Seaspac: Em dia de lazer, idosos do CRAS da Folha 13 visitam Parque Zoobotânico
Atividades ao ar livre, como a realizada no parque, ajudam bastante na interação social e desenvolvimento de outras habilidades para os idosos
O isolamento social causado pela pandemia da Covid-19 afetou sensivelmente os idosos por serem um dos principais grupos de risco. O avanço da vacinação e a aplicação da terceira dose dos imunizantes nessa faixa etária permitiu o retorno das atividades com esses grupos. Na manhã desta quinta-feira (11), o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Folha 13, realizou um passeio ao Parque Zoobotânico de Marabá com idosos que participam do serviço.
A maior parte do grupo de 16 idosos que participou do passeio ainda não havia conhecido o parque. Uma dessas pessoas é a aposentada Maria Luiza Brito, de 70 anos. Ela é natural da cidade de Caxias, no Maranhão, e mora há 48 anos em Marabá. Há três anos participa das atividades do CRAS.
“Eu moro aqui todo esse tempo e nunca tinha vindo aqui. É bom demais. A equipe do CRAS trata a gente bem, gosto muito deles. Fazemos exercícios físicos, oficinas de artesanato, dança. Essa não é a primeira vez que a gente sai. É gostoso demais, melhor do que na minha própria casa. Eu me sinto bem quando estou com as minhas irmãs do coração” compartilha a idosa.
Os passeios e demais atividades realizadas com os idosos fazem parte do planejamento organizado mensalmente em cada grupo de convivência. Atividades ao ar livre, como a realizada no parque, ajudam bastante na interação social e desenvolvimento de outras habilidades para os idosos que tiveram suas vidas afetadas de diversas formas pela pandemia.
“Eles respiram ar puro, interagem, conversam, brincam. Então, isso é muito bom para o psicológico deles que, às vezes, ficam muito tempo em casa ociosos. É uma oportunidade deles terem um lazer diferenciado”, ressalta a pedagoga do serviço de convivência, Raná Ruas.
Quem estava animada com o passeio e registrando tudo com o celular era Rosa Silva, de 60 anos. Ela aproveitou a oportunidade para se enturmar com o restante do grupo.
“É um momento gratificante para gente se distrair, sair um pouco da rotina de casa e se enturmar com a galera que são pessoas muito legais. As pessoas da coordenação são muito educadas e isso é muito importante, aí deixa uma imagem boa para gente ficar depois em casa relembrando. Achei legal esse passeio que eu tive oportunidade de participar”, destaca.
Entre a gama de atividades oferecidas pelo CRAS estão artesanato, esporte e lazer, além de dança e música. Atualmente, essas atividades são realizadas quinzenalmente, mas a intenção é que sejam toda semana para aumentar a frequência deles no centro, algo que os idosos já demonstraram a necessidade.
No Parque Zoobotânico, os idosos tiveram a oportunidade de conhecer um pouco do universo de cerca de 360 animais de 37 espécies diferentes, entre elas espécies com risco de extinção como onça pintada, gavião real e arara-azul.
Maria de Jesus Viana tem 74 anos e mora desde 1984 em Marabá. Ela frequenta há dez anos as atividades do CRAS. O passeio foi a primeira vez que ela conheceu o parque.
“Eu estou gostando porque sempre diversão é algo bom, só não é bom tristeza, mas alegria é bom demais. Eu adoro essa vida que temos no CRAS, os passeios, as atividades físicas e dança. O CRAS representa alegria. Eu sou feliz no dia que estou no centro porque a gente esquece os problemas de casa, da vida”, observa a aposentada natuaral de Piauí.
Rosa Silva, de 60 anos, registrou todos os momentos do passeio Maria de Jesus visitou o parque pela primeira vez
Além dos santuários para os animais, no parque há também um museu com animais empalhados. Durante a visita dos idosos, havia também passeios escolares, um encontro de gerações em um ambiente ao ar livre, em contato com a floresta amazônica.
O aposentado João Dantas, 74 anos, recentemente voltou a morar em Marabá. Também foi a primeira vez que ele visitou o parque. Ele conta que realiza algumas atividades no CRAS como oficinas e dança e ressalta a importância do espaço para ele enquanto idoso.
“Esses serviços representam muito para o idoso. Muitas vezes, a sociedade tem o idoso como uma pessoa inútil e não é. As grandes empresas têm uma porcentagem para os idosos. O idoso é útil à humanidade porque só envelhece quem está vivo. É muito bom a gente envelhecer com saúde e dignidade. Para mim, essa fase da minha vida é a mais gostosa. Para mim tudo é alegria, graças a Deus”, ressalta.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos é voltado para atividades que fortaleçam o vínculo familiar. Um dos principais objetivos é incentivar os idosos a acreditarem na autoestima e potencial deles e demonstrar o quanto são importantes para as pessoas ao redor.
O serviço geralmente é segmentado para grupos específicos como crianças, adolescentes, mulheres, idosos e gestantes também. Além disso, tambem ajudam a identificar quando um idoso precisa de algum benefício eventual com encaminhamento para assistente social e entrevista com a família.
“Para gente é maravilhoso trazê-los aqui, muitas vezes eles não têm transporte ou condições de vir a um ambiente como esse, para gente é muito gratificante. É prazeroso ver o brilho nos olhos deles, da alegria de estar aqui em um ambiente diferenciado”, finaliza a pedagoga Raná Ruas.
Confira mais fotos desse passeio:
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Aline Nascimento