AGENTES COMUNITÁRIOS SÃO PREPARADOS PARA O COMBATE A HANSENÍASE EM MARABÁ
O treinamento dos agentes de saúde de Marabá, para trabalhar o combate a hanseníase, iniciou nesta segunda-feira, dia 23, no Cine Marrocos e o espaço esteve lotado.A capacitação faz parte de uma nova proposta de combate à hanseníase e deve acontecer em Marabá até o dia 28 e abrange médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagens.
A Enfermeira Eliana Maria Tonetto foi quem esteve palestrando para os agentes de saúde. Segundo ela, os profissionais precisam de mais motivação e autoconfiança ao tratar da hanseníase, por isso nesta segunda-feira, passaram por aprofundamento nas orientações sobre a doença, para que durante as visitas domiciliares e trabalhos nas unidades de saúde, possam deixar a população mais informada, além de instigar as pessoas a procurar pelas manchas ou regiões dormentes no corpo.
“Nós conseguimos trazer para eles um histórico da doença, como surgiu e porque ela é tão carregada de preconceito e também fazer com que eles observassem algumas facilidades de atividades que eles podem desenvolver nas unidades de saúde, nas escolas, no próprio bairro de abrangência que eles cobrem”, enfatizou ela.
Valdenora Rodrigues, também do MORHAN, ressalta que os agentes de saúde são primordiais para o funcionamento do “Programa de Combate a Hanseníase”, já que eles estão em contato direto com a comunidade, de onde pode surgir os casos, às vezes diagnosticado tardiamente.
José Reis Nazário, trabalha como agente de saúde no município, há 17 anos, e considera as capacitações essenciais para o trabalho dele. “A população em si ainda não está consciente do que é essa doença. As escolas também! professores sabem da doença, a gente tenta agilizar, tenta conscientizar, mas ainda tem aquele tabu. Muito importante a vinda dessa equipe para nos ajudar. O agente de saúde tem de estar preparado para identificar e encaminhar os casos para os setores responsáveis, esclareceu o agente.
O projeto desenvolvido pelo Ministério da Saúde, será aplicado noutros 19 municípios brasileiros, considerados de maior prevalência da doença em crianças e adolescentes de até 14 anos, com objetivo de reduzir a carga do bacilo de Hesen, no próximo triênio (2017 a 2019).
Sob o tema “Abordagens inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre da Hanseníase”, o projeto será aplicado nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí e Tocantins, naqueles municípios que registraram maior número de casos novos da doença, tanto na população em geral como em menores de 15 anos, com base no ano de 2015. O projeto conta com parceria do Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), com apoio da Fundação NIPPON do Japão.
A seleção desses municípios, além de apresentarem elevado número de casos novos em crianças, foi motivada diante da disponibilidade de serviços, de profissionais de saúde e intervenção pedagógica. Dentre os municípios que registram maior número de casos estão São Luís/ MA, 1º no ranking de números de casos novos de hanseníase em crianças em relação ao restante do país; 2º Recife/PE; 3º Olinda/PE; e 5º Marabá/PA.