Cultura: Sexta-feira (27) com entardecer poético no Museu Francisco Coelho
Entre declamações de poemas e poesias, ressonância de vozes e o sonoro dos instrumentos musicais, aconteceu o I Entardecer no Museu Francisco Coelho, na Velha Marabá. O evento que conseguiu reunir literatura e música boa em um só lugar, emocionou o público de diferentes faixas etárias, que marcou presença no Palacete Augusto Dias, no fim da tarde da sexta-feira (25).
“O evento já estava no cronograma do museu desde o início, só estávamos esperando o momento certo, por conta da pandemia. Na realidade é a cerejinha do bolo dos eventos do museu. Um evento que junta pessoas, artistas, ativistas culturais, algo que a cidade precisa. Porque você ter um museu e não ter um tipo de sarau, no entardecer!”, informa Wânia Gomes, diretora do museu.
O clima agradável e suave produzido pelo Sarau envolveu escritores, poetas, músicos, universitários e cantores regionais consagrados a crianças da educação básica, que não estavam somente como espectadores, mas como participantes ativos. Aliás, o microfone ficou disponível para quem quiser declamar alguma poesia. Foi assim com a menina Queren Hapuque, de 10 anos, aluna do 5º ano da Escola Mendonça Vergolino, ao declamar “Meu Poema” de própria autoria. “Eu li muito, o meu poema fala de como me sinto feliz. Estou nervosa, mas o evento é ótimo”, disse.
A pedagoga Stefany Cristina era só orgulho em ver o interesse das crianças no evento. “Estamos trabalhando uma sequência de poesias, poemas e justamente hoje fomos premiados com esse convite. Eles amam fazer isso e mostrar o trabalhinho deles” enfatizou.
O poeta e cantor, Francisco Duarte, um ativista cultural da região, com mais de 30 anos de militância, mostrou alguns de seus trabalhos. Já são seis livros editados e lançados aqui em Marabá. “Marabá precisa disso, estar envolvendo as crianças com a cultura, poesia e música. Com certeza haverá outros para mobilizar as escolas a trazer as crianças para que elas acostumem com a leitura e crie o hábito de ler também”, contou.
Para Eliane Soares, professora doutora na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, o “Entardecer no Museu” tem uma significância magnífica. A professora, que tem em seu histórico literário marcos importantes, é autora do termo “Marabela” e também já participou de duas antologias poéticas: Antologia Cidade Vol. II (2010) e “Ao Marulhar do Tocantins”, 2013.
“É muito significativo que haja um evento voltado pra cultura, pra música, pra poesia em um ambiente institucional, que pertence ao governo municipal, porque isso fortalece o coletivo, o que vários grupos de Marabá voltados para a cultura já vem fazendo. Demonstra a boa vontade e interesse das autoridades de dar a Marabá o que ela tem de melhor, que é a sua história, a sua cultura, poesia, música”, pontua a escritora.
A banda da Fundação Casa da Cultura mais uma vez firmou parceria com o museu e a presidente da FCCM, Vanda Américo, fez questão de prestigiar o primeiro de muitos eventos “Entardecer no Museu” que virão pela frente.
“Um espaço com o museu precisa ter vida, essa energia, criar eventos e essa tarde no museu é a primeira de muitos, acredito que vai se tornar um hábito do marabaense de vir ao museu aos fins de tarde para apresentações de poesia, de canto, de bandas, artistas da terra, de cultura”, ressalta Vanda.
O próximo Entardecer no Museu deve acontecer em dois meses, ao menos, está é a ideia inicial para a programação, de que seja bimestral, segundo a diretoria do museu. Além disso, o espaço é convidativo, tem área verde, ar livre e ainda dá pra usufruir das delícias do “Café do Chico”, uma conveniência que oferta algumas guloseimas. “A gente quer que a comunidade se aproprie. A gente só faz história, cria memórias, participando, vindo”, reforça Wânia, diretora do museu.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento
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