Dia do Internauta: Desafios e conquistas de profissionais no mundo digital
Cada dia que passa vivemos cada vez mais mergulhados em tecnologia, principalmente na área da comunicação, onde a internet está presente em quase tudo e, durante a pandemia, seu uso tem sido ainda maior. Esse meio de comunicação veloz, traz uma gama de possibilidades e facilidades, desde simples interação com familiares e amigos a pagamentos de contas ou para acessar os estudos. E nessa época de interatividade e convergência midiática, com ampliação de produção de conteúdos em que todos podem criar conteúdos, a partir dos smartphones, o entretenimento também tem alavancado na internet.
Atualmente no Brasil, há mais de 152 milhões de usuários na internet, o que corresponde a 81% da população do país com 10 anos ou mais, segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Na segunda-feira, 23 de agosto, o mundo inteiro celebrou o dia do internauta. A data faz referência ao surgimento da Rede Mundial de Computadores, a World Wide Web (WWW).
Dentre os benefícios da internet, certamente está o surgimento de novas profissões, as chamadas profissões do futuro. Em Marabá, o influenciador digital e criador de conteúdo Gustavo Ramos da Silva, o Sr. Ramos, teve contato com a internet ainda na infância com o acesso a jogos, mas começou a produzir conteúdo aos 16 anos, com uma paródia que viralizou na cidade. No entanto, o sucesso só veio mesmo quando o pet dele, o cachorro Malcom, da raça dachshund, conquistou milhares de seguidores nas redes sociais. O sr. Ramos é o dublê do pet influencer, ou seja, é quem dá voz ao cão falante que é esperto e carinhoso. Os conteúdos são de entretenimento, histórias de humor, do cotidiano, envolvendo inclusive os “gatos gangsters”, outro perfil de humor envolvendo animais. Nesse trabalho conjunto, o perfil Malconsalscicha já conquistou 1 milhão de seguidores no Tik Tok e 280 mil no Instagram.
“Nós vivemos disso hoje. A gente não bate ponto, o tempo inteiro estamos ligados, conectados, porque estamos em várias redes sociais e cada uma delas tem uma linguagem diferente que a gente aprende a lidar. Estou sempre atualizando os seguidores de como está nossa vida, fazendo vídeos. Quando não estou nas redes sociais, estou editando vídeos para postar. Então é o tempo inteiro, mas quando a gente gosta é prazeroso”, comenta Gustavo.
Junto com a fama e o sucesso também vem as responsabilidades, e o sr. Ramos sabe da importância de influenciar a vida das pessoas na internet. Além de cuidar e respeitar o espaço do Malcon, do qual teve de se adaptar, ele também se preocupa com a qualidade do conteúdo divulgado.
“Pra você trabalhar bem é preciso gostar, ter o domínio daquilo que você faz, mas é importante também, levar alguma coisa de útil pra outras pessoas, pra que de fato você agregue na vida delas, não só falar de você, mas falar de maneira que essa pessoa possa tirar alguma inspiração disso, algum ensinamento, e tem várias maneiras de criar conteúdo. Em Marabá, tem várias pessoas que fazem isso bem. O mais importante é saber tirar aquilo que você tem de melhor e mostrar pra outras pessoas pra elas decidirem o que fazer e como vão consumir o seu conteúdo”, enfatiza.
um dos “Gatos Gansters” Malconsalsicha
Outra profissão digital em destaque desenvolvida por marabaenses é o gamer: um profissional que trabalha jogando e participando de competições. Nesse campo, Luis Felipe Coelho, conhecido no meio dos jogos on-line como “Ness”, tem dado grandes saltos. De jogador passou a criador de conteúdo. As primeiras experiências com os computadores vieram aos 7 anos de idade, quando um tio decidiu comprar uma máquina para casa. Iniciou o gamer com o MDK (é uma série de videogames de tiro em terceira pessoa na qual o jogador deve defender a Terra de invasores alienígenas) e desde então, o estudante de engenharia da computação, nunca mais parou de jogar. Luis conta que agora começou a ganhar dinheiro com a atividade.
Ele tem três campeonatos marabaenses de League of Legends. Quando concluir a graduação de engenharia da computação, Luis Felipe almeja ser contratado por uma criadora de jogos. “Comecei a criar jogos recentemente por causa da faculdade, mas quando comecei a jogar mesmo foi pelo computador e o vídeo game que eu tinha. Foram vários Nintendos, depois o PlayStation e eu parei aí porque eu queria um computador para ter uma diversificação maior, porque é melhor jogar no computador. Pra fazer esse trabalho é preciso ter um bom conhecimento de programação, se for desenvolvedor de jogo; ou precisa ser muito bom de jogo pra fazer outros aprenderem com você; jogar de uma forma engraçada pra divertir outras pessoas; e sendo próprio criador do jogo, onde as pessoas vão jogar seu jogo pra você ter retorno, são subgrupos”, ressalta Luis Felipe.
Luis Felipe, servidor público
Pontos positivos e negativos das profissões digitais
Para o sr. Ramos, que há 8 anos produz material na internet, trabalhar no mundo digital tem dois lados a serem observados. “O lado positivo é que a internet dá voz, a gente tem a oportunidade de expressar o que sente, e artisticamente você não tem fronteiras. Hoje eu trabalho e parte do que ganho vem de fora. Trabalho com marcas nacionais e sem sair de casa. A internet veio pra eliminar barreiras, é positiva quando consumida com responsabilidade. O lado negativo é que todo mundo tá te vendo e nem sempre você está em um bom dia. Tem de ter responsabilidade com o que se publica para que não se propague ódio, Fake News, coisa do tipo que não agrega coisa pra ninguém”, avalia o influencer.
De igual forma Luís Felipe também deixa uma mensagem para quem pensa que gamer é apenas um jogo. “As pessoas devem usar com mais prudência a internet porque tem muitos frutos de dinheiro ali. Os pais, hoje em dia, privam um filho porque, às vezes, não sabem com que ele está lidando, mas talvez devesse incentivar porque quem sabe no futuro ele seja um criador de conteúdo, e venha se tornar bem sucedido, porque ele vai ganhar em dólar e pode facilitar a vida dele no futuro, criando conexões para outros trabalhos”, conclui.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Farias Jr.