Defesa Civil: Ações integradas garantem atendimento às famílias desabrigadas
Nos últimos dias, acompanhamos em Marabá uma grande operação integrada de atendimento às famílias atingidas pela enchente deste ano, que envolveu órgãos de assistência social, saúde e segurança pública das esferas municipal, estadual e federal.
Essa cheia dos rios é considerada um dos maiores desastres naturais dos últimos 10 anos na cidade. Já são mais de 2800 famílias atingidas, sendo que grande parte delas teve que seguir para os 18 abrigos públicos construídos pela Secretaria de Viação e Obras Públicas da Prefeitura de Marabá e Defesa Civil Municipal, as demais famílias seguiram para casa de parentes e amigos e outras encontram-se ilhadas, morando no segundo piso das residências, desobedecendo orientações técnicas da Defesa Civil, que orienta às famílias a não ficarem em área de risco.
De acordo com uma nota da Defesa Civil municipal, divulgada na manhã desta segunda-feira (17), foram registrados 38 pontos de alagamentos em toda cidade, deixando exatamente 2.836 famílias desabrigadas, destas 640 estão nos abrigos oficiais. Hoje, o nível do rio Tocantins registrou, pela manhã, 12 metros e 96 centímetros acima do leito normal.
“Nós iniciamos o cadastramento das primeiras famílias ainda no fim de dezembro de 2021. Já no início de janeiro deste ano, retiramos as primeiras famílias de áreas de risco e iniciamos, imediatamente, a construção dos abrigos. Trabalhamos também para que as famílias pudessem ter acesso a água e a banheiros que foram instalados nos abrigos”, informou Jairo Milhomem, Coordenador da Defesa Civil do Município.
Para realizar todos os atendimentos às famílias foi necessária a execução do Plano de Contingência Municipal, em que é prevista a atuação dos órgãos de segurança no atendimento a essas famílias, como o Exército Brasileiro, 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar, Marinha Brasileira, Guarda Municipal, Polícia Militar e Departamento Municipal de Segurança Institucional.
O Exército Brasileiro, através do comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, tem disponibilizado 75 militares e 13 caminhões, tipo QT, para ajudar no transporte dos alagados, além de outros veículos menores e embarcações, se necessário.
“É importantíssimo para nós esse trabalho de parceria, pois nós estamos aqui em apoio a Defesa Civil e em apoio a todos os demais órgãos que necessitarem de nosso trabalho. Hoje, nós temos 145 municípios em nossa área de responsabilidade e nesse momento estamos dando apoio em Marabá, em São Miguel do Tocantins e em Tucuruí. Somente em Marabá, já conseguimos fazer mais de 500 mudanças, distribuição de 500 cestas básicas e estamos a disposição 24 horas e sempre prontos em condições de apoiar dentro das ações subsidiárias, que estão previstas na Constituição Federal”, destacou o Coronel Luciano Cabanas, Chefe do Estado Maior da 23ª Brigada de Infantaria de Selva.
As ações de apoio do Governo do Estado do Pará às famílias desabrigadas iniciaram no momento que o rio Tocantins ultrapassou o nível de alerta, que é de 10 metros acima do leito normal. Inicialmente com o envio de equipes do Corpo de Bombeiros e, posteriormente, com a doação de 2.500 cestas básicas de alimentos.
Na última quinta-feira (13), o governo do Estado também anunciou o Programa Recomeçar, em que cada família que teve sua residência invadida pela enchente, terá direito a um salário mínimo no valor de R $1.212,00. Uma equipe de Defesa Civil do Estado está realizando o cadastro das famílias no Carajás Centro de Convenções.
“O governo do estado destinou uma equipe no sentido de auxiliar para o cadastramento das famílias, que serão contempladas com o Programa Recomeçar, onde estarão sendo beneficiadas todas as famílias para mitigar os efeitos da enchente e serão atendidas todas as famílias, tanto as desabrigadas, quanto as desalojadas”, informou Major Felipe Galucio, Comandante do 5º Grupamento do Corpo de Bombeiro Militar.
As famílias que atenderem aos requisitos do Programa, devem se dirigir até ao Centro de Convenções Carajás, Nova Marabá, com os documentos pessoais, Cadastro Único e comprovante de residência em mãos. De acordo com a Defesa Civil do Estado, o cadastramento será realizado por abrigo e posteriormente serão feitos os cadastros das famílias desalojadas.
“Tivemos uma dificuldade de internet para fazer o cadastro das famílias nos abrigos, então instalamos uma base aqui no Centro de Convenções para estar atendendo as famílias. Estaremos oferecendo transporte às famílias para vir até ao Centro de Convenções para fazer o cadastro”, informou Major Jânio Costa, da Defesa Civil do Pará.
Para receberem o benefício, as famílias devem se encaixar nos seguintes critérios: possuir renda familiar de até três salários mínimos, residir em imóvel que tenha sido direta e gravemente atingido por fortes chuvas que causaram deslizamentos, inundações, enxurradas e alagamentos.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Paulo Sérgio