Educação: Mais de 100 alunos participam do 3ª edição do Festival Paralímpico
No sábado, 04, a escola Ida Valmont, localizada no bairro Novo Horizonte, foi palco da 3ª edição do Festival Paralímpico, evento organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e destinado a crianças de 8 a 17 anos, com e sem deficiência. O evento aconteceu paralelamente em 75 cidades e 25 estados e no Distrito Federal. Aqui no município foi promovido pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED). O Festival Paralímpico em Marabá também celebrou o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3 de dezembro).
De acordo com Thaiz Mendes, coordenadora da Educação Especial na Semed, os participantes do festival foram 103 alunos de 14 escolas públicas com sala de recursos multifuncionais, e uma privada. Os trabalhos foram realizados por 30 educadores e 20 voluntários, que acompanharam os alunos nas três modalidades escolhidas pelo município para serem desenvolvidas: vôlei sentado, futebol de cinco e tênis.
“Estamos sediando pela terceira vez, esse ano cumprindo todos os protocolos contra a covid. É um evento nacional onde podemos incluir tanto crianças com deficiência, quanto sem deficiência. A Semed é parceira da CPB, porque somos atrelados ao projeto paralímpico aqui em Marabá”, destaca a coordenadora.
Segundo Luíza Crisóstomo, professora de Educação Física do Departamento de Educação Especial da SEMED, o principal objetivo do festival é promover a experimentação dos alunos com deficiência com o esporte, por isso, a participação dos professores e estudantes de Educação Física são importantes no evento.
“Além de comemorar o dia da pessoa com deficiência e do atleta paralímpico, é divulgar o esporte paralímpico. Mostrar para as pessoas, escolas, aos professores, que você pode envolver o aluno com deficiência na Educação Física. Todas as crianças, as 103, passam por todas as oficinas e todos os esportes”, explica a professora.
Thiago Miranda, secretário de esporte e lazer do município, prestigiou o evento “É uma festa bonita, são mais de 100 crianças e a gente sabe que 20% dessas crianças não têm deficiência, mas conseguem compartilhar e vislumbrar o esporte com todos. A gente fica muito feliz”, ressalta o secretário da Semel.
Thiago Miranda, sec. de Esportes e Lazer Luíza Crisóstomo, professora de Educação Física do Departamento de Educação Especial da SEMED
Wesley Almeida, recém formado em Educação Física, foi um dos voluntários do festival e sabe a importância de participar de eventos paralímpicos. “Contribui para a inclusão, nem todos os lugares têm ambientes que atendem as pessoas com necessidades especiais e a educação física pode ajudar bastante nesse sentido. Além disso, ajuda bastante na formação dos estudantes da área. É muito gratificante ajudá-los a se inserir na sociedade”, enfatiza.
Maria Paula Benicio, 13 anos, estudante da escola Cristo Rei, destacou a experiência de participar do festival pela segunda vez. “O trabalho deles é incrível, amei participar. Tem umas provinhas difíceis, mas para nós alunos é muito bom participar de todas as brincadeiras. Eu gosto da correria, gosto de brincar de correr”, disse a estudante fazendo referência ao futebol de 5.
Maria Vitória de Oliveira, 10 anos, estuda em uma escola privada. Ela sentiu alegria em participar da inclusão. “Muito legal, a gente percebe que tem várias pessoas com deficiência, então precisamos ajudá-las para que elas não se sintam inferior a pessoas que não tem”, observa a estudante.
Maria Vitória Maria Paula
O Festival Paralímpico Loterias Caixa também celebra o Dia Nacional do Atleta Paralímpico, comemorado em 22 de setembro. No entanto, por conta da pandemia, o evento foi adiado e acompanhará o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3 de dezembro).
O evento é organizado no Brasil pelo CPB desde 2018, com exceção de 2020, quando foi suspenso por causa da pandemia de coronavirus. O objetivo do Festival é promover atividades físicas e brincadeiras lúdicas entre os participantes, a fim de iniciá-los no esporte de uma maneira assertiva e prazerosa. Além disso, o projeto também vai promover valores como a inclusão e a empatia para as pessoas presentes nas sedes.
Conhecendo as modalidades segundo a CPB
Vôlei Sentado
No vôlei sentado, podem competir homens e mulheres que possuam alguma deficiência física ou relacionada à locomoção. São seis jogadores em cada time, divididos por uma rede de altura diferent, e em uma quadra menor do que na versão olímpica da modalidade. Os sets têm 25 pontos corridos e o Tie-Break, 15. Ganha a partida, a equipe que vencer três sets. A quadra mede 10 metros de comprimento por 6 metros de largura. A altura da rede é de 1,15 metros no masculino e 1,05 metros no feminino. É permitido bloqueio de saque, mas os jogadores devem manter o contato com o solo o tempo todo, exceto em deslocamentos. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes (CBVD).
Futebol de 5
O futebol de 5 é exclusivo para cegos ou deficientes visuais. As partidas, normalmente, são em uma quadra de futsal adaptada, mas, desde os Jogos Paralímpicos de Atenas 2004, também têm sido praticadas em campos de grama sintética. O goleiro tem visão total e não pode ter participado de competições oficiais da FIFA, nos últimos cinco anos. A bola será colocada no centro e poderá ser impulsionada com qualquer parte do corpo, exceto mãos e braços. Ninguém poderá se levantar. As mãos (ou pelo menos uma delas) devem estar sempre apoiadas no piso. Quando a bola transpor a linha de fundo do campo de jogo, é marcado um gol.
Tênis de Mesa
No tênis de mesa, participam atletas do sexo masculino e feminino com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As competições são divididas entre mesatenistas andantes e cadeirantes, com jogos individuais, em duplas ou por equipes. As partidas consistem em uma melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem. Em relação ao tênis de mesa convencional, existem apenas algumas diferenças nas regras, como na hora do saque para a categoria cadeirante. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Paulo Sérgio