Assistência Social: Novo abrigo para indígenas Waraó está em fase final
A Secretaria de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac) presta assistência atualmente para 76 venezuelanos da tribo Waraó, que vieram para nossa cidade. Logo esses imigrantes terão um novo espaço de acolhimento, localizado na Marabá Pioneira. O abrigo funcionará no prédio do antigo NEI Magalhães Barata, cedido em uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Este espaço irá acolher 51 venezuelanos e funcionará com sistema de autogestão em que a Prefeitura arca com as despesas de energia, aluguel e 17 cestas básicas por mês. “É uma cesta para cada família de venezuelano. Esporadicamente, conforme necessidade, também são entregues fraudas, leites e outras coisas.”, explica Luis Silva coordenador técnica da Seaspac.
As salas estão sendo adaptadas para funcionar como quitinetes e também foi construído um fogão comunitário, que funciona de acordo com como eles utilizam na cultura deles. “Fizemos essa pesquisa, conversamos com eles e produzimos o fogão seguindo o moldes de como eles utilizavam em sua antiga vida”, comenta.
O local conta com um espaço que pode ser utilizado para agricultura através de hortas. “É um trabalho que faremos com eles. Assim como já realizamos o trabalho com artesanato. O objetivo é deixa-los cada vez mais independentes e inseridos, mas levando em conta as especificidades da cultura deles.”, enfatiza Luis.
A obra já está na parte da pintura e últimos ajustes. Logo após, será realizada a parte da limpeza e a previsão é de que em até um mês eles possam ser transferidos para o novo local.
Outras seis famílias, que contemplam 25 pessoas, estão acolhidas em duas casas através do sistema de aluguel social. Elas também recebem cestas básicas mensalmente. As crianças foram encaminhadas para as escolas do município e receberam kits escolares com caneta, lápis, caderno, bolsa, etc.
Todos os imigrantes já estão com a documentação regularizada e possuem acesso ao Sistema de Único de Saúde (SUS), através das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Luís explica que a ideia é inseri-los na sociedade, mas algumas questões culturais dificultam o processo. “O objetivo é tornar eles independente. Mas a cultura é deles é de estar na rua. Os Waraós saíram da zona rural na década de 1970/1980 e agora já estão migrando de novo, para outro país. É uma cultura diferente. Mais focada em trabalhos na rua”, contextualiza.
Parcerias
Na tarde desta quinta-feira (07), a equipe da Seaspac se reuniu com a equipe da ONG ADRA(Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais), parceira com a Unicef que trabalham com os direitos humanos na área de nutrição e saúde. Eles vieram de Belém para conhecer o trabalho feito com os venezuelanos no município.
Eduardo Oliveira Pinto, da ADRA, a instituição é uma agÊncia humanitária que se encontra em mais de 50 países. “Viemos conhecer o abrigo dos venezuelanos e fiquei muito feliz com o trabalho que vem sendo desenvolvido. Parabenizo a gestão e o acolhimento. Nossa intenção é tentar agregar parcerias. Já desenvolvemos um trabalho em parceria com a Unicef em Belém e viemos ver como podemos trabalhar aqui na região de Marabá”, explica Eduardo.
Nos últimos seis meses, o trabalho da Seaspac em parceria com ONGs tem se intensificado na busca por capacitação. “A ADRA é uma delas. Sentamos para saber qual metodologia e que tipo de trabalho podemos desenvolver para nos ajudarmos”, reitera Luis Silva.
Também está em andamento uma conversa com o Ministério da Cidadania, para aquisição de uma verba para auxiliar no suporte aos imigrantes no município.
Trabalho contínuo
Há 15 dias, um novo grupo de 21 venezuelanos chegaram à cidade. Eles estavam a caminho da cidade de Moju. Após identificar que os imigrantes não conseguiram a locomoção para continuar a trajetória. A Seaspac os procurou e providenciou as passagens para o grupo.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio e Divulgação