FCCM: Equipe de geologia faz mapeamento e revela novas cavernas no Pará
A Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) possui um grande acervo em formação com mais de 800 amostras de rochas, minerais, minérios, fósseis e espeleotemas, com destaque para amostras de minério de ferro, cristais como citrino, ametista, Todas as novas amostras são catalogadas e tombadas na coleção do Núcleo de Geologia, as quais são armazenas na Reserva Técnica. “Possuímos algumas amostras de fósseis que foram coletados em Jacundá; também temos amostras da região de Babaçulândia, no Tocantins, e mais recentemente encontramos fósseis marinhos em Uruará e Itaituba”, conta Pablo Santos, geólogo e coordenador do Núcleo de Geologia da FCCM.
Para a presidente da FCCM, Vanda Américo, o trabalho realizado pelas equipes de pesquisa da Casa é de fundamental importância. Ela ressalta que a FCCM é reconhecida nacionalmente pela grande contribuição ao Patrimônio Espeleológico Brasileiro.
Somos referência na descoberta e exploração de cavernas, principalmente na região Norte. Ao longo desses anos, aproximadamente três mil cavernas foram descobertas e pesquisadas pela FCCM”, explica Vanda Américo
As novas pesquisas do Núcleo de Geologia em parceria com o Núcleo de Espeleologia mostram novas ocorrências de cavernas fora do eixo Carajás-Serra das Andorinhas, mais especificamente entre os municípios de Altamira e Itaituba e recentemente, na área de Conceição do Araguaia, no Projeto Ferricretes do Araguaia.
Os pesquisadores revelam que houve um incremento do quantitativo de cavidades já cadastradas pela FCCM no Estado do Pará. “Isso mostra, que o número de cavidades até então conhecidas no Estado do Pará tende a crescer com o impulsionamento das pesquisas”, afirma Pablo.
O geólogo ressalta que atualmente o setor atua em uma linha de pesquisa mais específica, com as cavernas, realizando estudos de prospecção espeleológica, análise de potencial espeleológico, análises geoespeleológicas e de relevância dessas cavidades.
“Fazemos o estudo geoespeleológico das cavidades, que é a avaliação do tipo de rocha em que a caverna se formou, os processos de formação da caverna e a avaliação das feições espeleológicas, e quando possível, uma avaliação sobre qual período aquela rocha se formou, entre outros aspectos. A gente tenta entender todo o processo de formação da caverna, desde o início até os processos que ainda estão em desenvolvimento”, explica o geólogo.
O coordenador explica que durante a avaliação de potencial espeleológico são utilizadas imagens de satélites, radar, mapas e informações de drenagem e litologias para que possam ser identificadas condições de cavernas naquele local.
“Também verificamos se tem alguma característica intrínseca daquela caverna que faz com que ela se destaque em relação às demais. Além disso, fazemos a análise mineralógica macroscópica, para saber quais minerais fazem parte daquela rocha e dos tipos de espeleotemas, buscando a máxima caracterização geológica daquela cavidade”, ressalta Pablo.
Texto: Ana Mangas (ASCOM/FCCM)
Fotos: FCCM