Linha de Frente: Enfermeira Elizoneide Fonseca comemora 27 anos dedicados à cuidado o outro
Ser enfermeira é ser um pouco de tudo. A enfermagem é uma profissão muito humanista (…). É algo inexplicável, para ser, tem que gostar de cuidar
Desde os 5 anos a Elizoneide Fonseca tinha uma meta, trabalhar na área da saúde. Logo aos 18 anos entrou na faculdade, conseguiu o diploma e há 27 anos atua no cuidado de pacientes pelo interior do Pará. Em 2002, ela foi aprovada no concurso público e veio para nossa cidade, em Marabá, aonde atua desde então cuidando da nossa gente.
Ás 8h da manhã, Elizoneide chega na Unidade Básica (UBS) de Saúde Enfermeira Zezinha, na Folha 23, e segue semanalmente um cronograma, que inclui atendimento com crianças (poericultura), gestantes, puérperas, hipertensos, diabéticos, tubercolosos, fumantes, entre outros. “São esses grupos que atendemos, fazemos preventivo de colo de útero, pré-natal, atendimentos a alguns grupos específicos de portadores de doenças que exigem um tratamento contínuo”, explica.
A enfermeira confessa que tem um xodó, o atendimento com os recém-nascidos e crianças. “Isso vem da perspectiva que eu tinha quando criança. Meu sonho era ser pediatra. Atender crianças e gestantes, dá uma sensação boa de estar cuidando das pessoas, tem a ver com esse momento”, explica.
Pacientes com hanseníase e do programa de combate ao tabagismo da UBS também são outras das áreas que mais motiva Elizoneide. “É um programa que funciona em algumas UBS e nós implementamos aqui. É bom ver a evolução e melhor que modifica a vida dessas pessoas”, destaca.
Mas boa parte do trabalho de Eli, como é chamada pelos outros funcionários da UBS, não acontece dentro da unidade. Ela também atua no Programa Estratégia Saúde da Família (PSF), que realizado visitas todas as segundas, terças e sextas-feiras aos pacientes da área coberta pela UBS.
O PSF prevê que os profissionais de saúde das Unidade Básica de Saúde realizem semanalmente visitas nas casas de pacientes acamados e com dificuldades de locomoção. Para garantir que todos recebam o atendimento adequado, assim como vacinas, mesmo sem sair de casa. “Cada período eu saiu com um Agente Comunitário de Saúde diferente, que cobre uma área e especialidade específica. São visitas gostosas porque sentimos a alegria deles nos receberem em casa”, acrescenta.
A assistente administrativa da UBS, Rosana da Silva, ressalta a importância do trabalho da colega. “Ela trabalha além da USB, atua na casa dos pacientes, cuida deles. Todos aqui consideramos ela uma excelente profissional. Percebemos que ela tem uma grande experiência, um arcabouço teórico maior que a média. No atendimento ela é excelente”, elogia.
Outra experiência marcante na carreira de Elizoneide foi o combate contra covid-19, quando ela foi transferida para o Hospital Municipal de Marabá (HMM) para atuar na linha de frente contra a doença. “Fui transferida para lá e fiquei alguns meses. Cheguei a pegar Covid, mas não senti os sintomas clássicos, tanto que imaginei que era problema de coluna porque sentia muita dor nas costas”, conta.
Assim como Elizoneide, outras dezenas de enfermeiras atuam diariamente nas 23 Unidades Básicas de Saúde do município. Dedicadas ao cuidado da população marabaense e na preservação da qualidade de vida e da saúde de todos que procuram o serviço público.
“Ser enfermeira é ser um pouco de tudo. A enfermagem é uma profissão muito humanista, você vê o paciente se queixando, pelo que ele demonstra, você consegue detectar a necessidade dele. Quando ele está em frente ao enfermeiro, ele já sente o diferencial porque damos atenção, temos esse foco de acolher da melhor forma possível. É algo inexplicável, para ser, tem que gostar de cuidar”, conclui.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Aline Nascimento