarece a orientadora social Vanderlice Gomes.
“Eu mobilizo os grupos trabalhando nas atividades recreativas. São pessoas encaminhadas pela assistência social, ou outras redes como o Creas. Dentro das faixas etárias eles vão estar envolvidos nessas atividades. Eles desenvolvem a coordenação motora, raciocínio. O resultado é percebido pela crescente procura”, pontua a pedagoga.
Vanderlice Gomes, orientadora social
Vidas transformadas
Alisson dos Santos, 18 anos, tem uma história com o Cras. Ele chegou no centro ainda criança e foi lá que pode visualizar o mundo. Atualmente trabalha na Secretaria de Segurança Institucional (SMSI).
“No bairro de comunidade faltam oportunidades que o Cras trouxe para mim. Uma delas foi essa vaga de emprego em que estou. O Cras também mostra que existem saídas para não criminalidade. Além dos cursos que o Cras ofereceu eu gostava do jeito que era tratado, com carinho”, descreve o jovem.
Alisson dos Santos, 18 anos
A Keively Brito, 14 anos, está envolvida em várias atividades, como pintura, informática e futebol.
“Antes eu não tinha contato com outras pessoas, não sabia pintar, não sabia mexer com computador, jogar bola. Eles me ensinaram coisas que são essenciais na minha vida hoje”, observa a adolescente.
Marcos Vinicius dos Santos, 18 anos, está na expectativa de uma vaga de emprego. No Cras ele recebeu as primeiras instruções para ingressar no mercado de trabalho.
“Aqui entrei com 6 anos e aprendi muitas coisas interessantes. Diversão também, mais muito aprendizado, como artesanato, informática. Sempre tem coisas novas. E a convivência com outras pessoas também, antes ficava só em casa e em campos” relata o jovem.
Marcos Vinicius
Ana Cícera Ribeiro é mãe dos irmãos Marcos Vinicius e Paloma, acompanhados pelo Cras há 11 anos. Ela sabe o quanto o centro tem sido importante para a família dela.
“Hoje em dia a educação é tão difícil, e o Cras na vida da gente é muito bom. Meus filhos tem muito aprendizado, cursos, lá em casa só meu esposo trabalha, então ajudou muito”, pontua a dona de casa.
O Cras Bela Vista funciona de segunda a sexta, das 08h da manhã às 18h, sem interrupção para almoço. Ele está localizado na travessa São Jorge, entre a Vs2 e a Vs3.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Paulo Sérgio