Secult: Marabá e seus patrimônios históricos culturais
Há cerca de quinze dias, o prédio do Museu Municipal de Marabá Francisco Coelho, passa por revitalização. A estrutura física teve restauro na pintura externa e interna das paredes, do deck de madeira, dos pergolados, e da escada. Os cuidados remetem a preservação do lugar, que é um dos mais importantes do município, por ser patrimônio histórico cultural material, que abriga parte da memória das terras de Chico Coelho. Aliás, o fortalecimento da identidade, preservação à memória e contribuição para o desenvolvimento socioeconômico de um lugar são características dos patrimônios históricos culturais que, desde 1988, são lembrados no Brasil, no dia 17 de agosto.
Segundo dados da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM), o patrimônio cultural do município é composto ao menos de três prédios tombados: Biblioteca Municipal, Igreja São Félix de Valois e o Museu Municipal Francisco Coelho.
“Recentemente iniciamos uma pesquisa para identificar os registros de tombamento desses prédios. Apenas esses constam na literatura, e possuem placas de identificação como Patrimônio. Estamos tomando nota dos documentos existentes, e esperamos que logo possamos dar informações mais consistentes em relação aos demais patrimônios” informa Ramon Cabral, educador patrimonial da FCCM.
Ele revelou também que estão previstos ainda o tombamento da Escola Mendonça Virgulino, fachada Procon e ACIM para compor o conjunto de bens materiais de Marabá.
Vale ressaltar que Marabá guarda ainda riquezas patrimoniais imateriais registrados pelo município: Festejo do Divino, Espirito Santo e o Bangu Esporte Clube Beneficente; e pelo o Estado: Festejo Junino de Marabá, Círio de Nazaré e o Águia de Marabá Futebol Clube.
Museu Francisco Coelho
O prédio Palacete Augusto Dias que abriga o museu Francisco Coelho, inaugurado em 07 de agosto de 2020, é uma construção da década de 30, considerado um marco arquitetônico do ciclo da castanha, que leva o nome do interventor que conduziu a construção da maior parte do prédio. O palacete serviu como sede aos poderes executivo, legislativo e judiciário do município.
Atualmente abrigando o museu municipal, o palacete se torna uma história viva. Lá além de exposições com gigantes painéis, os visitantes podem apreciar uma linha do tempo mostrando os ciclos econômicos e políticos do município, uma caverna realista, um rio virtual com peixinhos e o holograma de um indígena, que é uma imagem tridimensional obtida a partir da projeção da luz sobre figuras bidimensionais. Em 1 ano de funcionamento, até o dia 01 de agosto de 2021, o museu já havia registrado 8. 522 visitantes.
“O palacete sempre teve presente no cotidiano do marabaense e quando o museu entra nesse espaço, é mais uma ação de afirmação com esse cuidado com o patrimônio que a cidade tem. O prédio foi tombado em 93, então já tinha um histórico muito grande de tentar transformar esse espaço como um espaço revitalizado. O museu completou um ano e estamos passando por revitalização total, são cuidados que estão tendo com esse lugar, e não só esse prédio, a gente vê a Velha Marabá como um patrimônio histórico, então essa data é muito importante para gente perceber o quanto nossa cidade é bonita e tem de ser preservada”, observa o educador Wellington Mota, do departamento de comunicação do museu.
Educador do departamento de comunicação do museu, Wellington Mota,.
O museu municipal deve reabrir para visitação guiada, nos próximos dias. As visitas podem ser feitas de terça à sexta-feira, das 09 às 17 horas, e aos finais de semana das 09 às 13 horas.
Biblioteca Municipal Orlando Lobo
O prédio foi um dos primeiros a ser construído na cidade, na década de 30 e era um mercado onde a população ribeirinha vendia suas mercadorias. Com o crescimento da cidade, o local ficou abandonado, por um período, sendo restaurado depois de muitos anos para abrigar primeiramente a biblioteca e posteriormente também a Secretaria de Cultura do Munícipio (Secult).
Evilângela Lima, coordenadora da Biblioteca, enfatiza que no lugar que há muitos anos se vendiam mercadorias, hoje são compartilhadas histórias com portas abertas para diversas realidades. Ela lembra dos movimentos de artistas para que o espaço fosse transformado em um centro cultural, o que aconteceu em 2008, com a revitalização do lugar sendo inaugurado em 2009, recebendo o nome de Orlando Lobo, um comerciante que valorizava os artistas locais, expondo ao seu modo, diversas obras no mercado que mantinha.
“É um local que é considerado um santuário dos livros, um local onde se guarda livros de todas as espécies, de todos os gêneros, mas também se tornou um local cultural, de movimento artístico, de linguagem artística, elas também tem um amparo da biblioteca, o prédio tem essa força cultural”, ressalta Evilângela.
Evilângela Lima, coordenadora da Biblioteca
Evilângela reflete ainda sobre a responsabilidade de cuidar do patrimônio histórico.
“Reconhecemos a nossa responsabilidade não só de preservar a memória, mas de divulgar essas mesmas memórias e as novas histórias que estão sendo construídas. Pretendemos fazer com que esse prédio permaneça importante para história da cidade, fazendo com que por meio da existência dele seja divulgado o trabalho dos artistas, de pessoas que amam a arte, a cultura, e que ver no prédio toda a força da história e ancestralidade da cidade”, destaca.
A biblioteca Orlando Lobo funciona de segunda a sexta-feira, das 08h às 18h, e qualquer pessoa pode fazer o cadastro para consulta e empréstimo de livros. O espaço recebe doações de livros de qualquer natureza, exceto livros didáticos e de teor jurídico.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Paulo Sérgio